
Se houvesse de fato Justiça no Brasil, os donos desta rede de lojas já estariam presos. Eles já foram acusados diversas vezes pelo uso de trabalho escravo na confecção de suas roupas. Em 2010, fiscais do trabalho de São Paulo flagraram dezenas de imigrantes trabalhando em condições degradantes nas empresas terceirizadas que fornecem roupas à poderosa empresa - uma das maiores do ramo no país. Na ocasião, a rede recebeu 43 autos de infração, num total de R$ 633,6 mil em multas, dos quais R$ 394 mil se referiam à sonegação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os auditores fiscais ainda exigiram que a empresa fizesse a rescisão do contrato de 16 bolivianos - incluindo um adolescente - e pagasse os direitos correspondentes aos imigrantes selvagemente explorados.
A empresa até tentou disfarçar o seu crime, dizendo que apenas comprava as roupas de terceirizadas. Mas os fiscais concluíram que a Marisa usava "pseudoempresas interpostas" e que elas funcionavam "como verdadeiras células de produção' da poderosa rede, encobrindo as relações de emprego. O que motivou esta dura condenação é que não foi a primeira vez que a empresa foi flagrada explorando trabalho escravo. Em 2007, as Lojas Marisa e outros magazines do setor têxtil já tinham assinado um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho, comprometendo-se a evitar ligações com oficinas com trabalho ilegal. O acordo, porém, não foi cumprido.
Talvez com o objetivo de evitar novas fiscalizações e multas, esta cloaca empresarial tenha apostado todas suas fichas no impeachment da presidenta Dilma, patrocinando grupelhos fascistas e seduzindo a chamada "classe mérdia". Ela sabe que a quadrilha de Michel Temer, que tomou de assalto o poder, não respeita os direitos dos trabalhadores - como atestam suas "reformas" trabalhista e previdenciária. Isto explica o atrevimento da rede Marisa e sua propaganda escrota para o Dia das Mães. Se houvesse mídia honesta no país, um bordão de contraponto poderia ser: "Marisa tem culpa sim... pelo trabalho escravo no Brasil". Mas a mídia, além de apoiar o golpe dos corruptos, depende da publicidade destas empresas. Além de golpista, ela é mercenária, venal e prostituída - com todo o respeito às prostitutas!
Altamiro Borges
Nenhum comentário:
Postar um comentário