Em mobilização nacional, organizações reivindicam educação, alimento e trabalho decente
Camila Queiroz
Amanhã (6), militantes sociais e sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Marcha Mundial das Mulheres, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Central de Movimentos Populares (CMP) realizarão, no Brasil, o Dia Nacional de Mobilização na luta por educação, alimento e trabalho decente.
Paralisações, atraso na entrada do trabalho, passeatas, panfletagens e debates comporão o Dia Nacional, que ocorrerá de maneira descentralizada, em 23 dos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal. A expectativa dos organizadores é que milhares de trabalhadores se unam à manifestação.
De acordo com a militante da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e da Marcha Mundial das Mulheres, Sônia Coelho, os movimentos decidiram se articular conjuntamente por entender que precisam fortalecer suas bandeiras no contexto de novo governo, sob o comando da presidenta Dilma Rousseff desde o início deste ano.
"Estamos começando um novo governo, já está aí com seis meses, e esse é o momento de os movimentos irem pra rua, mostrar que estão mais vivos do que nunca e que querem conquistar direitos”, afirmou.
Sônia detalha que os movimentos analisam como boa a conjuntura econômica brasileira e, por isso, avaliam que esta é a ocasião propícia para reivindicar direitos sociais. "Há temas que os movimentos entendem que têm que avançar no Brasil. O país está bem e é hora de melhorar a distribuição de riqueza por meio da educação, por exemplo, muito importante para gerar mais crescimento”, ressaltou.
Dentre as reivindicações, está o trabalho decente, eixo de luta que inclui o combate à terceirização; remuneração igual para tarefa igual, no caso das mulheres, que muitas vezes recebem remuneração inferior aos homens mesmo desempenhando a mesma tarefa; fim do fator previdenciário, que atinge os trabalhadores aposentados ou prestes a se aposentar, além da redução da jornada de trabalho, de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial. "Uma demanda que está no Congresso desde meados da década de 1990” , comenta Sônia.
No quesito educação, o Dia Nacional de Mobilização exigirá destinação de 10% do PIB brasileiro para o setor e a construção de mais creches, o que favorece a autonomia econômica das mulheres. "Apenas 20% das crianças tem acesso a creches, o que dificulta muito a participação das mulheres no mercado de trabalho”, enfatizou.
Também unânime entre as organizações é a luta por Reforma Agrária. "Nós queremos outro modelo de produção, fortalecer a agricultura familiar, responsável por 70% dos alimentos consumidos no país, mas sem os investimentos necessários, é inverter essa lógica que faz com que o agronegócio leve a maior parte dos investimentos”, explica, acrescentando que assim o valor dos alimentos poderia ser barateado.
Somado a essa bandeira, vem o repúdio aos agrotóxicos, que causam adoecimento à população e enriquecem transnacionais como Syngenta, Bayer e Monsanto, consideradas as maiores produtoras.
Para saber o que cada estado vai realizar no Dia Nacional de Mobilização,
Adital
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