Reflexões sobre o paradoxo petista
Juremir Machado
Nunca morri de amores pelo PT. Os marxistas não gostam de anarquistas. Essa sempre foi a leitura que fiz da situação. A bem da verdade, nunca morri de amores por partido algum. A minha tarefa na vida, porém, é trazer contradições e paradoxos à tona. A direita gosta de mim quando me vê como antipetista, mas me detesta quando imagina em mim inclinações esquerdistas e até petistas. Todo partido que se mete em ilícitos deve ser condenado. Nesse sentido, pelo mensalão e pelo petrolão, o PT merece apanhar. Os antipetistas não gostam, contudo, que se fale que o PT não está sozinho. Veem nisso uma manobra para aliviar o petismo. Essa reação revela um sintoma: a corrupção não é o problema maior para quem assim se manifesta, mas o próprio PT. O antipetista, mais do que tudo, combate a corrupção do PT. Deve ter razões para isso. Razões ideológicas.