terça-feira, 11 de agosto de 2009
Maltrato infantil é prática tolerada na América Latina e Caribe
Meninos, meninas e adolescentes menores de 18 anos na América Latina e Caribe sofrem cotidianamente maltrato físico ou psicológico, e um alto percentual de adultos pensa que se trata de uma prática norma de educação e socialização. Pesquisas realizadas em 16 países da região indicam que altas percentagens de adultos - em alguns casos superior a 80% - consideram natural recorrer ao maltrato infantil, incluindo o castigo corporal, para impor disciplina.
Assim se estabelece no artigo "Maltrato infantil: una dolorosa realidad puertas adentro", do boletim Desafios Nº 9, da Cepal e Unicef, onde se analisa o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio na infância e adolescência.
Devido à falta de uma metodologia homologada que meça as diferentes formas de abuso não é possível falar de cifras comparáveis entre países distintos. Contudo, diversas pesquisas nacionais indicam que o maltrato infantil é um fenômeno em aumento raras vezes denunciado.
Na Colômbia, 42% de mulheres informaram que seus companheiros ou esposos castigavam a seus filhos e filhas com golpes, segundo dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde de 2005.
No Uruguai, 82% dos adultos entrevistados para um estudo do Ministério do Desenvolvimento Social, em 2008, informaram alguma forma de violência psicológica ou física contra crianças em casa.
Na Costa Rica, uma pesquisa em 2004 do Instituto de Estudos Sociais na População revelou que 65,3% dos adultos exercem violência física contra seus filhos.
O principal fator de risco para que exista violência contra meninos e meninas no interior das famílias é que o pai ou a mãe tenham sofrido uma experiência semelhante na infância, segundo a psicóloga Soledad Larraín e a socióloga Carolina Bascuñán, da UNICEF, autoras do estudo. Esse é o chamado fenômeno de transmissão intergeracional da violência.
(Envolverde/Adital)
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