domingo, 20 de março de 2016

Começar tudo de novo se for preciso


Maria Valéria Rezende

Estamos vivos! Pra começar tudo de novo se for preciso. Se perdemos algo, não foi nada de essencial. Muto maior foi o que ganhamos! 


O que de mais importante ganhamos é ver, aqui no Nordeste, e certamente nas periferias de todo o Brasil, os jovens de 20 anos 20cm ou 30cm mais altos que seus pais (porque há mais de 10 anos comem as 3 refeições por dia que Lula disse em sua primeira posse que era o que ele mais almejava ver ao fim de seu mandato), o desaparecimento do "nordestino baixinho da cabeça chata" que era dado como fato imutável e razão da sua pobreza e sua "inferioridade", "pura fatalidade". 


Ganhamos muitos milhares (milhões?) de filhos de empregadas domésticas e de cortadores de cana formados em Universidades e Institutos Federais, com pós-graduação, competindo nos concursos com os filhos da classe media e media alta, os tais de "bem nascidos", que sempre tiveram a certeza de que seu lugar confortável estava garantido, e hoje têm de enfrentar uma incômoda concorrência tanto pra conseguir vaga no avião quanto para todo o resto. Isso, que é o tesouro maior do nosso país, seu povo, sua força de trabalho que é o único fator indispensável para produzir riqueza, não perdemos e não perderemos. 

Acabou-se o pobre que durante séculos conformou-se com balela de que nascer pobre era "vontade de Deus", que "filho de pobre inventar de querer estudar é desculpa de preguiçoso pra não ir trabalhar", que "pobre só vai pra frente quando dá topada"... etc. Nosso povo é outro, pensa , sabe. E isso é irreversível.

 

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