Documento do encontro faz cerco a paraísos fiscais e diz que 'era do segredo bancário acabou'
Por mais que haja diferença entre o escrito e o feito, a reunião de cúpula dos líderes do G-20 lançou ontem em Londres os alicerces de uma nova arquitetura para o sistema financeiro mundial, cujo destaque foi a confirmação do aporte de recursos da ordem de US$ 1,1 trilhão para o Fundo Monetário Internacional (FMI) - antecipado na véspera para a imprensa brasileira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Com a afirmação no documento final de que "a era do segredo bancário acabou", os países também concordaram em apertar o cerco sobre os paraísos fiscais e decidiram submeter, pela primeira vez, os hedge funds (fundos altamente especulativos) a uma rígida regulação.
A ação mais rigorosa contra os paraísos fiscais inclui a publicação imediata de uma lista de países que se recusam a aceitar novas regras contra o sigilo financeiro, com direito a possíveis sanções.
De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que será responsável pela lista "suja", Uruguai, Costa Rica, Filipinas e Malásia recusaram-se a aderir às normas. Este ponto representa uma vitória para a agenda trazida à mesa de negociações pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, que durante a semana até ameaçara abandonar as discussões.
Os líderes também concordaram em criar um novo órgão, o Conselho de Estabilidade Financeira, que servirá como uma espécie de sistema de alerta para novas crises, ao lado do próprio FMI.
Além disso, assumiram o compromisso de uma injeção total de US$ 5 trilhões na economia mundial até o final de 2010 como parte dos esforços de combate à crise e que deverá resultar num crescimento global maior que a estimativa de 2% para o ano que vem, feita anteriormente pelo próprio fundo. A cifra inclui programas de estímulo já anunciados.
Do blog do Noblat
Nenhum comentário:
Postar um comentário