sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Hoje na história: Mao Tsé-Tung proclama a República Popular da China
Hoje na história: Mao Tsé-Tung proclama a República Popular da China
Há exatos 60 anos, no dia 1º de outubro de 1949, reuniram-se na Praça Tian’ammen meio milhão de pessoas para ouvir da boca do líder da Revolução Chinesa, Mao Tsé-Tung (ou Mao Zedong), a proclamação solene da fundação da República Popular da China.
Mao Tsé-Tung anuncia fundação da República Popular da China, em 1949
Anteriormente, de 21 a 30 de setembro de 1949, realizara-se a I Sessão Plenária da Conferência Consultiva do Povo Chinês, e dela participaram representantes dos diversos partidos, grupos e círculos sociais e democratas sem filiação partidária. Naquela ocasião foi elaborado o Programa Comum, que desempenhou a função da Constituição Provisória, e se elegeu o Conselho de Governo da República Popular da China, com Mao Tsé-Tung como presidente e Zhou Enlai como primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores.
A proclamação foi o clímax da guerra entre as forças guerrilheiras de Mao e as tropas legalistas do líder nacionalista Chiang Kai-Shek, que vinha sendo apoiado com dinheiro e armas pelo governo norte-americano de Harry Truman. A perda da China, a maior nação da Ásia e a maior população da Terra, significou para os desígnios dos Estados Unidos do pós-guerra um contundente golpe.
Um episódio que marca a história da Revolução Chinesa foi a chamada Longa Marcha (outubro de 1934 - outubro de 1935), façanha épica do movimento maoísta a pavimentar mais tarde a vitória contra o movimento Kuomintang de Chiang Kai-Shek. Combatendo, ao mesmo tempo em que se retirava, o Exército Vermelho - cuja base social era o campesinato, sob o comando militar de Chu Teh - conseguiu protagonizar momentos extraordinários quando, por exemplo, atravessou o caudaloso rio Wu em jangadas de bambu, derrubando as defesas inimigas na outra margem. Ou, ainda, a incrível passagem pela ponte pênsil estendida sobre o rio Datong, quando um punhado de homens armados de granadas, equilibrando-se como podiam, transpuseram-na, asseguraram a sua posse, permitindo que a marcha seguisse em frente.
Estima-se que o Exército Vermelho, nesta retirada, chegou a roçar as fronteiras do Tibet, percorrendo 10 mil quilômetros a pé pelo interior da China em busca de um refúgio permanente. No trajeto, dizimados pela fome, pela doença, pelos combates e escaramuças, apenas uns 8 ou 9 mil guerrilheiros, dos 80 mil que partiram de Kiangsi, sobreviveram. Alcançaram Yenam, a capital da província de Shensi, no remoto noroeste do país, em farrapos, meio mortos-vivos. A região semidesértica limitava-se com a Mongólia interior e estava protegida pela Muralha da China, servindo como um santuário ideal, distanciada o bastante para manter os maoístas a salvo dos ataques do Kuomintang.
Durante a longa guerra, Mao definiu as famosas regras essenciais da guerrilha, entre as quais se destacam: íntima ligação entre a população e os guerrilheiros, retirada diante do inimigo superior em força, fustigamento e ataque ante o inimigo em retirada, armamento pelo que for tomado do inimigo.
A Revolução tornou a China independente, abriu caminho para a construção do socialismo, enfrentou complexos e angustiantes problemas econômicos e sociais e retomou o processo de unificação do país. Traduziu-se, por outro lado, num salto civilizacional para o povo chinês. O triunfo da Revolução em 1º de outubro de 1949 teve por cenário uma China retrógrada, uma das sociedades mais pobres e atrasadas do mundo de então, semifeudal, semicolonial, dependente e submissa às potências imperialistas.
Durante estas seis décadas, ocorreram lutas políticas de envergadura contra as classes outrora dominantes e os intentos de desestabilização do novo poder pelo imperialismo. Foi uma evolução sinuosa, marcada por sérios conflitos internos. O país avançou em meio a acertos e erros, a fluxos e refluxos, e registra hoje, nos 60 anos da revolução, o fato de ter alcançado posição de destaque na economia e na política mundial.
Opera Mundi
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