quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Especulação imobiliária patrocina políticos, critica Rubies



A avaliação é do presidente da Associação Preserva São Paulo, Jorge Eduardo Rubies


A situação do patrimônio cultural na cidade é calamitosa, extremamente preocupante". A avaliação é do presidente da Associação Preserva São Paulo, Jorge Eduardo Rubies, que criticou a não aplicação de recursos no Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural e Ambiental Paulistano (Funcap) em 2010.

- É a última prioridade não só deste governo, mas de qualquer governo que passa aqui. Não dão a menor atenção ao problema. O Funcap não tem dinheiro, não se restaura e tomba quase nada e, quando se restaura, normalmente é mal feito. Muitas vezes, fica pior do que antes.

Para Rubies, os órgãos de preservação, como o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), estão esvaziados.

- Não têm verba, não têm funcionário, são acuados pela pressão imobiliária. Mas do que negligência, é um crime o que estão fazendo com a cidade. Com doações vultosas, a especulação imobiliária patrocina grande parte dos políticos. Então, na prática, é a especulação que manda. Quer é passar o trator e derrubar tudo. Não tem a menor sensibilidade social. Não tem a preocupação em preservar meio ambiente, patrimônio histórico. Não está nem aí.

Como consequência direta, diz o presidente da Preserva São Paulo, a cidade perde "sua história, sua paisagem urbana".

- Estamos perdendo nossa referência, nossos marcos estão sendo destruídos.As demolições de prédios de interesse arquitetônico ocorrem diariamente. Um exemplo é um imóvel na Rua Augusta, que foi demolido no final do ano passado e no começo do ano.

Fora da região central, são poucos os bens preservados, tombados pelo município - afirma, elencando como "exemplo emblemático" a proposta da prefeitura de vender um quarteirão (área pública) no Itaim Bibi em troca da construção de duzentas creches na periferia do município.

- Este caso envolve patrimônio histórico, meio ambiente. É um terreno com 20 mil metros quadrados, com uma área verde extremamente significativa para a cidade, com vários prédios de interesse arquitetônico, que estamos tentando tombar. Não no conpresp, porque não teríamos a menor chance, mas no Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).


Terra Magazine

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