terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Contra a ditadura da Globo no futebol, o gesto inédito de dois clubes paranaenses



Pode não ser muito. Pode ser pouco. Mas também pode ser um acontecimento extraordinário: saberemos com o correr dos dias.


É possível que este domingo tenha sido o marco zero do fim do domínio imperial, tirânico da Globo sobre o futebol brasileiro.

Por Paulo Nogueira

Atlético Paranaense e Coritiba decidiram enfrentar a Globo — e a federação local.



Os times recusaram o dinheiro que a Globo pagaria pela transmissão do jogo entre os dois, o clássico Atletiba.



Era uma “esmola”, segundo o diretor de um dos clubes.



Descartada a “esmola”, Atlético e Coritiba acertaram com o YouTube a transmissão do jogo.



A Justiça proibiu — o que nada surpreende dada a força da Globo.



Os times tiveram uma atitude com potencial revolucionário para o futebol: decidiram não jogar. Os jogadores entraram em campo, ouviram o hino, foram para suas posições — mas não tocaram na bola.



A torcida, segundo jornalistas presentes ao estádio, aliás cheio, aplaudiu e vaiou. Aplaudiu os jogadores, que se deram as mãos em círculo ao sair de campo. Vaiou a Globo.



Repito: pode não dar em nada. Mas pode ser um sinal de que a paciência dos clubes com a Globo tenha chegado ao fim.



Como em todos os negócios dos quais participa, a Globo lucra barbaramente com o futebol e os parceiros têm que se contentar com as sobras. Ou a “esmola”.



Basta ver a situação da Globo — seus donos estão entre os homens mais ricos do país — e compará-la com a penúria do futebol brasileiro.



No Twitter, a hashtag #atletiba fervia na noite deste domingo. A esmagadora maioria dos internautas elogiava entusiasmadamente a atitude dos times. “No Brasil nem a bola pode rolar se a Globo não deixar”, tuitou um dos internautas.



Os próximos capítulo do caso Atletiba prometem ser emocionantes.



Registro aqui minha torcida para que o desfecho, entre todas as possibilidades que alinhei no começo deste artigo, seja o fim da ditadura da Globo no futebol.



Basta.

O DCM

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