terça-feira, 17 de março de 2015

Agradar a direita não vai adiantar nada


Ivana Bentes

Já esperava que a presidenta Dilma não falasse, pois as panelas estão batendo (ouvindo de Brasilia os apitos e panelas pelo skype em Copa), mas colocar os ministros Cardoso e Rosseto para anunciar um "pacotão anti-corrupção" é responder ao conservadorismo moralista e não as questões que importam. É responder de novo pela direita e não pela esquerda.


A explosão dos escândalos de corrupção no Brasil só foram possiveis pela autonomia do Ministério Público e outros mecanismos de investigação (inclusive o jornalismo internacional e o Wikileaks, o fim do segredo de Estado, o fim da cultura do segredo).


O governo não consegue sequer capitalizar essa mudança, dos arquivamentos dos processos na ditadura e no gov FHC para a explicitação do sistema de corrupção! Não adianta responder pela direita, com bondades desse tipo! Não muda nada em relação a esquerda e a tudo que vem eclodindo desde 2013. Quando se pedia a ampliação dos DIREITOS e não uma moralização seletiva da política. Assim fica dificil! Agradar a direita não vai adiantar nada, mimar a classe média tampouco (claro que é preciso estar atento a todos os setores, mas depois de sacrificar o programa politico a governabilidade, essa sim corruptivel, vamos capitular diante de uma classe média retrógrada em tantos campos!). É uma questão de disputa de visões de mundo. A presidenta vai desagradar a todos, nessa linha. É o que penso. Temos que colocar o debate em outra dimensão, saída da crise estruturante! Remobilizar todo um campo não para um governismo acritico e medroso, mas para apontar saidas e práticas. Saidas por dentro e por fora do governo! Estamos no front!


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