quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Idosos e discriminados já têm delegacia




Com o crescente número de crimes registrados em Belém tornou-se uma necessidade investir não apenas na segurança geral da sociedade, mas também na proteção de grupos específicos, que ainda se apresentam como mais vulneráveis. É o caso dos idosos, negros e homossexuais, cuja demanda por mais espaço e infraestrututa resultou ontem na inauguração da Delegacia Especializada do Idoso (DEI) e Delegacia de Combate a Crimes Discriminatórios e Homofóbicos (DCCD). As duas unidades funcionarão na Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe).

Segundo o secretário de estado de segurança pública a conquista é apenas a primeira etapa de um investimento maior. “Fazer segurança não é fácil, mas estamos melhorando nossa integração para associarmos diferentes profissionais e serviços num mesmo espaço. Queremos tratar não apenas a repressão, mas também a prevenção destes crimes”, afirmou no discurso de inauguração dos espaços.

Segundo a delegada Lucinda Antunes, responsável pela DCCD, os crimes mais comuns relacionados aos grupos são, em números de ocorrências, injúria racial, agressão contra idosos e homofobia.
“Acreditamos que registraremos ainda mais casos com a facilidade de acesso ao cidadão, pois antes ficávamos num prédio administrativo que poucos conheciam”, explica.

O delegado - geral Nilton Atayde, afirmou que, por mais que unidades ainda não supram todas as necessidades já serão um facilitador no contato com a população. “A procura irá aumentar e assim poderemos pensar num aprimoramento contínuo. Hoje as questões raciais e homofóbicas não são vistas apenas como casos policiais, mas sim problemas maiores, que envolvem diversos atores sociais”, afirmou.

Foi o que defendeu a representante do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará (Cedenpa), Zélia Amador. Para ela a inauguração foi um avanço, mas muito ainda precisa ser feito. “A delegacia deve ser complementada com psicólogos e assistentes sociais, para dar mais apoio. Além disso, não podemos esquecer que a nossa grande reivindicação por uma delegacia específica para crimes de racismo continua”, ratificou.


(Diário do Pará)

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