sábado, 21 de março de 2009
Lucro de bancos no Brasil se destaca no mundo
21/03/2009 12:10
Os bancos no Brasil estão entre os mais rentáveis do...
Os bancos no Brasil estão entre os mais rentáveis do mundo e ganham tranquilamente em rentabilidade de seus congêneres dos Estados Unidos, demonstra estudo da Consultoria Economática publicado hoje pela Folha de S.Paulo (reportagem com o título "Banco do país é mais rentável que dos EUA").
Os bancos brasileiros se tornaram tão bom negócio e seus lucros são tão astronômicos que, conforme ressalta o jornal, na recente temporada de divulgação de seus balanços o setor se destacou entre os demais da economia vítimas dos efeitos e consequências da crise econômica mundial.
"Os (bancos americanos) mais lucrativos JP Morgan e Bank of America ficam nas últimas posições no que diz respeito à rentabilidade", destaca um trecho do estudo da Economática na comparação da rentabilidade das instituições bancárias brasileiras com as do restante do mundo.
No sistema criado e viciado que rege a atividade dos bancos no Brasil não poderia ser de outra forma. Com os altos juros e spreads que cobra, ele está montado e opera para que o capital financeiro se aproprie mesmo da maior parte da renda nacional em detrimento da produção e dos salários.
Nosso sistema bancário não cumpre seu papel
Na verdade, o nosso sistema bancário mal cumpre o seu papel real de financiar a produção e o consumo. Vive voltado para os rentistas, é mais um grande administrador de carteiras de aplicações de apenas 13 mil pessoas físicas e jurídicas que detêm 70% da dívida pública - nestas incluídos os próprios bancos e instituições financeiras - ficando os outros 30% da dívida nas mãos de 7 a 8 milhões de pessoas físicas e jurídicas pequenas investidoras.
É preciso notar, ainda, que além dos altos lucros, os bancos do país obtem uma rentabilidade média de 25% ao ano sobre o patrimônio, o que simplesmente os leva a dobrá-lo a cada quatro anos.
Não sei o que é pior, se isso ou o fato de os bancos e as grandes empresas estarem distribuindo cada vez maiores parcelas desses ganhos aos seus executivos, uma prática que, em plena crise, tornou-se discutível em todo o mundo e, inclusive, tem sido combatida pelo novo governo dos Estados Unidos.
O fato é que no caso dos EUA a prática é mais grave porque a poupança e os investimentos tem caído e o país tem crescido apoiado no endividamento, nos gastos militares e nas bolhas especulativas - a última delas, a imobiliária e dos subprime, levou o paí e o mundo a maior crise já vista nos últimos 100 anos do capitalismo.
Leia também artigo "A complexa redução do spread e dos juros" na seção Artigos do Zé.
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