segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Dilma, nossa melhor inimiga

Escolher o Campo 

Ivana Bentes

É preciso saber escolher até os inimigos! 

Nesse momento declarar apoio politico e/ou voto no processo complexo, contraditório, mas primordialmente aberto e em disputa iniciado por Lula 12 anos atrás é a maior forma de critica, reflexão filosófica, carta de princípios que ao meu ver se pode explicitar no momento polarizado que chegamos.

Depois podemos quebrar tudo, se opor, criticar, fazer o que nunca deixaremos de fazer! Mas escolher o CAMPO e até mesmo quem é o nosso "melhor inimigo" que queremos combater implica em reconhecer alguma afinidade.

Gesto de grandeza o do PSOL e/ou de parte dos seus deputados que sabem o que significa estar no front contra o conservadorismo e obscurantismo: Marcelo Freixo Jean Wyllys Chico Alencar declarando apoiar Dilma nessas eleiçoes.

Gesto de pequenez de Marina Silva apoiando Aécio Neves (mendigando uma agenda minima em um programa mortal) e que despreza todos os valores construidos pela propria Rede e por todo o campo da esquerda.

Dilma, mesmo na lógica das afinidades e inimizades, é nossa "melhor inimiga", pois o projeto em curso vem sendo construido coletivamente, por muitos movimentos complementares e mesmo que se opõem pontualmente ou programaticamente, mas que reconhecem o campo aberto e propicio para suas lutas. Trata-se de aliança politicamente estratégicas e vitais para uma rede gigantesca em construção, para todo um ambiente politico, cognitivo, afetivo.

Sempre participei de juris em muitos tipos de concursos, editais, provas e sempre tem um "transcendente" que defende "não premiar" ninguém porque "ninguém" tinha alcançado o mérito ou qualidade exigidas pelo "julgador do mundo". Sempre transformávamos a transcendência em imanência, dizendo, mas quem é você para se colocar acima do "estado da arte" de um campo! Se estão todos ruins vamos escolher o melhor dentre eles que certamente se qualificará no próprio processo!

O que qualifica não é UMA escolha, nem UM voto, é o processo todo! Vamos qualificar e disputar um processo em curso. Vamos qualificar Dilma, exigir, criticar, pressionar! Como já disse e repito, a sociedade é ingovernável e tem outras formas, autônomas, não representativas, disruptivas de atuar. Mas só estas formas não dão conta das forças obscurantistas em ação, dentro e fora dos governos!

Os que "lavam as mãos" nesse momento, os que se demitem intelectualmente, os que se acham "acima" do processo da democracia representativa, os que julgam o mundo de alguma perspectiva transcendente do tipo "não há nenhum candidato a altura" dos meu valores e crença cumprem também o seu papel. Escolheram Aécio Neves como interlocutor e como campo! Não me parece o bom combate!

Dilma, para nossa melhor inimiga! Na lógica das afinidades intensivas!



Ivana Bentes
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