O prefeito Fernando Haddad (PT) disse na tarde da última quinta-feira (21) que apenas um “mágico” seria capaz de resolver o problema da isenção da tarifa do transporte público para toda a população de São Paulo. A declaração, talvez mais superficial desde que assumiu a prefeitura da maior cidade do país, se deu no momento em que o Movimento Passe Livre (MPL) vêm realizando protestos semanalmente na cidade e em outras capitais do país.
O dirigente nacional do PSOL Juliano Medeiros, que estará à frente da Fundação Lauro Campos nos próximos dois anos, criticou a fala do prefeito Muitos. "Haddad anda se esforçando para perder o pouco de credibilidade que ainda tinha junto aos setores progressistas da cidade. Não só pela provocação barata que tenta associar os jovens que lutam nas ruas contra os ganhos extraordinários dos empresários de ônibus e contra a polícia de Alckmin aos jovens que viajam à Disney (como se, aliás, isso fosse algum atestado de imbecilidade), mas por adotar um mantra do mercado - 'não há almoço grátis' - para rejeitar uma política pública que tem sido objeto de discussão de especialistas há vários anos. (E EM MUITOS PAÍSES, acrescentamos)
Ao contrário do que pensa Haddad, o passe livre não é um delírio juvenil, mas uma proposta racional que precisa ser discutida como um projeto de futuro e de direito à cidade. Mas é ano de eleição. E Haddad prefere dialogar com o senso comum a manter alguma ponte com os poucos setores progressistas que ainda lhe dão algum respaldo popular", disse Medeiros.
A reação de Haddad tem "apelo", mas é simplista e, talvez, inspirada por má fé: inteligente que é, sabe que tarifa zero pressupõe reorganizar todas as prioridades da administração e não mais ceder, como é injusto e histórico, aos interesses poderosos dos empresários dos transportes coletivos. Tem a ver, óbvio, com o direito à mobilidade urbana, e não seria implantada da noite para o dia. É um processo, que ele, de forma autoritária, prefere ridicularizar a discutir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário