sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Couto defende democracia plena e reforma que ouça o povo



Por ocasião da passagem dos 20 anos de morte do sociólogo paulista Florestan Fernandes, o deputado federal Luiz Couto (PT-PB) fez nesta segunda-feira, 23, um pronunciamento em defesa do socialismo democrático e da democracia levada às últimas consequências, de todos e para todos.


A lembrança de Couto, além de homenagear Florestan também serviu para fazer um contraponto às correntes que defendem o golpe, o afastamento da presidente da República Dilma Rousseff e até mesmo a volta da ditadura militar. Dizendo-se perplexo com este tipo de discurso, Luiz Couto repudiou o que chamou de "ataques à nossa jovem e inacabada democracia".




O deputado petista acredita ser necessário fazer um balanço do nosso sistema democrático, seus avanços e erros e que tipo de reação pode ser adotada para afastar o perigo que ameaça a democracia no País de tradições antidemocráticas.


"Não há dúvidas de que existe um mal-estar generalizado com a política e esse não é um fenômeno exclusivo do Brasil.

Em diferentes países, desde o hemisfério mais desenvolvido, passando por países sem tradição democrática, até às democracias mais jovens da América Latina, cada vez mais pessoas percebem que há graves problemas com a política, que a política está distante da população, que não resolve os problemas do cotidiano do povo", admitiu Luiz Couto.


Em sua análise, o deputado citou o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, autor de dezenas de livros como "Modernidade Líquida". Ele tem uma avaliação positiva da democracia brasileira e elogiou a recente história política do Brasil, dizendo-se cheio de admiração pelo que tem sido feito nos últimos anos no país. As citações específicas foram à guerra declarada contra a pobreza e o salto para mais igualdade. Na visão de Bauman, os mesmos problemas que atingem o Brasil atualmente ocorreram em países que fizeram mudanças semelhantes às nossas.


Outro estudioso citado no discurso de Luiz Couto foi o cientista político e historiador brasileiro Francisco Fonseca, autor, entre outros, do livro "O consenso forjado - A grande imprensa e a formação da agenda ultraliberal no Brasil". Mesmo reconhecendo os grandes avanços do País na última década, ele assinala que há graves problemas no sistema político brasileiro.

Ele assinala que nosso sistema político é um legado estruturado no ocaso da ditadura militar, com dois objetivos: de um lado contemplar algumas demandas democráticas, como o pluripartidarismo, mas de outro lado, fundamentalmente manter o status quo, sendo tal sistema incapaz de dar vez e voz aos graves problemas do cotidiano dos brasileiros, muito menos de resolvê-los.


Em seu pronunciamento, Luiz questionou se a insatisfação que desfila pelo Brasil com o resultado das urnas se sustenta sinceramente no legítimo desejo de combater à corrupção e aconselhou os acusadores do PT a fazer uma autocrítica e ver o filme das próprias vidas.

"Francamente, esses e essas que revelam seu ódio contra o PT, têm coragem de recapitular como fazem a declaração do imposto de renda, a escritura de uma propriedade, um atestado médico para justificar aquela falta no trabalho ou o relatório para serem indenizadas com uma diária a mais? Teriam coragem de serem sinceros consigo mesmos? Acreditam na própria mentira? Esses golpistas suportariam um exame de consciência seguido de um ato de contrição? Não creio nisto! Não creio neles! Não creio que os golpistas queiram mesmo melhorar o Brasil e a democracia brasileira", declarou.


Finalmente, o deputado afirmou que a resposta que deve ser dada ao Brasil é a retomada vigorosa da política, para não deixar que nenhum golpe prospere contra a democracia. "Queiramos mais do que o absoluto respeito ao resultado das eleições. Se quisermos reinventar a política, se queremos democratizar a democracia, capturadas pelo poder econômico e midiático, façamos mais política no meio do povo. Se quisermos – e queremos – uma reforma política de verdade, voltemos ao povo, façamos política com o povo", encerrou.

Ascom do Dep. Luiz Couto


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