sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Wolkswagen demonstra o espírito predador do empresario capitalista


Volkswagen admite que 11 milhões de carros têm software que frauda testes
Dispositivo altera resultados de dados de poluentes em veículos a diesel.
Escândalo surgiu nos EUA, mas agora abrange outros países.
 
A Volkswagen admitiu nesta terça-feira (22) que um dispositivo que altera resultados sobre emissões de poluentes foi instalado em 11 milhões de veículos a diesel em todo o mundo, em modelos de várias marcas pertencentes ao grupo.

É a primeira vez que a montadora admite a manipulação em carros fora dos Estados Unidos. O escândalo veio à tona na última quinta (17), quando o governo americano denunciou a fraude em 500 mil veículos vendidos no país. Segundo a investigação, o software burla os dados de emissão de poluentes apenas quando os carros são testados, para que sejam atendidos os níveis exigidos nos EUA.

No domingo (20), o presidente-executivbo da empresa, Martin Winterkorn, pediu desculpas pelo ocorrido, sem citar que a prática envolvia outros mercados, além do americano.

"Nós ferramos tudo", disse o presidente da montadora nos Estados Unidos, Michael Horn, durante o lançamento do Passat, na noite da última segunda-feira (21), em Nova York.

Nesta terça, a montadora anunciou ainda que reservou 6,5 bilhões de euros (cerca de R$ 29 bilhões) para solucionar o problema e enfrentar as potenciais consequências do escândalo, como multas.

O valor corresponde a cerca de metade do lucro global previsto para este ano. Nesta terça, as ações do grupo caíram 19% na Bolsa de Frankfurt.

Pouca informação
Apesar de admitir que a falha atinge outros mercados, a Volkswagen não especificou em que outros países estão esses carros nem quais são os modelos e marcas.

Disse apenas que eles utilizam o motor Esses carros usam o motor EA 189, que é 2.0 litro.

No Brasil, a lei não permite veículos leves com motores a diesel. Apenas picapes e SUVs podem rodar com esse combustível, além de caminhões e ônibus. O único carro vendido pela Volkswagen no país com motor a diesel é a picape Amarok.

Procurada pelo G1, a Volkswagen do Brasil não respondeu se o modelo está envolvido, apenas divulgou a nota emitida pela matriz.

Como surgiu a denúncia
Segundo a Agência de Proteção Ambiental (EPA) norte-americana, 482 mil veículos com motores a diesel vendidos no país violaram os padrões federais, entre eles os modelos Jetta, Beetle (chamado de Fusca no Brasil), Golf, Passat e o Audi A3 --da marca que pertence ao grupo Volkswagen. Eles foram fabricados entre 2009 e 2015.

A desconfiança partiu da diferença entre níveis de emissão encontrados em testes de rodagem e os oficiais. Após investigar, a EPA concluiu que um software instalado pela montadora detecta quando o carro está sendo inspecionado para verificar o nível de emissão de poluentes e só então passa a controlar os gases que o veículo solta na atmosfera.

Esse controle fica desligado em situações normais de rodagem, fazendo com que os carros poluam muito além do nível exigido no país.


O que diz a marca
No comunicado, a Volkswagen assumiu que há distorções entre os números de testes em laboratório e os de testes de rodagem "especificamente" para os motores EA 189. Segundo a montadora, outros veículos possuem o software, mas sem que ele provoque qualquer efeito.

"A Volkswagen está trabalhando intensamente para eliminar essas distorções, por meio de medidas técnicas", disse a montadora nesta terça. "A Volkswagen não tolera nenhum tipo de violação da lei."

Nos EUA, a Volkswagen será obrigada a consertar os veículos gratuitamente, convocando um recall. A montadora disse que também está em contato com o governo alemão, que pediu uma apuração do caso.

A investigação nos EUA é a mesma que multou Hyundai e Kia por fraude nas informações sobre o consumo médio de combustível de 1,2 milhão de carros, em 2012.


G 1



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