sexta-feira, 8 de maio de 2009

O singular partido da Infraero


O maior partido do país, com a maior bancada no Congresso, o glorioso PMDB de badaladas habilidades, distingue-se, no momento, pela singularidade do seu comportamento no mega escândalo dos desvios do dinheiro público nos saques de passagens aéreas, da cota dos parlamentares na orgia das mordomias.

Enquanto as Mesas Diretoras das duas Casas e as lideranças se empenham na articulação de saídas para as muitas encrencas, o PMDB aposta todas as fichas para manter o seu ameaçado feudo no Infraero. Não é o único, mas o mais afetado pela decisão do novo presidente, Cleonílson Nicácio, de expurgar da folha salarial os nomeados por apadrinhamento político.O DEM, oposicionista no Senado, conseguiu reaver dois cargos graças aos protestos do senador Romero Jucá, representante de Roraima.

Mas, a batalha não está inteiramente perdida. Se o novo presidente resiste, é forte a pressão para encaixar os indicados pelo PT, o PTB e do PMDB - que não é desistir no que é a sua especialidade.

O inusitado é a prioridade do PMDB pelos cargos na imensa e entupida máquina administrativa, que engordou até a obesidade, pelos cargos para parentes, cabos eleitorais e cupinchas de luxo dos seus dirigentes e parlamentares.

Na guerrilha para recuperar os cargos dos demitidos, o comando do PMDB reuniu-se com o presidente Lula – o maestro da partilha de espaços na administração, na noite de segunda-feira, quando traçou um quadro de crescentes dificuldades para a preservação da aliança com o governo na campanha eleitoral quer já começou para o governo, com a candidata, ministra Dilma Rousseff viajando por todo o país para acompanhar as obras do Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC), enquanto milhões na imensa área coberta pelas enchentes que derruba casas, pontes, barreiras que arrastam residências e entopem as estradas mereceram a visita presidencial, sem a aspirante a sucedê-lo.

O PMDB bateu na cangalha para assustar o governo. Na conversa com o presidente, no quadro pintado em cores negras, a cúpula do PMDB advertiu que se tivesse que decidir agora, a maioria dos principais diretórios regionais apoiaria a candidatura do governador José Serra, de São Paulo, quadro destacado do PSDB. Já estão fechados com o governador paulista os diretórios regionais de São Paulo, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e Pernambuco.Há muita encenação na súbita indignação do PMDB. Mas, Lula acusou o golpe e prometeu providenciar.

Pelo estilo do governo neste segundo mandato de Lula, pode-se esperar a clássica jogada de vencer as resistências peemedebista com o rateio de cargos, devidamente regados por verbas para a realização de obras e outras notórias serventias.
Mas, com o recuo de um naco da base parlamentar de sustentação do governo e outras implicações políticas em véspera de campanha eleitoral, a saída provável, para não dizer única do governo é de dar um passo atrás para o acerto com o PMDB com novos rombos nas contas públicas.

E a Infraero pode preparar a festa para recepcionar a turma de volta ao lar materno.

doo Blog do Villas Bôas Corrêa

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