quinta-feira, 12 de março de 2015

CPI da Petrobras


De Flávio Lúcio Vieira

Fiquei deveras impressionado com a reação de grande parte da imprensa paraibana ao chilique que o deputado Hugo Motta deu semana passada para todo o Brasil ver e comentar. Aparentemente sem argumentos para explicar o ato de puro autoritarismo - o deputado criou e nomeou subrelatorias para a CPI, à revelia do Relator e do Plenário da CPI, todas devidamente entregues a deputados oposicionistas - restou o grito ("Quem manda aqui é o presidente") e o murro na mesa diante da reação enfurecida de parlamentares do PSOL que, é bom que se frise, são de oposição ao PT e ao governo. Até o PPS, do mais antipetista dos antipetistas, Roberto Freire, protestou em razão da tramoia urdida entre quatro paredes no Congresso. 

Ao invés de debater e informar os leitores e ouvintes, explicando as razões daquele entrevero, o que se viu na maioria dos rádios, blogs e portais de notícia foram elogios à atitude destemperada do deputado federal, principalmente ao trecho em que ele faz referência à Paraíba, gritando “... da terra de onde venho homem não me grita!”. Esse regionalismo tosco de parte de nossa imprensa, nesse caso, uma mistura de provincianismo e elogio do ‘cabra macho, que apenas reforça os estereótipos contra paraibanos e nordestinos, merece no mínimo uma reflexão sobre o papel da informação nos dias de hoje. No mais, quando o deputado disse que não era ‘fantoche’ ele cometeu, no mínimo, um ato falho, porque até as areias do Cabo Branco sabem quem indicou nosso nobre representante para presidir essa CPI. E pra quê (FLV).



Rubens Nóbrega

Jornal da Paraíba Online



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