terça-feira, 7 de abril de 2009

O livre mercado corrompe moralmente?


Todo ano, a Templeton Foundation realiza uma campanha chamada ‘the big question’ – a grande pergunta. A pergunta é apresentada a gente boa em todo o mundo: Bernard-Henri Lévy, Ayaan Hirsi Ali, Christopher Hitchens. Aqui no Brasil, a trupe do site liberal Ordem Livre está traduzindo o material deste ano.
A pergunta: ‘Será que o livre mercado corrompe moralmente?’
Além de traduzir as respostas dos estrangeiros, eles estenderam ao Brasil o projeto e me incluíram entre os convidados para enfrentar o tema. Minha resposta:
É evidente que o Livre Mercado corrompe moralmente. Dinheiro é poder e poder corrompe.
Adam Smith não tinha dúvidas a esse respeito. Uma consequência imediata da divisão de trabalho nas fábricas, ele escreveu na Riqueza das nações, é uma massa de trabalhadores especializados porém ‘corrompidos ao ponto de serem incapazes de vigor e perseverança para qualquer outro tipo de trabalho’. Os promotores do laissez-faire absoluto não gostarão de saber que a solução proposta pelo velho economista escocês é intervenção governamental para prover educação à massa ignara.
O princípio da ‘mão invisível’, diga-se, parte do pressuposto de que os homens envolvidos no livre mercado são, no mínimo, amorais, quando não francamente imorais. Eles não pensarão na sociedade mas apenas em seus próprios interesses.
O resto da resposta está lá. Assim com vários ensaios muitos mais sofisticados dos outros convidados.

de Pedro Doria

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