segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Intolerância Religiosa em Pernambuco


PE: Povo de Terreiro discute "Absurdos da Intolerância Religiosa"


A partir de uma convocação do Quilombo Cultural Malunguinho, foi criada a Comissão de Acompanhamento Contra a Intolerância Religiosa de Pernambuco, composta por diversas instituições e terreiros comprometidos com a garantia da cidadania plena das comunidades tradicionais das religiões de matrizes africanas e indígenas.

Com o pensamento de combater, discutir e propor soluções contra a intolerância religiosa, o racismo aos terreiros e às tradições negras e indígenas, é que esta Comissão articulou e realizará o seminário “O Povo de Terreiro Discute Absurdos da Intolerância Religiosa em Pernambuco”, no intuito de promover um debate amplo com diversas lideranças e instituições sobre estes temas urgentes de nosso cotidiano.

Nos últimos meses as religiões de terreiro em Pernambuco têm sofrido profundas agressões à sua moral coletiva, ao seu patrimônio material e imaterial e a sua dignidade e liberdade de culto. Perante estes fatos registrados amplamente pela mídia sensacionalista, temos o triste dado de que 7 (sete) terreiros de Jurema e Umbanda foram saqueados e destruídos no município do Brejo da Madre de Deus por vândalos movidos pelo ódio religioso estimulado e manipulado contra nossa religião. Todo este fato consolidou-se devido à associação absurda feita pela mídia pernambucana ao assassinato cruel do menino Flanio, de nove anos de idade, com supostos rituais de “magia negra” ou de terreiro realizados por supostos “pais de santo”.

Perante esta grave problemática o povo de Terreiro de Pernambuco não poderia calar e se omitir. Portanto, este, se reunirá dia 21 de agosto de 2012, no Palácio de Iemanjá (Casa de Pai Edu) no Alto da Sé em Olinda/PE, das 14 às 20h para promover este debate junto às diversas representações nacionais do povo de terreiro, entidades de direitos humanos federais e instituições representativas da luta contra o racismo e intolerância religiosa.

Serão problematizados principalmente os temas relativos à mídia e sua contribuição ao racismo e intolerância religiosa. O ódio religioso e o racismo, e, como o Povo de Terreiro pode combater estas questões.

Realizar este seminário no Palácio de Iemanjá (Casa de Pai Edu) é uma forma de reconhecer o indelével e imenso trabalho que este histórico babalorixá e juremeiro realizou para todo povo de terreiro do Brasil. Em sua homenagem estão dedicadas todas nossas discussões e lutas.

Contamos com sua valiosa participação. Todas e todos são muito bem vindos neste processo de afirmação e luta pelo direito à liberdade de culto e crença dos povos tradicionais de terreiro do Brasil.

Não podemos voltar à Idade Média com este caça as bruxas do século XXI no Brasil!

Sobô Nirê Malunguinho!
Salve a fumaça da Jurema!
Axé!
Nguzo!
Vodou!
Saravá!

Vermelho

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