quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Reação de oposição que criou CPMF é jogo político, diz analista


Eduardo Miranda

A reação indignada de líderes de partidos da oposição à tentativa do governo de criar uma nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira) tem causado estranheza em analistas políticos. O tributo, afinal, foi criado quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso era ministro da Fazenda de Itamar Franco.


Dilma é alvo de "jogo político" da oposição

Há quem considere arriscada as atitudes da oposição, quando não apenas o governo federal como também os estados passam por problemas fiscais. Para o cientista político Ricardo de Oliveira, professor da UFPR, que classificou esse "jogo político" como irresponsável, o problema se agrava pelo caráter da tributação:

"A CPMF é um imposto que consegue atingir de maneira progressiva os contribuintes que conseguem se isentar de outra forma de fiscalização, os sonegadores. Ademais, ela é uma política imediata de distribuição de renda, já que atinge sobretudo quem movimenta valores acima de milhões de reais", defende Oliveira.

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O cientista político chama a atenção para o fato de que a emergência dos estados para a resolução do problema fiscal rachou a própria oposição ao governo federal. "Temos diversos governadores que se colocaram favoráveis ao imposto. Por isso, podemos dizer que essa crise é, acima de tudo, uma crise política", argumenta o professor da UFPR.

Já o professor de Ciência Política da USP, José Álvaro Moisés, afirma que o governo demorou para agir no convencimento do Congresso e da sociedade. "Acho que haverá uma enorme resistência (à aprovação da CPMF no Congresso). O governo deveria ter começado a explicar essa situação em janeiro e só depois tomar as medidas mais amargas, mas acabou indo direto ao mais amargo".

Jornal do Brasil


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