Me Benzer
terça-feira, 20 de março de 2018
segunda-feira, 19 de março de 2018
Delegado, Juiz e Desembargador pelo Estado Democrático de Direito
Quando assumi como Delegado de Polícia, entendi que, em decorrência do cargo de policial, poderia, em algum momento, ter que enfrentar bandidos e que, portanto, em razão da função, em algum momento, minha vida poderia ser colocada em risco, o que, felizmente, só aconteceu em duas oportunidades. Assim, o risco de morte é inerente a função policial e não se trata de crime político.
Ignacio Ramonet: A esquerda tem que aprender a falar com a classe média
Fernando Morais |
Em entrevista exclusiva ao Nocaute, o jornalista, escritor e professor franco-espanhol fala sobre o poder dos meios de comunicação na América Latina, uma possível guinada progressista na região em 2018 e os desafios da esquerda global
Fernando Morais: Olá. Para nós é um prazer enorme, um velho amigo do Nocaute, já colabora conosco desde o começo do blog, que é o Ignacio Ramonet. Ele é um jornalista e um homem capaz de um reflexão muito interessante sobre a América Latina, sobretudo. Foi um dos criadores do Le Monde Diplomatique, foi das primeiras turmas do Liberatión, foi professor do rei do Marrocos. O pai do Ramonet era alfaiate e foi ao Marrocos fugindo da ditadura franquista e lá ficou Ramonet, depois voltou à França, depois voltou à Espanha e Ramonet hoje se converteu numa das grandes autoridades internacionais de denúncia do poder dos meios sobre os países, sobre a vontade do povo.
domingo, 18 de março de 2018
Lobo cordeiro ameaça comunista
Luciana Hidalgo
Outro dia ouvi um jornalista falando sobre “comunismo” numa rádio como se fosse uma “ameaça” atual, como se vivêssemos em plena Guerra Fria. Achei tão engraçado que escutei até o fim.
Dias depois, numa conversa sobre programas sociais na França, alguém perguntou: “Ué, mas a França é comunista?”. Me contive e respondi calmamente: não, querido, a França é capitalista. E mais: o comunismo hoje não é ameaça em lugar algum.
Para a esquerda, só há solução na democracia
Por Roberto Amaral, em seu blog:
Uma das características mais distintivas da história brasileira é seu caráter recorrente, uma sequência de farsas e tragédias, um perverso processo circular que retarda o desenvolvimento em seus diversos patamares, seja econômico, seja político, seja social.
Não foi por acaso, e sem consequências para nosso futuro presente, que tenhamos conquistado a Independência sem a luta pela independência, negociando-a junto aos bancos ingleses e aos embaixadores do império britânico, do qual Portugal era um protetorado pouco levado a sério.
Uma das características mais distintivas da história brasileira é seu caráter recorrente, uma sequência de farsas e tragédias, um perverso processo circular que retarda o desenvolvimento em seus diversos patamares, seja econômico, seja político, seja social.
Não foi por acaso, e sem consequências para nosso futuro presente, que tenhamos conquistado a Independência sem a luta pela independência, negociando-a junto aos bancos ingleses e aos embaixadores do império britânico, do qual Portugal era um protetorado pouco levado a sério.
Marielle Franco, o novo sempre vem
Solidariedade e exemplo
Marielle Franco ajudou o Le Monde Diplomatique Brasil no momento em que mais precisamos. Em dezembro de 2017 gravou depoimento em apoio à nossa campanha de financiamento coletivo. Em janeiro de 2018, seu artigo compôs a cobertura da capa sobre a revolução feminista. No texto, ela dizia: “nós aprendemos umas com as outras, estamos buscando formas de fazer política que não sejam mera reprodução do que sempre foi feito”. Sua solidariedade jamais será esquecida. Seu exemplo será seguido. O novo sempre vem. Expressamos também nossos sentimentos aos familiares, amigos e amigas de Anderson Pedro Gomes.
Republicamos a seguir o artigo escrito por Marielle para nossa edição de janeiro. A postagem original pode ser acessada aqui.
Marielle Franco ajudou o Le Monde Diplomatique Brasil no momento em que mais precisamos. Em dezembro de 2017 gravou depoimento em apoio à nossa campanha de financiamento coletivo. Em janeiro de 2018, seu artigo compôs a cobertura da capa sobre a revolução feminista. No texto, ela dizia: “nós aprendemos umas com as outras, estamos buscando formas de fazer política que não sejam mera reprodução do que sempre foi feito”. Sua solidariedade jamais será esquecida. Seu exemplo será seguido. O novo sempre vem. Expressamos também nossos sentimentos aos familiares, amigos e amigas de Anderson Pedro Gomes.
Republicamos a seguir o artigo escrito por Marielle para nossa edição de janeiro. A postagem original pode ser acessada aqui.
sábado, 17 de março de 2018
sexta-feira, 16 de março de 2018
“O tráfico não opera da forma como Marielle foi executada”, diz delegado
Maria Emilia Alencar
Orlando Zaccone, delegado da polícia civil do Rio de Janeiro, faz parte de um grupo de policiais civis e militares suprapartidário, autointitulado “Policiais Antifascismo”, que propõe o debate de uma nova política de segurança, tendo a garantia dos direitos humanos como prioridade. Para ele, a morte de Marielle Franco tem forte conotação política.
O delegado participa do Fórum Social Internacional, em Salvador (BA), e falou com exclusividade para a RFI Brasil.
Orlando Zaccone, delegado da polícia civil do Rio de Janeiro, faz parte de um grupo de policiais civis e militares suprapartidário, autointitulado “Policiais Antifascismo”, que propõe o debate de uma nova política de segurança, tendo a garantia dos direitos humanos como prioridade. Para ele, a morte de Marielle Franco tem forte conotação política.
O delegado participa do Fórum Social Internacional, em Salvador (BA), e falou com exclusividade para a RFI Brasil.
Vladimir Safatle : O tempo das execuções
Nesta quarta-feira (14), o Brasil se deparou com o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL).
Militante dos direitos humanos, ativista negra e relatora da comissão da Câmara de Vereadores responsável pelo acompanhamento dos desmandos da intervenção militar, Marielle denunciara dias atrás execuções do 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro, em Acari.
Militante dos direitos humanos, ativista negra e relatora da comissão da Câmara de Vereadores responsável pelo acompanhamento dos desmandos da intervenção militar, Marielle denunciara dias atrás execuções do 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro, em Acari.
Na hora que isto aqui explodir, Ruanda vai ser pouco
Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça
Segunda feira estive no Rio de Janeiro para um debate sobre a intervenção militar. Entre os debatedores estava Buba, moradora de Acari e ativista comunitária. Seu relato sobre a situação dos moradores de favelas e da periferia me deixou sem palavras. Não tinha nada a dizer diante do descalabro do drama vivido por essa enorme maioria de brasileiras e brasileiros, espremidos entre as balas da polícia-bandida e do tráfico opressor.
Buba vive perto de um beco que exala fedor de sangue coagulado, suor e fezes. Lá é frequente serem “desovados” cadáveres de moradores sumariamente executados pela criminosa repressão e pela repressão dos criminosos. A morte a tiros ali é rotina e, como disse Buba, não sabem os moradores diferenciar entre o que é uma ditadura e a tal “democracia” por que clama a burguesia da Zona Sul, ávida por consumir e viajar a Miami e Europa. Em Acari não há democracia e nunca houve, seja com Lula, com Dilma ou com os golpistas de hoje.
Segunda feira estive no Rio de Janeiro para um debate sobre a intervenção militar. Entre os debatedores estava Buba, moradora de Acari e ativista comunitária. Seu relato sobre a situação dos moradores de favelas e da periferia me deixou sem palavras. Não tinha nada a dizer diante do descalabro do drama vivido por essa enorme maioria de brasileiras e brasileiros, espremidos entre as balas da polícia-bandida e do tráfico opressor.
Buba vive perto de um beco que exala fedor de sangue coagulado, suor e fezes. Lá é frequente serem “desovados” cadáveres de moradores sumariamente executados pela criminosa repressão e pela repressão dos criminosos. A morte a tiros ali é rotina e, como disse Buba, não sabem os moradores diferenciar entre o que é uma ditadura e a tal “democracia” por que clama a burguesia da Zona Sul, ávida por consumir e viajar a Miami e Europa. Em Acari não há democracia e nunca houve, seja com Lula, com Dilma ou com os golpistas de hoje.
quinta-feira, 15 de março de 2018
Estado de Direito para quem ?
Do FERNANDO Horta no FB
Paulo Sérgio Almeida Nascimento 13/03/2018 – líder comunitário no Pará – assassinado
Márcio Oliveira Matos, 26/01/2018 – líder do MST na Bahia – assassinado
Leandro altenir Ribeiro Ribas, 19/01/2018 – Líder Comunitário no RS – assassinado
Jefferson Marcelo, 04/01/2018, Líder comunitário no RJ – assassinado
Paulo Sérgio Almeida Nascimento 13/03/2018 – líder comunitário no Pará – assassinado
Márcio Oliveira Matos, 26/01/2018 – líder do MST na Bahia – assassinado
Leandro altenir Ribeiro Ribas, 19/01/2018 – Líder Comunitário no RS – assassinado
Jefferson Marcelo, 04/01/2018, Líder comunitário no RJ – assassinado
"Maldita toda violência que devora a vida pela repressão"
*Nota de pesar *
A Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) manifesta seu profundo pesar diante do assassinato brutal, na noite de hoje (14 de março de 2018) da vereadora Marielle Franco do Psol do RJ e de Anderson Pedro, motorista que conduzia o veículo no momento do assassinato.
quarta-feira, 14 de março de 2018
E então, que quereis?...
“Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
terça-feira, 13 de março de 2018
Gaúcha vence na Justiça batalha para recuperar bens doados à Igreja Universal: 'Lavagem cerebral'
Letícia Mori
'Não sei o que me deu... Eu estava desesperada', diz Carla Dalvitt, que tenta reaver bens doados a igreja | Foto: Jonas Samuel Betti/BBC Brasil
A gaúcha Carla Dalvitt estava com problemas financeiros quando começou a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus, onze anos atrás. A pequena loja que tinha com o marido estava com pouco movimento, e havia várias prestações para pagar - ela e o marido, João Henrique, tinham acabado de comprar um Palio para levar o filho pequeno dos dois à escola. O casal queria construir uma casa, mas, sem dinheiro, estava morando na residência dos pais dela.
A gaúcha Carla Dalvitt estava com problemas financeiros quando começou a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus, onze anos atrás. A pequena loja que tinha com o marido estava com pouco movimento, e havia várias prestações para pagar - ela e o marido, João Henrique, tinham acabado de comprar um Palio para levar o filho pequeno dos dois à escola. O casal queria construir uma casa, mas, sem dinheiro, estava morando na residência dos pais dela.
segunda-feira, 12 de março de 2018
O fim, aparentemente, já foi
Wanderley Guilherme dos Santos
A candidatura Ciro Gomes conquistou lugar estratégico na antevéspera do desbaratamento provocado pela tragédia política de Luiz Inácio Lula da Silva. A fraternidade real das boas intenções dará lugar à virulência dos conflitos sectários. Provavelmente, a direita assistirá boquiaberta a delações gratuitas de um movimento popular contra outro, a um líder repelindo com veemência a quem, ainda ontem, era seu irmão em armas, e à transformação de amantes da humanidade em ciumentos leões de chácara de sua legenda exclusiva. Não será muito diferente o dia seguinte ao dia em que, Lula e PT, anunciarem que, enfim, chegaram ao fim da atual estratégia dilatadora e de frustrações sucessivas.
A candidatura Ciro Gomes conquistou lugar estratégico na antevéspera do desbaratamento provocado pela tragédia política de Luiz Inácio Lula da Silva. A fraternidade real das boas intenções dará lugar à virulência dos conflitos sectários. Provavelmente, a direita assistirá boquiaberta a delações gratuitas de um movimento popular contra outro, a um líder repelindo com veemência a quem, ainda ontem, era seu irmão em armas, e à transformação de amantes da humanidade em ciumentos leões de chácara de sua legenda exclusiva. Não será muito diferente o dia seguinte ao dia em que, Lula e PT, anunciarem que, enfim, chegaram ao fim da atual estratégia dilatadora e de frustrações sucessivas.
sábado, 10 de março de 2018
sexta-feira, 9 de março de 2018
EUA: assim se constrói o apoio ao golpe no Brasil
“Estou dizendo que é por aqui”: Trump e Temer na reunião do G-20, na Alemanha, em julho de 2017
Microsoft. Boeing. Monsanto. Shell. Diretamente beneficiadas pelas políticas pós-2016, mega-empresas financiam agência empenhada em sustentar que mudança de regime “foi boa para o país”
Quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência em 2003, um de seus primeiros movimentos foi priorizar o uso de software livre para os sistemas de informática do governo federal, tanto para reduzir custos, como para aumentar a competição, criar empregos e desenvolver o conhecimento e a inteligência do país nessa área. Embora nunca tenha sido adotada por todos os ministérios, esta política, em 2010, já havia poupado dos contribuintes mais de 500 milhões de reais. Seis semanas após tomar o poder, em outubro de 2016, enquanto cortava o financiamento para mulheres vítimas de violência doméstica, de R$42 milhões para R$ 16 milhões, sob o pretexto de que não poderia arcar com este gasto, o presidente Michel Temer anunciou que o governo gastaria R$140 milhões para realizar a migração dos sistemas de computação para os produtos da Microsoft.
Conselhos Tutelares e crianças indígenas
MS: o racismo já separa as famílias indígenas
Em afronta aos direitos dos guaranis e kaiowás e à Constituição, Conselhos Tutelares retiram crianças de seus grupos e as internam em abrigos onde sua cultura é repudiada. Denúncia do CIMI é levada à OEA
Por Guilherme Cavalli, no site do CIMI (Conselho Indigenista Missionário)
No Mato Grosso do Sul (MS) o integracionismo, realidade ligada à aculturação e assimilação, assumiu dissimuladamente o teor de política pública. Vítimas do racismo sistemático que perdura cinco séculos, os povos indígenas enfrentam historicamente diversas violências – desde invasão dos territórios tradicionais até as políticas de “embranquecimento”. Hoje, o estado com 92% do seu território como propriedade privada, dos quais 83% são latifúndios, faceia políticas etnocídio.
Em afronta aos direitos dos guaranis e kaiowás e à Constituição, Conselhos Tutelares retiram crianças de seus grupos e as internam em abrigos onde sua cultura é repudiada. Denúncia do CIMI é levada à OEA
Por Guilherme Cavalli, no site do CIMI (Conselho Indigenista Missionário)
No Mato Grosso do Sul (MS) o integracionismo, realidade ligada à aculturação e assimilação, assumiu dissimuladamente o teor de política pública. Vítimas do racismo sistemático que perdura cinco séculos, os povos indígenas enfrentam historicamente diversas violências – desde invasão dos territórios tradicionais até as políticas de “embranquecimento”. Hoje, o estado com 92% do seu território como propriedade privada, dos quais 83% são latifúndios, faceia políticas etnocídio.
quinta-feira, 8 de março de 2018
Os direitos da mulher
quarta-feira, 7 de março de 2018
Imaginário político Pernambucano
“Eu sou mameluco, eu sou leão do norte….”
Como as épocas históricas, os povos não são tradicionalistas por vocação. São por necessidade. Desde a Revolução de 30, quando as oligarquias estaduais perderam parte do poder de que gozavam, produziu-se um discurso saudosista, cujo objetivo era provar que o Brasil, a brasilidade, os brasileiros tinham nascido no Norte, no Nordeste, em Pernambuco ou em Apipucos, Olinda, nos Montes Guararapes ou no marco zero….
Essa astuta engenharia simbólica produziu uma religião, uma igreja e seus sacerdotes. O seu grão-mestre chamava-se Gilberto Freyre, e sua obra “a brasilidade nordestina”. Na ausencia da pompa e circunstância dos tempos dos barões, condes e viscondes, era indispensável agora escrever a epopéia civilizatória, a saga da oligarquia nordestina. Saga alimentada por mitos, fábulas e ficções que nos fizesse crer que éramos mais brasileiros do que os outros brasileiros. Criou-se até uma ciência cujo propósito era conferir legitimidade científica à fábula e os bardos armoriais passaram a falar em “nordestinados”, “nor-destinos”.
Boulos, o PSol e o fio da navalha
Cid Benjamin *
O PT não vai desaparecer, mas - assim como o atual PMDB é uma caricatura do MDB dos anos da ditadura - tornou-se uma caricatura do que já foi. Ficou parecido com os partidos que, na sua origem, criticava. Poucos acreditam que possa ser ainda instrumento na luta pelas reformas estruturais que um dia defendeu. Seu projeto original morreu. Seu esforço parece se concentrar na defesa dos dirigentes ameaçados de prisão, em especial Lula.
O PT não vai desaparecer, mas - assim como o atual PMDB é uma caricatura do MDB dos anos da ditadura - tornou-se uma caricatura do que já foi. Ficou parecido com os partidos que, na sua origem, criticava. Poucos acreditam que possa ser ainda instrumento na luta pelas reformas estruturais que um dia defendeu. Seu projeto original morreu. Seu esforço parece se concentrar na defesa dos dirigentes ameaçados de prisão, em especial Lula.
terça-feira, 6 de março de 2018
Manifesto pela Segurança e Defesa da Democracia *
No dia 16 de fevereiro do corrente ano, o desgoverno de Michel Temer assinou decreto de intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro, ficando as questões relacionadas à segurança pública do Rio sob responsabilidade do governo federal.
Com o início da ingerência federal no Rio de Janeiro, parlamentares aliados ao governo de Temer passaram a cogitar intervenção em outros estados, como exemplo a Paraíba, alegando resolver a questão da violência local pelas forças armadas. Mas o que está por trás do comando da Segurança Pública do Rio de Janeiro ficar com as Forças Armadas, tirando o comando do Governador, da Secretaria de Segurança, da Polícia Militar e da Polícia Civil?
segunda-feira, 5 de março de 2018
Wanderley Guilherme dos Santos e a tragédia brasileira
Entrevista para lá de bem feita da sempre ótima Maria Cristina Fernandes, no Valor, com Wanderley Guilherme dos Santos, um cientista político que usa as palavras para revelar, não para esconder. Um – e quem sabe mesmo “o” – roteiro de um livro sobre a crise da democracia brasileira, que está longe, longe de se aproximar do fim. Aliás, muito próprio no nome de tragédia que Santos lhe põe, onde o personagem central, Lula, cada vez mais segue o destino que lhe é imposto, o que, ironicamente, incomoda o entrevistado.
Um país nas mãos do acaso
Wanderley Guilherme dos Santos tornou-se eleitor no governo Juscelino Kubitschek. Atravessou como adulto, portanto, o governo de 15 presidentes da República. Aos 82 anos de idade, o decano da ciência política no Brasil nunca assistiu a crise igual.
Vladimir Safatle: Alternativa da esquerda passa pela politização dos conflitos distributivos
Durante esta semana, vimos várias reações virulentas a respeito da tese da unidade necessária da esquerda face às próximas eleições. Tal problematização merece análise mais ponderada que evite recorrer a estereótipos tão abundantes ao se submeter problemas políticos a cálculos eleitorais de circunstância.
O primeiro estereótipo consiste em ver nessa questão a expressão de pretensa incapacidade secular das forças à esquerda em deixar de lado os desejos de hegemonia e se unir em situação de adversidade.
A leitura é, entretanto, incorreta. Basta lembrar como a esquerda brasileira demonstrou unidade exemplar na luta contra o impeachment de Dilma Rousseff, congregando até mesmo atores que nunca participaram dos governos petistas e que não tinham com ele relação. Ou seja, o problema não é de pretensa incapacidade estrutural de composição.
Michel Zaidan: Toinhé, João Grilo e os moinhos de vento da globalização
Segundo o carnavalesco Sávio Araujo, responsável pela confecção do “Galo da Madrugada”, a ideia de vestir o “Galo” com a fantasia de Dom quixote de La Mancha era a simbolização da resistência da cultura popular nordestina contra a globalização da cultura. Daí a importância de ícones como Antonio Carlos Nóbrega e Ariano Suassuna, ambos nomes remanescentes do antigo “movimento armorial”. Não deixa de ser curiosa a justificativa do carnavalesco para encomenda oficial da Prefeitura da Cidade do Recife: é preciso embalar o principal produto turístico da municipalidade recifense com o papel exótico do folguedo popular.
domingo, 4 de março de 2018
Safatle: Identidades
É necessário que as singularidades circulem em um espaço de implicação
Nos últimos anos, uma grande parte das demandas sociais em circulação no Brasil ganhou uma forma muito específica, ligada ao que poderíamos chamar de "estratégia identitária".
Trata-se de se servir de identidades sociais vulneráveis (mulheres, negros, LGBT, indígenas, travestis, entre outros) para constituir um espaço de lutas sociais pela reconfiguração dos polos de poder.
Normalmente, tais lutas passam pela sensibilização tanto em relação a hábitos sociais arcaicos quanto em relação à espoliação econômica em suas estruturas de raça e gênero ou, ainda, em relação a uma nova partilha necessária no campo de visibilidade social.
Safatle: Populismos
Em um campo de demandas fragmentadas, é preciso operar grandes alianças com variados interesses
É claro que "populismo" tornou-se um termo fundamental no interior da reflexão política contemporânea mundial. Seu uso recorrente mostra uma tentativa de compreender para onde vão as tendências maiores de reconfiguração do campo político. Mas podemos nos perguntar o que ele exatamente descreve. Pois seria possível insistir que temos atualmente um uso retórico do termo "populismo" que acaba por mascarar sua função analítica.
Vladimir Safatle
Não é difícil perceber como se usa normalmente populismo dentro de uma estratégia de desqualificação e aproximação dos extremos políticos, isso a fim de defini-los como posições políticas anti-democráticas, fundamentada não na força do melhor argumento, mas na mobilização de afetos e paixões. Ou seja, "populismo" aparece como a figura mesma do irracionalismo em política. Este é seu uso meramente retórico.
sábado, 3 de março de 2018
PSOL-PB visita Cotonetes
Coletivo Cotonetes recebeu nesta última quinta feira a visita
do presidente do Psol - Pb, Tárcio Teixeira, uma etapa a mais da rodada de
debates com os partidos progressistas da Paraíba.
Tárcio iniciou com exposição sobre a origem do Psol, sua dinâmica
interna, sua inserção na política nacional, estadual e sobre o golpe.
Apresentou como diferencial do Psol, o apreço com que o partido
associa socialismo e liberdade, contrastando com agrupamentos autoritários. Algo novo para o
Brasil e a Paraíba.
O culto ao dinheiro
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 2,13-25 que corresponde ao Terceiro Domingo da Quaresma, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Há algo alarmante na nossa sociedade que nunca denunciaremos o bastante. Vivemos numa civilização que tem como eixo de pensamento e critério de atuação a secreta convicção de que o importante e decisivo não é o que um é, mas o que um tem. Diz-se que o dinheiro é «o símbolo e ídolo da nossa civilização» (Miguel Delibes). E de fato são maioria os que lhe rendem seu ser e lhe sacrificam toda a sua vida.
Wanderley G. dos Santos: "O flagelo Temer"
Por Wanderley Guilherme dos Santos*, em seu blog
O bando brasiliense ouviu cantar o galo sem saber aonde e responde às tamancadas: decreto daqui, medida provisória dali, vetos, desvetos, contra medidas e engavetamento dos próprios projetos, quando não, reversão (redução no número de ministérios). Tudo depende de algum grito contraditório, exceto, naturalmente, se a reclamação for do povão ou de seus alto-falantes, sempre negligenciados. Se do Judiciário, imprensa conservadora ou associação empresarial, aí, o bando “arrecua os beque” imediatamente.
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