quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Um imposto contra a especulação



do Blog do Dirceu

A instituição de um imposto sobre transações financeiras - principalmente especulativas, óbvio - "não resolveria todos os problemas, mas teria ajudado a prevenir a atual crise" econômica mundial, afirma o jornalista Paul Krugman, articulista do "New York Times", Prêmio Nobel de Economia de 2008, em "Tributar especuladores" artigo traduzido na Folha de S.Paulo.

Krugman fala dessa proposta a ser adotada, em tese, nos Estados Unidos, mas a discussão é perfeitamente válida e oportuna para o Brasil.

"Será que deveríamos usar impostos para reprimir a especulação financeira? Sim, dizem as principais autoridades encarregadas de fiscalizar a City de Londres. Outros governos europeus concordam - e eles estão certos", pergunta e responde Krugman para lamentar e concluir em seguida: "Infelizmente, as autoridades econômicas dos EUA se opõem frontalmente à proposta. Seria de esperar que reconsiderem: um tributo sobre as transações financeiras é uma idéia cuja hora, enfim, chegou.

Krugman lembra que essa proposta surgiu em agosto, quando Adair Turner, principal encarregado da regulamentação financeira no Reino Unido, apelou por um imposto sobre transações financeiras de maneira a desencorajar atividades "socialmente inúteis" e foi encampada pelo 1º ministro britânico, Gordon Brown.

E aqui, no Brasil, até quando?

Na verdade, ressurgiu, porque conforme observa Krugman, ela é mais antiga - data de 37 anos atrás. Começou a ser defendida por James Tobin, da Universidade Yale, também ganhador de um Nobel de Economia, sob o argumento de que a especulação cambial exercia efeito perturbador sobre a economia mundial.

"Para reduzir as perturbações, ele (Tobin) apelou para um pequeno imposto sobre cada transação cambial, na expectativa, conforme afirmava de que "jogaria areia no bem lubrificado mecanismo da especulação", destaca Krugman.

Como essa questão é mais do que oportuna para o Brasil atual, é o caso de se perguntar: até quando o nosso Banco Central (BC) vai se opor a uma política que desestimule, tribute e penalize a especulação? Até quando vamos aceitar os atuais spreads bancários com suas inevitáveis conseqüências no câmbio e nas despesas financeiras do governo?

Sem contar, que a atual é uma política nociva, que transfere centenas de bilhões de reais da economia para os rentistas e o capital financeiro, proporcionando uma concentração de renda e riqueza nunca vistas. Leia a íntegra de "Tributar os especuladores" , de Paul Krugman, na Folha de S.Paulo.

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