sábado, 28 de agosto de 2010

Guia adulterado // Couto move duas ações contra direção do PT



Lívia Falcão

O embate entre PT estadual e municipal extrapolou o campo político e chegou à Justiça criminal. Ontem, o deputado federal e candidato à reeleição Luiz Couto (PT) entrou com uma reclamação eleitoral junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e uma representação criminal junto ao Ministério Público (MP). A reação de Couto veio após a sua estreia no guia eleitoral com um cenário alterado com a colocação de um banner do candidato ao governo, José Maranhão (PMDB), mesmo após o acordo entre as direções partidárias de liberar os programas independentes do petista na televisão.

"Tem gente que quer me matar fisicamente, tem outros que querem me matar politicamente, apenas porque este candidato não se vende e não se troca", desabafou Couto durante evento de combate a crimes eleitorais na Câmara pessoense. O parlamentar comentou que o PT estadual sabia que ele não teria condições efetivas por questões íntimas e políticas de votar no candidato peemedebista. "Todos sabem disso, oque consideramos triste é que a direção do meu partido me exclua do guia. O grande problema não é aquilo que está por trás da imagem, é a postura critica que assumimos ao governo do estado", destaca.

O coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) e chefe de gabinete do PT estadual, Walberto Fonsêca Júnior, descartou qualquer acordo com o candidato e disse comunicou Couto antecipadamente sobre o uso da imagem padrão que traz Dilma Roussef, Rodrigo Soares e o presidente Lula no cenário.

"Ele me pediu por escrito o uso de imagens externas, e foi avisado que seguiríamos o padrão em seus programas. Não houve acordo além desse".

Walberto afirma que não pode fugir às orientações das instâncias partidárias e indagou: "Se Couto não vota em Maranhão, ele vai votar em Rômulo Gouveia? Eu me recuso a acreditar que ele vota em tucano ao invés de votar em Rodrigo".

Já o vice-presidente do PT municipal defendeu que a adulteração é crime porque o programa entregue pelo candidato é um documento eleitoral.

"Adulteraram estedocumento ao colocarem uma imagem que o próprio candidato não permite. A lei não obriga isso. Tenho visto isso em outros programas de candidatos que não usam a imagem do postulante ao governo, isso não significa que estamos descumprindo resoluções do nosso partido", pontua. Para o advogado Edward Johnson Abrantes, a alteração indevida do programa do candidato fere a liberdade de expressão e caracteriza falsidade ideológica. "A adulteração está alterando um documento para fazer crer uma eventual posição política do candidato", acusa.

"Estamos entrando primeiro por conta da alteração, porque houve um acordo político para uso de imagens externas e a não colocação de nenhuma outra imagem externa", explica Couto. "E vamos também entrar com ação para saber de quem foi a autoria do fato e a reparação do tempo que nos foi retirado. Estão agindo de má-fé e com irresponsabilidade", disse.


O Norte

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