quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Mineração em terras indígenas



Depois da eleição, o furacão da mineração em terras indígenas


Egon Dionísio Heck


Remover a terra, numa guerra desigual e insaciável, em busca do vil metal! Eis a nova batalha anunciada. As vítimas serão mais uma vez os povos indígenas, que verão enormes máquinas adentrarem seus territórios, rasgarem o ventre da mãe terra e dela extraírem riquezas para saciar sua voracidade de acumulação de capital e poder.

Mineradoras do mundo inteiro estão com suas máquinas apostas, aguardando apenas o sinal verde da aprovação do projeto que regulamente a exploração mineral em terras indígenas.

Freixo: um passo à frente



Francisco Bosco

O acontecimento político mais importante para a história recente do Brasil foi a eleição de Lula para presidente, em 2002. Não preciso lembrar aqui as consequências sociais positivas desse fato; elas foram sólidas o suficiente para garantir a continuação do projeto até hoje.  
Mas é preciso lembrar o que custou de resignação ao país esse projeto. Sob alguns aspectos, o lulo-petismo tem sido a continuação da modernização conservadora do Brasil. Já sabemos as virtudes e os limites desse projeto. 

Marcelo Freixo, candidato a prefeito do Rio, representa a possibilidade de avançar lá onde o projeto lulo-petista, por suas características estruturais, não pôde e não poderá fazê-lo.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Manter viva a causa do PT: para além do “mensalão”


Leonardo Boff 

Sabidamente, temos elites econômicas e intelectuais das mais atrasadas do mundo. Seu tempo passou. Continuam conspirando, especialmente, através de uma mídia e de seus analistas, amargurados por sucessivas derrotas como se nota nestes dias, a propósito de uma entrevista montada de Veja contra Lula. Estes grupos se propõem apear o PT do poder e liquidar com seus líderes. 

Os descaminhos do dinheiro: a compra das eleições



Ladislau Dowbor (*)

A grande corrupção é aquela que é tão grande que se torna legal. Trata-se do financiamento de campanhas.

 A empresa que financia um candidato – um assento de deputado federal tipicamente custa 2,5 milhões de reais – tem interesses. Estes interesses se manifestam do lado das políticas que serão aprovadas mais tarde. Do lado do candidato, apenas assentado, já lhe aparece a preocupação com a dívida de campanha que ficou pendurada, e a necessidade de pensar na reeleição. O custo da campanha é cada vez mais descontrolado.

A lição de método de Marx e o legado de Hobsbawm




Paul Valéry, no início de sua “Introdução ao Método de Leonardo da Vinci”, disse que “o que fica de um homem é o que nos leva a pensar seu nome e as obras que fazem desse nome um signo de admiração, de ódio ou de indiferença”. 

A obra de Eric Hobsbawm é um signo de admiração e de lições para o século XXI. Em um de seus últimos trabalhos, reafirmou sua confiança política e metodológica na obra de Marx: “o liberalismo econômico e o liberalismo político, sozinhos ou combinados, não conseguem oferecer uma solução para os problemas do século XX. Mais uma vez chegou a hora de levar Marx a sério”. 

“Mensalão será um julgamento de exceção”, diz Wanderley Guilherme





Por Cristine Prestes

O mensalão não tem nada de emblemático – ao contrário disso, será um julgamento de exceção. Essas são as palavras do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, para quem os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm construído um discurso paralelo ao longo das sessões que destoa da tradição da Corte.

 “Nunca mais haverá um julgamento em que se fale sobre flexibilização do uso de provas, sobre transferência do ônus da prova aos réus, não importa o que aconteça”, afirma. 

Novo Código Florestal na estrutura agrária brasileira


A legislação colocará as florestas e a biodiversidade do país no circuito da globalização financeira

Gerson Teixeira

De um modo geral, os setores de esquerda "passaram batido" com a armadilha fundiária e territorial contida no Novo Código Florestal aprovado pelo Congresso, fruto das articulações de alguns setores ambientalistas e do capital financeiro, com a reverência da bancada ruralista.

Trata-se dos desdobramentos sobre a estrutura agrária, da institucionalização do comércio de florestas para fins de compensação dos passivos de reserva legal até 2008, e da utilização de áreas protegidas - área de preservação permanente (APP) e reserva legal (RL) - no mercado de carbono, conforme os arts. 4º e 9º, da Lei de Mudanças Climáticas combinados com o art. 41, §4º, do novo código. Em ambos os casos visam-se os mercados interno e internacional.

Outros valores, além do frenesi de consumo





Eduardo Viveiros de Castro dispara: iludido por noção ultrapassada de progresso, Brasil pode desperdiçar oportunidade única de propor novo modelo civilizatório



Entrevista a Júlia Magalhães

Qual é sua percepção sobre a participação política do brasileiro?

Preferiria começar por uma desgeneralização: vejo a sociedade brasileira como profundamente dividida no que concerne à sua visão do país e do futuro. A ideia de que existe um Brasil, no sentido não-trivial das ideias de unidade e de brasilidade, parece-me uma ilusão politicamente conveniente (sobretudo para os dominantes) mas antropologicamente equivocada. Existem no mínimo dois, e, a meu ver, bem mais Brasis. O conceito geopolítico de Estado-nação unificado não é descritivo, mas prescritivo.


Democracia, o novo fantasma dos mercados



Slavoj Žižek analisa: grande novidade na Grécia é chance de uma alternância real de políticas. Por isso, começou o terrorismo midiático





“O sujeito que odeia os progressistas em Londres,
apresenta-se como progressista na África”
[Chesterton, 1808, loc. cit. (Nota 1) [NTs].

Imagine uma cena de um filme distópico que mostre nossa sociedade num futuro próximo. Guardas uniformizados patrulham ruas semivazias dos centros das cidades, à caça de imigrantes, criminosos e desocupados. Os que encontram, os guardas espancam. O que parece fantasia de Hollywood já é realidade hoje, na Grécia.

Minha casa, minha dívida?





Pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) divulgaram um estudo no qual apontam para a possibilidade de existência de uma bolha no mercado imobiliário brasileiro. 



Autores da pesquisa, Mário Jorge Mendonça e Adolfo Sachsida calculam que, no período de janeiro de 2008 até fevereiro deste ano, enquanto a alta nos preços dos imóveis chegou a 165%, caso do Rio de Janeiro, a inflação foi de 25%.

Impulsionado por programas e incentivos do governo federal que ampliaram a oferta de crédito no mercado, este aumento dos preços é insustentável de acordo com o estudo. 

Os banqueiros vão à luta



A pressão do governo federal contra as elevadíssimas taxas de juros cobradas pelos bancos sacudiu o mercado financeiro. 


Sem dúvida, a redução de juros em operações do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, também contribuiu para colocar, aparentemente, os bancos privadas contra a parede. Já explico porque parece, mas não é.

Evidentemente, o governo não fez esta campanha toda somente porque o custo do crédito era (e ainda é) proibitivo, exceto para quem tenha renda tão alta que não precise de empréstimos. O objetivo foi reaquecer a economia pelo caminho do consumo. Ora, como comprar sem crédito? 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Paraíba: Justiça proíbe caminhões como transporte escolar



Decisão da Justiça Federal foi em atendimento a ação movida pelo Ministério Público Federal.


A Justiça Federal proibiu que o estado da Paraíba faça uso de caminhões para transportar alunos da rede estadual de ensino. A sentença foi dada em atendimento a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) feito em ação civil pública ajuizada em novembro de 2010 e foi divulgada nesta segunda-feira (1º) pelo próprio órgão. 

Humanismo e universidade


Articular a inteligência com a miséria

Leonardo Boff

A partir dos anos 50 do século passado foram se formando no Brasil, no seio das massas dos destituídos, movimentos sociais de natureza diversa mas todos nascidos de um sonho: refundar o Brasil, construindo uma nação autônoma e não mais uma grande empresa agregada e a serviço do capital mundial. 

Essa força social ganhou dimensões transformadoras quando se deu a aliança entre estes movimentos populares com os intelectuais que, não pertencendo às camadas oprimidas, optaram por elas, assumiram sua causa, apoiaram suas lutas e participaram de seu destino, às vezes trágico, porque marcado por perseguições, prisões, torturas, exílios e mortes, como vem mostrando a Comissão da Verdade. 

Empresa pública terá de substituir terceirizados em atividade-fim




Brasília – As empresas estatais terão até o dia 30 de novembro para apresentar plano de substituição de funcionários terceirizados que exerçam atividades-fim, segundo determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), com o objetivo de evitar burlas a concursos públicos. Nesse plano, deverão constar quais são as atividades consideradas finalísticas, assim como plano de previsão da saída gradual de terceirizados e a contratação de concursados até 2016, quando expira o prazo de implementação do plano. 

Sul-americanos condenam na ONU bloqueio dos EUA a Cuba



O governo de Cuba comemora os discursos feitos na semana passada durante a 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Os discursos foram iniciados pela presidenta brasileira Dilma Rousseff e seguidos por vários líderes latino-americanos, como Cristina Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia), cobrando o fim do bloqueio econômico, financeiro e comercial ao país, imposto pelos Estados Unidos. O bloqueio completou em 2012 meio século de vigência.

O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, disse à Agência Brasil que os discursos de Dilma e dos demais presidentes da República refletem o inconformismo internacional ao bloqueio econômico, imposto em 1962, que limita as negociações e impede a economia do país de avançar.

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