segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O PT da Paraíba – Crise de legitimidade


Zizo Memede




O maior problema do Partido dos Trabalhadores da Paraíba na atualidade está na ausência de legitimidade da presidência estadual da legenda na pessoa do companheiro Rodrigo Soares.Não que Rodrigo seja o único culpado. Todos nós somos culpados – uns mais outros menos – e ninguém entre seus dirigentes sai ileso desta situação pantanosa em que o partido se atolou.

 Todos são sabedores dos erros cometidos no último PED a nível estadual, com destaque para a disputa em Campina Grande, onde a força da prefeitura submeteu o partido ao projeto estadual do PMDB.

Essa interferência do PMDB na economia interna do PT se repetiu em vários municípios pelo Estado a fora e quando o deputado Luiz Couto, derrotado na disputa pela presidência estadual, quis encaminhar um pedido de anulação do PED junto à Direção Nacional nós botamos panos quentes, desanimamos Luiz Couto com a alegação de que isto só iria piorar ainda mais o que já estava muito ruim. Luiz Couto recuou mas nunca engoliu essa história.

Uma vez que o Processo de Eleição Direta não foi tacitamente reconhecido por uma significativa parcela de petistas, o desdobramento imediato, a estratégia política e eleitoral para 2010 seria o palco de uma guerra fratricida. E foi! O partido como um todo perdeu, mas os vitoriosos no PED foram os grandes derrotados. “Ganharam” o partido para a política de Zé Maranhão, com Rodrigo passando a perna no aliado Luciano Cartaxo, mas perderam no voto popular. A política do PMDB da Paraíba para o PT foi derrotada no voto. Nas urnas. A base social mais próxima do PT renegou a política traçada por Rodrigo Soares e seus cúmplices.

Agora estamos num impasse. A ala do PT que foi vitoriosa nas urnas em 2010 não tem maioria na Direção Estadual para construir uma nova hegemonia e uma nova política para o partido. A maioria da Direção Estadual é um balaio de gatos com forças dos mais diversos matizes, do PT de Caaporã, passando por Luciano Cartaxo, aos últimos herdeiros de Trotsk. Essa maioria só se encontra num ponto: Fazer uma oposição raivosa e intransigente ao Governo de Ricardo Coutinho.

Tudo isto vem se somar a um histórico recente de erros políticos e de estratégias eleitorais equivocadas. As melhores lutas eleitorais do PT estão distantes na agenda do passado: nas campanhas de Chico Lopes e Luiz Couto para a prefeitura de João Pessoa e na campanha de Avenzoar em 2002. A partir deste ponto o partido desceu ladeira abaixo. E para um partido onde praticamente todas as forças que adotaram grande pragmatismo eleitoral, não cabem meias palavras: O PT da Paraíba está numa encalacrada.

Na disputa interna que já começou para 2012, João Pessoa tornou-se a grande trincheira das duas bandas do PT. João Pessoa não é a Paraíba, mas o que acontece ali reflete no Estado.

No mais, o que se vê é um partido onde o presidente não é nem de longe uma metáfora da rainha da Inglaterra. Lá a rainha que não manda pelo menos simboliza a unidade da nação. O nosso presidente aqui não dirige porque não tem legitimidade e a sua maioria na direção estadual também não tem política para o partido. Rodrigo Soares não se toca.

Não temos perspectiva de unidade mínima pelo menos até o próximo PED, quando o PT será passado a limpo.

Em tempo: Por que Luciano Cartaxo não apóia o Governo de Ricardo Coutinho?

Por Zizo Mamede

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