sábado, 29 de dezembro de 2018

Daniel Aarão Reis: Ninguém solta a mão de ninguém

- O Globo

A melhor atitude é se preparar para a luta. Haverá que lidar com as políticas do novo governo, defender-se delas, lutar contra elas

Diante de um perigo iminente, várias alternativas podem ser imaginadas. A primeira, a mais fácil, é a fuga. O problema é que nem sempre a fuga é possível. A segunda é ignorar o risco, fingir que não existe. Não costuma funcionar. O perigo tem uma existência objetiva, não desaparecerá se for ignorado.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

“Reformar o país” ; Rene de Carvalho


Mensagem de Rene de Carvalho

amig@s:

Quando ouvia dizer que FHC e o Papa eram comunistas, sorria do evidente absurdo. Aos poucos, entretanto, fui entendendo que havia grupos e movimentos e não tão pouca gente, que sentiram o fim da ditadura como uma derrota. E que não se veem representados no processo que se inicia com o fim da ditadura e tem como referência a Constituição de 1988. Ou seja: não se reconhecem na Nova República e, consequentemente, nos governos FHC e é claro, Lula e Dilma. Não ocuparam postos expressivos em nenhum desses governos além de terem sido inúmeras vezes preteridas em ministérios e instituições públicas. Para eles, voltar décadas atrás é voltar a esses tempos.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

“Não sou obrigado”: impaciência e arrogância na esquerda

Gabriel Landi Fazzio

Para difundir nossas ideias amplamente, permitindo que sejam conhecidas e assimiladas pela maioria do povo, precisamos estabelecer uma autodisciplina voluntária, coletiva. Nesse sentido, existem dois obstáculos que a agitação política e a propaganda teórica “de esquerda” precisam superar com urgência, em especial nas redes sociais: a arrogância e a impaciência.


sábado, 15 de dezembro de 2018

'Roma' é uma ficção que fala muito sobre a realidade


Não há o que lamentar e, sim, festejar que, em época de tanta superficialidade, um filme grandioso como este

Luiz Zanin Oricchio, O Estado de S.Paulo

Há duas sequências bastante impressionantes em Roma, de Alfonso Cuarón. Numa, vê-se a terrível repressão aos estudantes na Praça de Tlatelolco, que redundou em centenas de mortos. Na segunda, uma cena de quase afogamento de uma pessoa num mar revolto que, pelo realismo e pela ameaça, torna-a muito angustiante. Isso para dizer que o filme, embora produção da Netflix, é explicitamente pensado para a tela grande, na qual essas sequências encontram sua potência máxima, inevitavelmente reduzida numa tela menor. A discussão sobre a primazia do cinema sobre o streaming é infindável e vai sendo vencida pela força dos fatos. Ou seja, da grana.

Michel Zaidan Filho: Fascismo, Estado de Exceção e Direito de Resistência


Tem havido uma grande controvérsia em relação à caracterização do regime político brasileiro, depois da última campanha eleitoral: Estado de direito democrático, Estado formalmente democrático e constitucional, Estado de Exceção, Estado de Exceção Episódico?

Para muitos, a diferença entre um Estado de Exceção e um Estado democrático de Direito estaria no funcionamento normal das instituições: Justiça, Legislativo e Executivo. E a existência do direito do contraditório, da crítica, da oposição e do debate. Enquanto esses poderes funcionarem, não se poderia falar com propriedade em Estado de Exceção. O primeiro a questionar a diferença foi um teórico alemão simpático ao Nazismo, na Alemanha. Carl Schmidt, em seu livro “Teologia política”. Afirmava esse filósofo político que todas as categorias da política seriam extraídas da religião. Que o líder não precisa representar ninguém; ele decide os outros o seguem (decisionismo). E que a política se resumia à oposição entre o amigo e o inimigo. Para Schmidt, era irrelevante a fronteira entre ditadura e democracia. Porque para as classes dominadas, sempre houve uma ditadura, nunca uma democracia. Assim, para estas, tratava-se de criar pioneiramente um verdadeiro Estado de Exceção para as classes dominantes. E isso só podia ser feito com a revolução (Walter Benjamin).

A ‘Lava Jato’ contra as liberdades de expressão e de manifestação


Igor Mendes

Segundo notícia veiculada pelo portal G1, e replicada por outros meios, a Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta quinta-feira, 13 de dezembro, mandado de busca e apreensão na residência de um jovem suspeito de “incitar a morte” de Jair Bolsonaro. Com base em postagens nas redes sociais, feitas ao fim do segundo turno, o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça Federal do Rio pretendem enquadrar o autor na Lei de Segurança Nacional, pelo “crime” de pregar a “subversão da ordem política”. Confirmando-se tais fatos, trata-se de evento gravíssimo, que evidencia o modus operandi que será usado contra o ativismo político nos próximos meses e anos. Por ironia ou não, isto ocorre no dia em que se completam 50 anos da promulgação do AI-5.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Michel Zaidan Filho: O fim do presidencialismo de coalizão



A eleição do senhor Jair Bolsonaro, nas controvertidas circunstancias em que se deu, após o afastamento da presidente Dilma e o malfadado interregno do senhor Michel Temer, só confirma mais uma vez a exaustão do chamado “presidencialismo de coalizão” no Brasil. Como se sabe, o nosso messianismo legal copiou as instituições políticas norteamericanas, no início da República brasileira. E entre estas, o instituto do Presidencialismo, sem se dar conta da multiplicidade de partidos e legendas existentes no nosso país. Partidos de frágeis bases nacionais, mais parecidos com federações de grupos políticos locais. A tradição messiânica da política brasileira se expressou com perfeição no Presidencialismo semi-imperial, de absoluto desprezo pelo sistema partidário e, mais ainda, pelo Poder Legislativo. Esta tendência histórica levou ao menosprezo pelo eleitor das eleições proporcionais e a uma sobrevalorização do Poder Executivo, fazendo muitas vezes as eleições majoritárias assumirem o caráter de um plebiscito.

domingo, 9 de dezembro de 2018

A verdade acima de tudo, por Ricardo Melo


Começo com uma notícia boa ou má, dependendo do lado que se enxergue. Neste espaço você nunca lerá nada que seja necessariamente agradável e afague seu ego. Tampouco nada obrigatoriamente desagradável para mostrar “independência”. A ambição é bem menor: dizer a verdade, desde que ancorada no mundo real. Não falo para convertidos por antecipação, nem para preconceituosos de ofício. 

Por exemplo: a última eleição presidencial no Brasil foi uma fraude. Isto está comprovado. O líder disparado nas pesquisas foi trancafiado com base num processo condenado internacionalmente. O “ vencedor” valeu-se de um esquema gigantesco de manipulação demonstrado mesmo pela mídia tradicional. Agora apareceu até um motorista, figura que já se tornou tradicional nos escândalos locais –lembrai-vos de Eriberto França da era Collor.


As redes sociais destruirão a democracia ou a ressuscitarão?


Se a ferramenta for chamada a obrigar o poder a atuar sob a luz do sol já deve merecer nosso aplauso e até nosso agradecimento.

O comentário é de Juan Arias, jornalista, publicado por El País, 03-12-2018.

Existe tamanha perplexidade com as redes sociais que sobre elas recaem as teorias mais extravagantes e contrapostas. Há quem as veja como o verdugo que acabará com a democracia tradicional tal qual a vivemos. E há quem chegue a concebê-las como o milagre que fará a democracia ressuscitar da crise de identidade em que hoje se encontra.


sábado, 8 de dezembro de 2018

Por falar em democracia

Soberania popular é hoje confundida com populismo

Fábio Konder Comparato

Desde a Antiguidade clássica até a segunda metade do século 19, a democracia sempre foi tida como regime político subversor da hierarquia social. Montesquieu sustentava que, numa sociedade democrática, as mulheres, as crianças e os escravos já não se submeteriam a ninguém, já não haveria bons costumes, amor à ordem, virtude, enfim.


Da Cosa Nostra ao PCC


Um amigo marcou minha arroba no Twitter com um notícia do Correio da Bahia: “Polícia Federal busca suspeitos ligados a mafioso preso em Salvador”.

Cliquei, olhei para a foto e vi um senhor muito velho, com semblante levemente melancólico e olhar perdido. Não o reconheci. Foi só quando li a legenda que me dei conta de que era alguém que eu julgava estar morto há décadas.

Lelio Paolo Gigante foi personagem do meu livro. Já no começo dos anos 1970, ele se envolveu com mafiosos italianos e franceses no Brasil e se enredou em uma trama rocambolesca e perigosa de tráfico internacional de heroína. Nascido em São Paulo em 1934, Gigante havia sido criado na Itália, para onde seus pais se mudaram em 1935. Girou por diversos países até se estabelecer como comissário de bordo da Avianca na Colômbia, de onde voava para os Estados Unidos e para a Europa. Complementava o salário com a venda de relógios falsificados transportados de um país ao outro até descobrir que podia lucrar muito mais com pequenas cargas de heroína.


Indicação de general para Segurança é vista como estratégica, mas com ceticismo

Para ex-secretário, órgão ganha com "gestão estratégica". Advogada diz que foco deixa de ser política pública e passa a ser tropa e equipamento.

By Débora Melo

Escolhido por Sérgio Moro, general Theophilo será secretário de Segurança do governo Bolsonaro.

A decisão de manter um militar à frente da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) no governo Jair Bolsonaro (PSL) foi tanto recebida como uma boa escolha estratégica como soou um alerta entre especialistas.

Anunciado pelo futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, o general da reserva Guilherme Theophilo, de 63 anos, tem defendido que o enfrentamento ao crime organizado se dá com inteligência, fiscalização e tecnologia.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Trabalhadores do mundo, conectai-vos!

Via The Economist, traduzido por Alexandre Pimenta

A tecnologia pode ajudar a ressurgir a organização dos trabalhadores: sindicatos estão se aproveitando da mesma força que causou seu declínio.

“Se continuarem, nós vamos bater neles onde eles sentem.” Jörg Sprave é um alemão jovial com um sorriso encantador, mas ele não deixa dúvidas de que é um sujeito sério. Se o Google, o proprietário do YouTube, não se movimentar, ele convocará uma greve. O Sr. Sprave dirige o “The Slingshot Channel”, dedicado a vários tipos de estinlingues, que possui mais de 2 milhões de inscritos. Ele também é o fundador do Sindicato dos YouTubers, que conta com mais de 16.000 membros. Ele lançou a organização em março, depois que o YouTube parou de exibir anúncios ao lado de muitos vídeos seus e de outros, devido à pressão dos anunciantes. Isso fez com que sua renda caísse de 6.500 para 1.500 dólares por mês. A principal demanda do grupo é impedir essa “desmonetização”.


Por dentro do esquema do WhatsApp que pode eleger Bolsonaro

Gabriel Ferreira e João Pedro Soares, Agência Andante

Listas telefônicas em papel, chips importados, grupos segmentados e hibridismo entre militantes e disparadores pagos. Essas foram algumas das estratégias utilizadas pela campanha de Jair Bolsonaro (PSL) para criar sua extensa rede de comunicação paralela via WhatsApp. Na reta final da eleição, Época conversou com pessoas que mergulharam ou participaram ativamente da construção do sistema, marcado pela circulação de notícias falsas e financiamento duvidoso. Um dos ouvidos pediu anonimato por temer retaliações.

Como cuidar da saúde mental em tempos de notícias difíceis?


Não é fácil digerir o noticiário atual sobre política e direitos humanos. Mas pode ser particularmente difícil para quem se sente alvo direto dessa violência.

Além de estarem presentes nas manchetes, as matérias se tornam temas de conversas nas redes sociais, no almoço ou no jantar em família. No fim das contas, o resultado pode ser positivo, já que estamos falando bem mais de política – mas essas conversas podem ter consequências direta em nossa saúde mental, dizem os especialistas.

'Há uma politização de ressentidos', diz Débora Diniz, antropóloga brasileira exilada


Antropóloga, que saiu do país por causa de ameaças de morte, fala sobre eleições, militarismo, direitos civis e conservadorismo. Para ela, uma das surpresas do governo Jair Bolsonaro pode ser Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça

A entrevista é de Paloma Oliveto, publicada por O Estado de Minas, 26-11-2018.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

“Há um clamor unânime e geral por renda básica de cidadania universal e incondicional”. Entrevista especial com Lena Lavinas

Patricia Facchin | 01 Dezembro 2018

Qual é o saldo das políticas públicas na trajetória macroeconômica brasileira entre 2003 e 2017? Ao responder a essa questão, a economista Lena Lavinas é categórica ao afirmar que elas não foram suficientes para atender às demandas das famílias por mais bem-estar e segurança socioeconômica. As chamadas “classes médias” que estavam em ascensão, pondera, “permaneceram vulneráveis”, porque “quanto mais ganhavam, mais dispendiam, pois apesar de a oferta de emprego estar em alta, não houve provisão pública em educação e saúde que lhes desse um certo fôlego. As classes médias têm gastos crescentes para se manterem como classe média, manterem seu status. São despesas com pagamento de escola e universidade para os filhos, aluguel, despesas de saúde que, no Brasil, são majoritariamente out of pocket (ou seja, independem de adesão a plano de saúde)”.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Talvez hoje já não se faça mais Generais como antigamente.

Os Generais e os Generais

Sylvio Massa de Campos

O Gal. Mourão, Vice-Presidente da República acaba de anunciar que o Presidente Bolsonaro, pretende privatizar a BR-Distribuidora, a segunda maior empresa nacional em faturamento e importante subsidiaria da também vitoriosa Petrobrás, fracionando a integração consagrada no mundo do petróleo, ”Do Poço ao Posto”.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Ipês Amarelos de João Pessoa começam a aparecer pelas ruas



Katiana RAMOS

Os Ipês Amarelos começaram a decorar alguns pontos da região do Centro de João Pessoa. No Parque Solon de Lucena, a beleza dessas árvores, símbolos da Capital, já começa a aparecer. A expectativa é de que até o início de dezembro ocorra a floração dos cerca de 2 mil ipês existentes na área urbana da cidade, segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Correio PB


Álcool é grande aliado da Violência

Marido bêbado e família com medo
Violência 

Na  maioria dos casos,  mulheres e crianças sofrem 

Katiana Ramos

A ingestão de bebida alcoólica é mais um agravante para a ocorrência da violência contra a mulher, seja agressão física, verbal ou psicológica. Em muitos casos, as situações em que o agressor estava sob o efeito do álcool durante o ato de violência passa despercebida. Na pesquisa “Violência doméstica e familiar contra a mulher”, divulgada no ano passado pelo Instituto DataSenado, 24% das mulheres entrevistadas acreditam que a agressão que sofreram foi induzida pelo uso de alcool por parte do agressor. A bebida alcoolica também foi apontada como fator que motivou brigas e discussões, além do ciúme doentio.


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

O país de Sete Encruzilhadas

Luiz Antonio Simas

A umbanda, religião que comemora o seu mito de origem no dia 15 de novembro, pode ser percebida como um resultado do amálgama entre os ritos de ancestralidade dos bantos, calundus, pajelanças indígenas, catimbós (o culto fundamentado na bebida sagrada do tronco da jurema), encantarias, elementos do cristianismo popular ibérico e do espiritismo kardecista. Seus saberes moram na encruzilhada da cristianização dos ritos africanos e da africanização do cristianismo, com o tempero profundamente indígena, acrescentado aos poucos por diversas contribuições.


A cadeira ao lado da mesa


Médico cubano Luiz Miguel Gonzales veio para o Brasil trabalhar no programa Mais Médicos, atendendo com a cadeira ao lado da mesa.

Carta de agradecimento aos médicos cubanos pela dedicação ao povo brasileiro e o aprendizado proporcionado

Por Marco Túlio Pereira*

Sou supervisor do Programa Mais Médicos para o Brasil no sertão pernambucano desde os seus primórdios. Em uma de minhas primeiras visitas, na zona rural de um município às margens do São Francisco, acompanhando algumas consultas de um médico cubano, uma cena me chamou a atenção. A cadeira dos pacientes não ficava atrás da mesa, mas ao lado. Com isso, não havia um móvel separando o médico do paciente, tornando-os mais próximos. Um dos aspectos que me pareceu mais potente naquela posição da cadeira era a possibilidade do toque, do contato, ato central num diálogo tão envolvido por angústia e sofrimento, como é uma consulta médica. Outro aspecto que me chamou a atenção foi que a cadeira estava amarrada na mesa.

‘O impacto do ensino da arte (ou da falta dele) na percepção do mundo’ – Camille Paglia



“A arte é o casamento do ideal e do real. Fazer arte é um ramo da artesania. Artistas são artesãos, mais próximos dos carpinteiros e dos soldadores do que dos intelectuais e dos acadêmicos, com sua retórica inflacionada e autorreferencial. A arte usa os sentidos e a eles fala. Funda-se no mundo físico tangível.”

– Camille Paglia, em ‘Imagens cintilantes’.


sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Será nosso futuro o socialismo capitalista chinês?



 Por Slavoj Žižek, via RT, traduzido por Bernardo Pereira 

Apesar de algumas eventuais exceções, já foi considerado como verdade absoluta que democracia e capitalismo andam juntos. A ascensão bem-sucedida da China é um tapa na cara de tal ideia.

Sociólogos oficiais da China pintam um quadro do mundo contemporâneo que permanece basicamente o mesmo da Guerra Fria.

Assim, a luta mundial entre o socialismo e o capitalismo continua inalterada, o fiasco de 1990 foi apenas um revés temporário e os dois grandes adversários não são mais os EUA e a URSS, mas, sim, os Estados Unidos e a China, que continua sendo um país socialista.

“Não sou obrigado”: impaciência e arrogância na esquerda

Por Gabriel Landi Fazzio

Para difundir nossas ideias amplamente, permitindo que sejam conhecidas e assimiladas pela maioria do povo, precisamos estabelecer uma autodisciplina voluntária, coletiva. Nesse sentido, existem dois obstáculos que a agitação política e a propaganda teórica “de esquerda” precisam superar com urgência, em especial nas redes sociais: a arrogância e a impaciência.


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O campo sutil e a ação política


Por que a racionalidade não nos defendeu do pior, em 2018? As especulações holístico-xamânicas e técnicas como a constelação familiar poderão dizer algo?

Por Débora Nunes

Diante do resultado das eleições do Brasil tem-se feito análises profundas, pertinentes e importantes para nossa história política e para nosso futuro. Mas a pergunta “por que a racionalidade saiu de campo e não nos defendeu do pior?” continua martelando sem uma resposta clara. Analisar a influência do campo sutil pode ajudar a ver como chegamos até aqui no Brasil e sobre o que nos aguarda, pois muito do que aconteceu não está no campo da racionalidade vigente. O paradigma holístico-sistêmico-ecológico traz o reconhecimento da dimensão imaterial do mundo como novo campo de conhecimento. Quando a dimensão material foi dissecada com competência pelo paradigma cartesiano e pelo materialismo histórico e dialético, que é parte dele, e mesmo assim restam tantas perguntas, é hora de ir além.


Lula quer politizar as eleições

 

Mais Médico

 

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

“Vamos botar ponto final em todos os ativismos”


“Vamos botar ponto final em todos os ativismos”, disse o presidente eleito. Projeto em vias de aprovação pode afetar qualquer um que se oponha ao governo

Manual de conduta e resistência; Estratégia de controle do discurso e da libido.

Não esqueça que é preciso mais do que nunca estar com as pessoas. 

Não é sem motivos que ditaduras em algum momento proíbam reuniões.

“Escrevi para mim, mas deixarei aberto aqui, um manual de conduta e resistência ao que chamo de estratégia de controle do discurso e da libido.

Bolsonaro atuará em duas frentes. Num primeiro nível, declarações cada vez mais estapafúrdias e revoltantes, sem qualquer compromisso com fatos ou lógica, com frequentes idas e vindas, com avanços aparentes e desistências. O objetivo aí é o controle da pauta.


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Wanderley Guilherme - LULA não lidera mais a Esquerda


Wanderley Guilherme dos Santos passou os últimos tempos recebendo insultos e apelos. Insultos por ter advertido, no início de 2017, que a esquerda não ganharia a eleição com o PT à frente. E apelos por não ter aderido às frentes que se formaram no segundo turno em apoio a Fernando Haddad.

Decano da ciência política brasileira e uma das principais referências do pensamento de esquerda no país, Wanderley Guilherme não deu ouvidos ao assédio. Manteve-se longe do segundo turno da mesma maneira que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um amigo de décadas, que a política afastou.


O guarda da esquina

Daniel Aarão Reis

Bolsonaro conseguiu a proeza de apresentar-se como uma alternativa a um sistema do qual fazia parte

Para o desgosto e medo de muitos, consumou-se a vitória de um candidato de extrema direta — inédita na história brasileira. As tentativas anteriores — empreendidas por Plínio Salgado e Enéas Carneiro — não haviam chegado a 10% dos votos, apesar das tradições conservadoras. O próprio Jair Bolsonaro era considerado um azarão histriônico. Sua candidatura vagava no reino do inimaginável. Como em relação aos que o precederam, previa-se uma inevitável derrota, dado seu nível de rejeição. Mesmo que chegasse a um improvável segundo turno, seria vencido por um poste, diziam os adversários mais otimistas.

O que pode vir por aí.

Rene Carvalho

Palpites sobre o que se pode esperar [ou temer] da primeira fase do governo Bolso. O ponto de partida é tentar identificar os principais grupos que compõem o movimento que levou Bolsonaro à presidência e seus projetos. Vou dividi-los, para simplificar em três grandes anéis. No primeiro temos a extrema direita militante atuante: nas instituições públicas: deputados - bancadas BBB, membros do judiciário - juízes, procuradores - militares da reserva [e da ativa] e membros de várias categoriais policiais; nas associações civis como UDR e Associação de caminhoneiros; e grupos na população.

domingo, 4 de novembro de 2018

Vitória de Bolsonaro reflete força de emissoras evangélicas

... se erguia dessas ruínas centenas de emissoras de TV e rádio evangélicas... 

...Estima-se que 40% das redes de rádios existentes no Brasil estejam ligadas a igrejas ou com algum tipo de relação com a fé....

Intervozes

A rede de fake news certamente teve peso na movimentação eleitoral de 2018 e foi feita de maneira ilegal, mas não é a explicação suficiente

A Record, de propriedade da Igreja Universal, é composta por mais de cem emissoras de TV no País

O caminho mais fácil e menos dolorido para explicarmos uma derrota é colocar a responsabilidade em algum agente externo e incontrolável. Isso nos exime da maior parte da responsabilidade e nos posiciona confortavelmente em uma zona meramente acusatória. A rede de notícias falsas certamente teve peso na movimentação eleitoral de 2018 e foi feita de maneira ilegal, mas não é a explicação suficiente.


160 livros essenciais da literatura mundial: Quais você já leu?



Revista Prosa Verso e Arte

Literatura
“O mundo está cheio de livros fantásticos que ninguém lê.”

– Umberto Eco


Não foi fácil escolher, mas aqui está uma lista com 160 grandes títulos da literatura mundial, incluindo obras nacionais e latino-americanas.

A lista apresentada pela Revista Prosa, Verso e Arte tem por objetivo tanto estimular a leitura dos clássicos, como incentivar que os leitores e leitoras produzam suas próprias listas. Então, diga-nos, quais destes títulos você já leu, quais pretende ler e quais outros você indicaria a leitura?!

“Clássica é a obra que tem dimensão universal: consegue atravessar gerações, fronteiras e nacionalidades, sem perder as suas características.”

– Renato Rocha (músico e compositor), em “O Que faz de uma obra um clássico?”. Revista Poiésis, n. 11, p.191-213, nov. 2008.

sábado, 3 de novembro de 2018

Da boca pra fora


Livros Subversivos Apreendidos





O Avanço do Atraso e o Desafio das Esquerdas


Roberto Amaral*

Meu amigo

Envio-lhe, na sequência, artigo que publiquei na Carta Capital online em 4 de novembro de 2016, ou seja, logo após as eleições daquele ano. Lamentavelmente continuamos resistindo a aprender com os revezes.

Abraços do

Roberto Amaral

As esquerdas e o pensamento progressista não podem ficar atônitos, fitando os céus à espera de sinais de alento no momento em que sofre aquela que pode ter sido sua mais profunda derrota em nossa curta e acidentada história republicana. Impõe-se, isto sim, aprender com os revezes, se formos capazes de interpretá-los.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Adorno: A psicanálise da adesão ao fascismo


"A imagem do líder satisfaz o duplo desejo do seguidor de se submeter à autoridade e de ser ele próprio a autoridade. Isso corresponde a um mundo no qual o controle irracional é exercido, apesar de ter perdido sua convicção interna em função do esclarecimento universal. As pessoas que obedecem aos ditadores sentem que eles são supérfluos. Elas se reconciliam com essa contradição por meio da presunção de que elas próprias são o opressor cruel."

Os valores e metáforas do universo Bolsonaro

Gabriel Bayarri

“Pai Estrito”. “Masculinidade”. “Guerra Justa”. “Punição”. “Sucesso”. Como o ex-capitão articulou os valores arcaicos da sociedade brasileira num discurso eficaz. Por que a esquerda precisa reconstruir seu campo semântico

Uma série de justificativas escondidas em forma de metáforas se reproduziam nas portas da casa de Jair Bolsonaro no bairro carioca da Barra da Tijuca, no domingo 7 de Outubro — primeiro turno das eleições presidenciais.


Mandacaru





terça-feira, 30 de outubro de 2018

"Só uma frente apartidária conterá um governo de ocupação"


Wanderley Guilherme dos Santos passou os últimos tempos recebendo insultos e apelos. Insultos por ter advertido, no início de 2017, que a esquerda não ganharia a eleição com o PT à frente. E apelos por não ter aderido às frentes que se formaram no segundo turno em apoio a Fernando Haddad.


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