sexta-feira, 9 de março de 2012

Mulheres: "Nenhum direito a menos, nossa luta é pela igualdade"

Clara Charf


Nenhum direito a menos



A comemoração do Dia Internacional das Mulheres é duplamente significativa para as brasileiras neste ano. Neste ano completam-se 80 anos de voto feminino no país. À época da eleição em que as mulheres votaram pela primeira vez, em 1932, Clara Charf, uma das aguerridas ativistas em prol dos direitos femininos, tinha apenas seis anos.

Em entrevista, gentilmente cedida a este blog (confira aqui), Clara fala sobre as conquistas e desafios das mulheres. E, também, sobre a emergência do "homem novo". O tema interessa a todos, sobretudo aos homens - e estou entre eles - que apoiam a igualdade de direitos e oportunidades entre os gêneros, e se orgulham em ter uma presidenta na condução do Brasil.


A Câmara dos Deputados recebeu a doação de U$300 mil do Banco Mundial para a estruturação da Procuradoria Especial da Mulher da Câmara. A entidade financeira também divulgou um importante relatório, "Igualdade de Gênero e Desenvolvimento", que discorre sobre os impactos negativos na economia nos contextos em que ocorrem a desigualdades entre os gêneros (leia a íntegra).

Segundo o estudo, a inclusão da mulher no mercado de trabalho em condições igualitárias, em determinadas ocupações, segundo o Banco Mundial poderia aumentar a produtividade de 3% a 25% em vários países.

A Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) da Organização das Nações Unidas estima, ainda, que igualar o acesso a recursos produtivos entre agricultores homens e mulheres poderá aumentar a produção agrícola em países em desenvolvimento de 2,5% a 4%.

Há progressos neste campo. No último quarto de século, a vida de meninas e mulheres mudou radicalmente tanto em termos de alfabetização (em 1/3 dos países em desenvolvimentos o número de meninas na escola supera o de meninos), quanto no mercado de trabalho. Hoje, as mulheres já representam 40% da força de trabalho no mundo e ultrapassam os homens em termos de longevidade.

Longo percurso a percorrer

No Brasil, as mulheres somam 97,3 milhões de pessoas. Segundo Instituto Data Popular, o número de empregos formais exercidos por mulheres trabalhadoras teve um crescimento de 75% em 2011. Já em termos de renda, o Instituto estima que, neste ano, as mulheres deverão movimentar cerca de R$ 717 bi - uma renda 66,6% superior à de 2002 (R$ 430,5 bi).

Mas ainda falta para a igualdade de gêneros que buscamos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, em 2010, as mulheres receberam 70% do valor do salário recebido pelos homens. Na média, elas ganharam R$ 983 por mês ante R$ 1.392 pagos a eles.

Hoje, 8 de março, quando se comemora, internacionalmente a mulher, os desafios da disparidade salarial entre os gêneros, a violência contra a mulher, a demanda por mais creches no país, dentre outros temas caros às nossas guerreiras, serão temas de atos e de manifestações em todo o país.

Em São Paulo, ocorre nesta tarde uma passeata programada pelos movimentos sindical e popular começará, na Praça da Sé, sob o lema "Nenhum direito a menos, nossa luta é pela igualdade". E aos que estiverem em Brasília, às 21h começa o show “Mulheres Mais: Autonomia e Desenvolvimento Sustentável”, com a cantora Maria Bethânia, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. (Ingressos serão distribuídos gratuitamente no dia 8/3, às 9h, na bilheteria do Teatro Nacional).


Blog do Dirceu

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