quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Paraíba tem 60 municípios sem rede de esgoto


Pesquisa do IBGE mostrou que em várias cidades, os dejetos são jogados no meio da rua, mas houve avanços de 2000 a 2008.

Nathielle Ferreira

O Atlas Saneamento 2011, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a coleta de esgoto aumentou na Paraíba em 19,6% entre os anos de 2000 e 2008. A quantidade de cidades que dispõem do serviço subiu de 131 para 163. No entanto, ainda existem 60 municípios que não dispõem de rede de esgotamento sanitário no Estado.


Nesses locais, os dejetos e água suja oriundos das casas da população são lançados em fossas, valas a céu aberto e até em mananciais. Em todos os casos, ocorre a poluição do meio ambiente e aumenta o risco de doenças.


Por outro lado, o estudo constatou que os 223 municípios da Paraíba possuem abastecimento de água e coleta de lixo adequados. A drenagem de águas da chuva também está presente na maioria das cidades. Apenas São José do Tigre, localizado a 243 quilômetros de João Pessoa, não implantou esse serviço ainda.


De acordo com a gerente da Pequisa Nacional do Saneamento Básico, Daniela Saraiva Barreto, a ausência da coleta de esgoto obriga a população a usar outras alternativas, como fossas sépticas, fossas rudimentares, valas a céu aberto e até rios e outros mananciais.


“A maioria dos municípios utiliza as fossas rudimentares, que como o nome já diz, que são apenas buracos feitos no chão, sem nenhuma estrutura de alvenaria que impeça o contato com o solo. Isso polui os lençóis de água e podem causar inúmeras contaminações ao solo e ao homem”, afirmou.


O estudo foi realizado em 2008 e contemplou todos os municípios da Paraíba. O objetivo foi analisar a situação do saneamento básico oferecido à população. O supervisor de Pesquisas da gerência do IBGE na Paraíba, José Pereira Araújo, acrescentou que o saneamento básico é um conjunto que envolve serviços de abastecimento de água, drenagem, rede de esgoto e coleta de lixo. Foi constatado que todos os municípios da Paraíba desenvolvem algum tipo de coleta de resíduos sólidos. O que difere é a qualidade, já que esse tipo de trabalho é realizado, com maior ou menor intensidade nas regiões.


“Para se ter um saneamento de qualidade, é preciso que os serviços de água, coleta de esgoto, drenagem e coleta de lixo sejam de qualidade. Esses serviços são fundamentais para a vida das pessoas. Um lixo que se joga num manancial vai retornar para a população em forma de contaminações”, declarou.

Jornal da Paraíba

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