Lula causou boa impressão à editora do Wall Street Journal
O Brasil não deveria depositar suas esperanças para sair da crise econômica global nos Estados Unidos, de acordo com artigo publicado nesta segunda-feira no jornal americano The Wall Street Journal (WSJ).
A colunista Mary Anastasia O'Grady, que integra o conselho editorial do diário especializado em finanças, disse que o Brasil se tornou uma "potência exportadora" na última década e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é hoje "um dos defensores mais ardentes do livre comércio global", mas as condições do mercado americano não são favoráveis.
"Atingido pela queda no preço dos imóveis, o consumidor americano abandonou a compra frenética e começou a economizar. Isto reduziu a demanda e não há muito que o Brasil possa fazer", disse o artigo.
O'Grady disse que Lula deveria usar sua posição de força como presidente para "impulsionar uma reforma dos pesados encargos fiscais do Brasil, que prejudicam a criação de empregos, ao invés de colocar suas esperanças na ação do governo dos Estados Unidos para ressuscitar o consumidor".
A colunista se mostrou impressionada com a palestra que o presidente brasileiro fez em uma conferência para investidores patrocinada pelo Wall Street Journal em sua visita a Nova York na semana passada. "Se a tarefa de um líder durante uma crise é inspirar confiança então (...) o presidente Lula da Silva estava fazendo horas extras."
Durante a palestra, Lula fez "algumas advertências sutis sobre como as coisas podem se tornar difíceis se os Estados Unidos continuarem a lidar mal com seu papel de liderança financeira" no mundo.
O'Grady disse que o presidente brasileiro "tem razão".
"O Tesouro (americano) gastou centenas de bilhões de dólares com o Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês) mas a confusão (...) ainda está minando a capacidade de empréstimo das instituições financeiras", afirmou a colunista.
Ela critica as medidas que o governo americano vem tomando para estimular a economia e lidar com as instituições financeiras, e diz que há risco de o dólar sofrer uma grande desvalorização.
Isso pode elevar o preço das commodities que o Brasil exporta, pelo menos em termos nominais, "mas não é uma receita para restaurar a saúde da economia que o Sr. da Silva diz ser tão necessária para o crescimento global", conclui o artigo.
BBC BRASIL
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