quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Ideia estapafúrdia: um partido lulista, burguês e reformista

A “ideia" de um partido lulista, burguês e reformista

Jaldes Meneses

As analogias históricas sem pé nem cabeça estão em moda. Circula por aí no debate político de esquerda na internet uma ideia estapafúrdia de ares panegíricos. É a seguinte: assim como Vargas fundou dois partidos em 1945 - o PTB para abrigar os trabalhadores emergentes, e o PSD, para abrigar as oligarquias regionais e os quadros burocráticos conservadores do Estado Novo - Lula fundaria um novo partido “lulista, reformista e burguês”.



Definitivamente, o momento não é instituinte, mas instituído. Sem gastar muita pólvora com o devaneio, arremato que haver uma diferença histórica fundamental entre o Vargas em 45 e o Lula hoje. Vargas passou 15 anos no poder e saiu do Catete direto para um exílio em São Borja e mais com mandato de Senador que garantia a imunidade parlamente. Ninguém do Estado Novo foi para a cadeia. Carlos Lacerda era puto com essa imunidade.



A estrutura de poder que Vargas montou no Estado continuou intacta, embora sob fogo crítico cerrado da oposição udenista, tanto que elegeu, contra todos os prognósticos iniciais, o gal. Dutra presidente da república contra o brigadeiro Eduardo Gomes. Lula não possui nenhuma dessas reservas de poder, esteve longe de poder estruturar o “estado lulista". Quanto à burguesia brasileira (além do mais, desde quando Renan virou representante crível da Avenida Paulista?) ganha uma passagem aérea grátis para Oslo quem nela detectar alguma veleidade de criar um partido reformista - e ainda por cima Lulista!




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