domingo, 1 de março de 2015

Papa bate pesado no capitalismo e prega a revolução


Por Redação, com agências internacionais - de Roma

Papa Francisco dirige um discurso revolucionário aos trabalhadores de cooperativas na Itália

O papa Francisco voltou a atacar a injustiça causada no mundo por um sistema econômico injusto e ineficaz como o capitalismo. O líder da Igreja Católica criticou a “cultura do descartável” da globalização e pediu novas maneiras de se pensar sobre pobreza, assistência social, emprego e sociedade. Em um discurso para a associação de movimentos cooperativos italianos, ele ressaltou o “crescimento vertiginoso do desemprego” e os problemas que os sistemas de assistência social existentes tiveram para atender às necessidades da saúde pública.

Para aqueles que vivem “nas margens existenciais” o sistema atual político e social “parece estar fatalmente destinado a sufocar a esperança e aumentar os riscos e ameaças”, afirmou. O papa, nascido na Argentina, tem frequentemente criticado a economia de mercado ortodoxa de estimular a injustiça e desigualdade, disse que as pessoas são forçadas a trabalhar longas horas, às vezes na economia paralela, por algumas centenas de euros por mês, porque elas são vistas como facilmente substituíveis.

– Você não está gostando disso? Então vá para casa’. O que se pode fazer em um mundo que funciona assim? Porque há uma fila de pessoas procurando trabalho. Se você não gostar disso, outra pessoa gostará. É a fome, a fome que nos faz aceitar o que eles nos dão – disse, em uma mudança espontânea no texto do seu discurso.

O papa Francisco afirmou que os trabalhadores podem ajudar a buscar novos modelos e métodos que poderiam ser um modelo alternativo para a “cultura do descartável, criada pelas potências que controlam as políticas econômicas e financeiras do mundo globalizado”. Talvez atento a um escândalo de corrupção abrangente ligado a algumas cooperativas em Roma, no ano passado, ele atacou aqueles que “prostituem o nome cooperativa”.

Francisco pede que os católicos sejam ‘revolucionários’. Ele prega que a lógica econômica capitalista precisa ser secundária diante das maiores necessidades da sociedade humana.

– Quando o dinheiro se torna um ídolo, ele comanda as escolhas do homem. E assim ele arruína o homem e o condena. Faz dele um escravo. O dinheiro a serviço da vida pode ser administrado de maneira certa por cooperativas, com a condição que se trate de uma cooperativa real, onde o capital não tem comando sobre os homens, mas sim os homens sobre o capital – concluiu.


Correio do Brasil



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