domingo, 7 de junho de 2015

( Siro Darlan ); Homem bom é aquele que, do bom tesouro do seu coração, tira coisas boas


Mônica Francisco


Durante a vigência do período colonial, a designação de "homens bons" era dada a quem detinha e, consequentemente, representava o poder econômico, e exercia assim o poder político. Já o Evangelho do apóstolo Mateus diz que o homem bom é aquele que, do bom tesouro do seu coração, tira coisas boas.



Esta reflexão me serve de orientação e norte, para pensar nos resultados da recente destituição do desembargador Siro Darlan do cargo de coordenador da Comissão Judiciária de Articulação das Varas da Infância, Juventude e Idoso e da Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional.

Primeiro porque, como os nomes denunciam, as áreas citadas são de uma importância e assim sendo (sem demérito ou hierarquização de importâncias) e por isso mesmo, a experiência e a sensibilidade do doutor Siro Darlan representavam uma certa tranquilidade para toda a sociedade.

Tranquilidade em saber da habilidade e competência com que os casos mais difíceis e extremos seriam tratados, e mais do que isso, com uma das qualidades mais importantes para quem se propõe a servir a sua comunidade e a sociedade de modo geral.

Todos sabemos que falta "alma" ao serviço público, o que por si só já se constitui como um grande contrassenso, pois ser servidor público é doar-se ao outro, ao coletivo, é na ânsia de servir à coletividade que sujeitos se propõem ou ao menos deveriam fazê-lo, a serem funcionários públicos.

E certamente, temos na pessoa do doutor Siro Darlan, com quem algumas vezes esbarrei e ouvi em eventos comuns, um exemplo de bom servidor. Sua postura e sensibilidade em relação à infância é de suma importância neste momento, onde temos de ter serenidade e argumentos técnicos, aliados à experiência e uma grande dose de humanidade ou pelo menos um pouco de fé nela, para que as decisões, ainda mais no que se refere às leis que regem nossa conduta no cotidiano, não sejam ainda mais desastrosas do que as prerrogativas que as inspiraram.

As questões relativas às adoções já são por si só delicadas, as que dizem respeito às de cunho internacional, mais ainda. Percebo que faz-se mais do que nunca, imperativa, a necessidade de um maior e mais cuidadoso controle social.

Segundo o pacifista e líder indiano Mahatma Gandhi, os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças sociais são: riqueza sem trabalho; prazeres sem escrúpulos; conhecimento sem sabedoria; comércio sem moral; política sem idealismo; religião sem sacrifício e conhecimento sem humanismo.

"A nossa luta é todo dia. Favela é cidade. Não aos Autos de Resistência, à GENTRIFICAÇÃO e ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO OBRIGATÓRIO e à REMOÇÃO!" 


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*Membro da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do Grupo Arteiras e Consultora na ONG ASPLANDE.(Twitter/@ MncaSFrancisco)

Jornal do Brasil 


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