sábado, 6 de julho de 2013

Oposição quer democracia sem povo


Messias Pontes

Como historicamente acontece desde que o Brasil é Brasil, as elites econômicas sempre tiveram grande desprezo pelo povo. Hoje essas carcomidas elites são defendidas e representadas pela oposição conservadora de direita – PSDB, DEMO e PPS.

A velha mídia conservadora, venal e golpista que funciona e até já se declarou como o principal partido de oposição, se encarrega de difundir as ideias mais atrasadas. Ela não aceita, em hipótese alguma, que o povo seja protagonista da sua própria história.

Na manhã de ontem a presidenta Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso Nacional as sugestões de temas para a formulação do plebiscito sobre a reforma política que as forças vivas da Nação estão a exigir: a forma de financiamento das campanhas eleitorais, do sistema eleitoral, a possibilidade do fim da suplência de senador, a manutenção ou não das coligações partidárias e o fim do voto secreto nas votações do Congresso.

Para evitar que a oposição conservadora de direita alegue que a presidenta Dilma está querendo impor e enfiar goela abaixo a sua proposta, o vice-presidente Michel Temer, que se fazia acompanhar do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, foi logo esclarecendo ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que a competência para elaboração do plebiscito é exclusivamente do Congresso Nacional. Observou Temer que o que o Executivo está fazendo é uma mera sugestão, pois quem vai conduzir o processo do início até o fim é o Congresso.

Antes mesmo de conhecer as propostas do Executivo, a oposição conservadora foi logo desqualificando-as e se posicionando contra a participação popular na elaboração das diretrizes da reforma política. Como historicamente sempre defendeu uma democracia sem povo, a direita quer impor, com o irrestrito apoio da velha mídia, o referendo, ou seja, o povo vai opinar somente depois da coisa feita.

Receptivo, o senador Renan Calheiros enfatizou que vai tentar estabelecer um calendário de votação do projeto de decreto legislativo que institui o plebiscito de forma que as novas regras da reforma política já tenham validade nas eleições do próximo ano, ou seja, votado até o dia três de outubro próximo.

A reação da oposição conservadora já era esperada. Afinal, tudo o que for proposto para beneficiar a maioria dos brasileiros ou colocá-la no centro das decisões, a direita é contra como sempre foi. Basta lembrar do aumento de 100% para o salário mínimo proposto pelo então ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, João Goulart e pela decretação do 13º para os trabalhadores. Toda a direita, capitaneada pela tristemente célebre União Democrática Brasileira (UDN) e pela velha mídia. Em editorial de primeira página o jornal O Globo afirmava que o 13º salário iria quebrar a grande maioria das empresas. Nenhuma quebrou por isso.

O senador tucano Aécio Neves, reagindo ao plebiscito proposto pela presidenta Dilma Rousseff, afirmou que o governo “não entendeu nada das manifestações populares e, por isso, o Congresso deve reagir aprovando o referendo”. Aécio defendeu que a consulta popular deveria ser realizada no mesmo dia das eleições de 2014 para que a população tenha o direito de referendar ou não a reforma política aprovada pelo Congresso até lá.

Ora, quem não entendeu nada, ou se fez de desentendido foi o senador mineiro. O que a voz das ruas deixou claro é que o povo não se sente representado por esse Congresso que está aí, com um terço dos senadores que não tiveram um único voto – são suplentes que assumiram com o afastamento do titular- e com deputados do quilate do social-cristão homofóbico Marco Feliciano.

Na realidade, a reforma política vem sendo rejeitada por essa irracional oposição e pelos setores conservadores do PMDB há muitos anos. Ela vem se posicionando contra o financiamento público exclusivo de campanha alegando que serão gastos mais de R$ 900 milhões e que esses recustos deveriam ser canalizados para a educação e saúde.

Desde quando essa gente teve compromissos com a educação e a saúde? Ao tirar mais de R$ 80 bilhões anualmente da saúde com a desaprovação da prorrogação da CPMF – esse valor atualizado estaria hoje em torno de R$ 100 bilhões -, essa mesma oposição colocou a saúde na U.T.I Na realidade, quer mesmo é continuar recebendo bilhões das grandes empresas para garantir sua eleição e reeleição. Empresa nenhuma financia candidato se não tiver certeza do retorno em dobro do dinheiro investido.

O que quer e sempre quis essa oposição conservadora de direita, a mesma da casa-grande, é uma democracia sem povo.

Vermelho

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