Presidente da OAB, Odon Bezerra, disse que o clima no local é tenso.
Presos estão fazendo greve de fome há pelo menos três dias.
Inaê Teles
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba, Odon Bezerra, criou uma comissão para apurar as denúncias de torturas dentro do presídio PB-I, onde os detentos estão há pelo menos três dias em greve de fome. Em entrevista, Odon Bezerra disse que o clima no local é tenso, "conversei com o diretor do presídio e ele negou que estivesse torturando os detentos”.
Bezerra visitou uma das alas e conversou com dois detentos, que de acordo com familiares estariam sofrendo torturas. “Pedi para ele levantar a blusa e não havia nenhum machucado. Ele dizia apenas que estava debilitado porque era obrigado a ficar sem comer por imposição de outros presidiários”. O secretário de Administração Penitenciária do Estado, Harrison Targino, explicou que os chefes de uma facção criminosa estariam chantageando os demais presos para que aderissem à greve.
Na manhã desta segunda-feira (29), o secretário Harrison Targino e o comandante da Polícia Militar na Paraíba, Euler Chaves, visitaram o presídio PB-I. Três equipes do Corpo de Bombeiros também estiveram no local. O G1 ligou para o do presídio e um agente, que não quis se identificar, revelou que a visita foi para instalar uma enfermaria na unidade para atender os detentos que já estariam debilitados pela greve de fome.
A comissão
A comissão é composta pelo presidente da OAB-PB, Odon Bezerra, pelo tesoureiro Antônio Gabínio Neto, a secretária geral adjunta, Ivan Kurisu, o presidente da Comissão de Prerrogativas, Jeferson Fernandez e a presidente da Comissão de Direitos Humanos, Nadja Palitot.
Reivindicações
Os detentos estão reivindicando a demissão do novo diretor do PB-I, capitão da Polícia Militar Sérgio Fonseca de Souza. Ele foi nomeado no dia 12 de agosto. “Eles estão achando ruim porque antes os familiares traziam lagosta, pizza e bacalhau para alguns detentos e agora não tem mais isso”. De acordo com Harrison Targino, o diretor está cumprindo apenas a resolução do Conselho Penitenciário que restringe a entrada de alguns itens alimentícios na unidade prisional.
Outros presídios
Na Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, o presídio do Roger, cerca de 300 detentos aderiram ao movimento por imposição dos comandantes da facção criminosa. “Os chefes estão mandando os detentos não se alimentarem. Caso eles comam, os chefes estão ameaçando surrá-los ou fazer coisas piores. Mas o movimento está perdendo força", afirma o secretário de administração penitenciária da Paraíba
G1 PB
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