domingo, 26 de janeiro de 2014

Radicalizar a Democracia


Conexões Globais: "O Brasil está pronto para radicalizar a democracia?"

O debate desta sexta-feira (24) do Conexões Globais teve como tema "As jornadas de junho e o futuro da democracia do Brasil."

Isabela Palhares

O segundo debate de sexta-feira (24), no Conexões Globais, teve como tema as jornadas de junho e o futuro da democracia do Brasil. Participaram dessa mesa o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro; Pablo Capilé, representante do Fora do Eixo; Simão Pedro, Secretário municipal de serviços de São Paulo; Ivana Bentes, professora da UFRJ e Gilberto Carvalho, secretário-geral da presidência da República.

Os debatedores abordaram diversas questões sobre as manifestações de junho e também acerca de temas mais atuais como os rolezinhos, a Copa do Mundo e o incidente na Cracolândia ocorrido ontem em São Paulo.

Pablo Capilé falou da história do Fora do Eixo, salientando que não começou em junho de 2013, mas sim em 2002 – e não terminou ainda. Explicou que as redes conectadas com as pequenas iniciativas dão visibilidade e fortalecem os movimentos, como aconteceu em junho. Além disso, pediu que a criminalização dos movimentos se encerrasse.

A professora Ivana Bentes aproveitou as palavras de Capilé e acrescentou: “[com as manifestações se deu] a emergência de vários movimentos e de novos demandantes de políticas públicas, assim como uma nova linguagem de protesto.” Ela indagou:o Brasil está pronto para radicalizar sua democracia?

“(É necessário] polícia para resolver um problema político?”, Ivana mostrou sua indignação ao comentar a repressão policial dizendo que a mesma criou um estado de exceção.

Sobre esse tema, Gilberto Carvalho apontou que é necessária uma reeducação da polícia, que está acostumada a fazer uma única coisa: reprimir violentamente. O secretário geral da Presidência falou sobre as manifestações de junho de 2013.

Para ele, o aumento do consumo aliado à consciência de que as pessoas têm direitos estão entre as causas das mobilizações de rua. “Isso tudo é resultado positivo de um processo de mobilidade social que a gente sabe como começa mas não sabe como termina”.

Tarso Genro respondeu à questão levantada por Ivana Bentes falando sobre uma Assembléia Constituinte Livre para reestabelecer um Estado democrático de direito. Insistiu na ideia da democratização da mídia e da independência entre estado e capital financeiro. “O Estado e os governos hoje são reféns do capital financeiro, inclusive políticas públicas. O Estado tem que se fortalecer para cortar essa dependência.”

“Não foi só pelos vinte centavos. O que estava envolvido, também, era o direito de manifestação da juventude.”, disse Simão Pedro. As dificuldades de acesso ao transporte e à saúde, por exemplo, foram protagonistas do estopim das revoltas, assim como os rolezinhos e o incidente na cracolândia, também estão dentre as indignações da população. Simão rechaçou a concentração dos meios midiáticos e apoiou a radicalização das políticas de acesso a informação, dizendo que esse é o caminho para a democracia.

Carta Maior

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