sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Luiz Couto responsabiliza Eitel e Kelson por execução de petista



O deputado federal Luiz Couto (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, declarou na tarde deste domingo (25) que o secretário de Segurança Pública da Paraíba, Eitel Santiago, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Kelson, são indiretamente responsáveis pela execução do advogado Manuel Bezerra de Mattos Neto, vice-presidente estadual do PT de Pernambuco que foi assassinado na noite de sábado (24) em Pitimbu.
Segundo o parlamentar, é notório que os grupos de extermínios formados por policiais civis e militares e por capangas contratados continuam agindo livre e impunemente pelo Estado, mesmo que o Governo da Paraíba continue em não reconhecer suas existências. “A impunidade é a mãe da criminalidade. As execuções continuam acontecendo e ninguém faz nada. Não sei se por medo, omissão ou conivência”, disparou.
Ele defendeu a criação de uma força tarefa nacional, com a participação do trabalho de inteligência da Polícia Federal, para desbaratar as quadrilhas que agem impunemente na divisa entre Paraíba e Pernambuco. “Este clima de impunidade permite que policiais de araque achem que podem matar sem que nada aconteça contra eles. Está na hora de se fechar o cerco e levar todos para as barras da justiça”, prosseguiu o parlamentar.
Couto disse ainda que os policiais que compõem os grupos de extermínio recebem proteção e apoio de autoridades públicas, e seria por isto que muitos continuavam sendo barbaramente executados.
Sobre o advogado Manuel de Mattos, o deputado federal paraibano disse que se tratava de um “autêntico e incansável defensor dos direitos humanos”, que fora assassinado a partir de um crime orquestrado, planejado e organizado. “Esta foi uma execução anunciada”, lamentou.
Luiz Couto, por sinal, cita nominalmente o policial militar Flávio Inácio Pereira, suposto participante dos grupos de extermínio que, sempre que ia a um bar e se embriagava, dizia para quem quisesse ouvir que um dia iria matar tanto o advogado Manuel de Mattos, como o deputado federal Luiz Couto. “Um dos alvos do policial já foi morto. Talvez eu seja o próximo alvo”, comentou Couto, que é presidente estadual do PT da Paraíba.
Classificando a execução do colega pernambucano, Luiz Couto disse que aquele era um momento de extrema dor e sofrimento, que obrigava a uma reflexão e a um debate aberto sobre o problema. “Estas organizações criminosas continuam atuando abertamente. Isto precisa mudar. Enquanto as autoridades paraibanas negam a existência dos extermínios, as quadrilhas continuam agindo com ainda mais força”, prosseguiu.
De acordo com Luiz Couto, muitas pessoas que prestaram depoimentos a CPI dos Grupos de Extermínios da Câmara dos Deputados (em que ele foi o relator) está atualmente morto, o que teria provocado um terrível clima de terror. Segundo ele, todas as autoridades sabem onde os grupos atuam, mas nada é feito.
“Entregamos uma relação de policiais militares e civis que participavam dos grupos de extermínio, mas todos continuam na ativa e trabalhando normalmente na Paraíba”, denunciou. Manuel de Mattos Neto será enterrado às 17h deste domingo, no município de Itambé.

Paraiba 1

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