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domingo, 4 de março de 2018

Safatle: Identidades


É necessário que as singularidades circulem em um espaço de implicação

Nos últimos anos, uma grande parte das demandas sociais em circulação no Brasil ganhou uma forma muito específica, ligada ao que poderíamos chamar de "estratégia identitária".

Trata-se de se servir de identidades sociais vulneráveis (mulheres, negros, LGBT, indígenas, travestis, entre outros) para constituir um espaço de lutas sociais pela reconfiguração dos polos de poder.

Normalmente, tais lutas passam pela sensibilização tanto em relação a hábitos sociais arcaicos quanto em relação à espoliação econômica em suas estruturas de raça e gênero ou, ainda, em relação a uma nova partilha necessária no campo de visibilidade social.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Por um diálogo entre esquerda e identitarismos

Angela Davis e Jean Genet

Mensagem a Luiz Carlos Azenha: “é um grave erro pensar que o esvaziamento da luta anticapitalista se deve às pautas identitárias”

Dennis de Oliveira

O jornalista Luiz Carlos Azenha publicou recentemente um comentário intitulado “os movimentos identitários e o dividir para governar” (clique aqui para ler). Por ser um profissional que respeito imensamente e que tem contribuído na luta contra as narrativas hegemônicas da mídia golpista, é que resolvi escrever este artigo contestando suas afirmações.

Azenha levanta uma questão importante que é o papel de divisor do campo da esquerda que os movimentos chamados por ele de identitários (negros, mulheres, LGBT) produzem ao subordinar a luta contra o capitalismo às reivindicações por reconhecimento das identidades. As experiências que o jornalista teve nos Estados Unidos são os seus principais argumentos.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Sobre Jack London, a Ocupação Lanceiros Negros, o Chefe da Casa Civil, um pouco conhecido livro de História de uma cidade do extremo sul, e o sentido das coisas (por Gérson Wasen Fraga)

É incrível como os livros de História possuem a capacidade de nos fazer refletir sobre nosso presente. Quando menos esperamos, a realidade à nossa volta evoca novas e antigas leituras, e as coisas passam a ter seu verdadeiro sentido desvelado. Ou ainda, passam a não fazer mais sentido nenhum, conforme o caso.

Em 1903, o escritor estadunidense Jack London publicava “O Povo do Abismo”. O texto, um misto de reportagem e observação participativa, relata a inserção do autor no mundo dos excluídos pela sociedade industrial de então. Trabalhadores tentando sobreviver com salários irrisórios, abrigos e albergues sem condições de dignidade, a truculência policial contra os que nada tinham ou ainda o abandono e a miséria sofridos por aqueles que labutaram uma vida inteira quando chegados à velhice são alguns dos fatos relatados ao longo de mais de trezentas páginas por um autor que mergulhou em um mundo “invisivel” aos beneficiários do sistema.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Escravidão e sistema penitenciário

Siro Darlan

Quando um magistrado federal sugere que “pessoa mais pobre não liga e até gosta de ficar um pouco na prisão” e o sistema penitenciário pinta o perfil dos encarcerados como de pretos, pobres e analfabetos, compreende-se que passados 128 anos da abolição da escravidão no Brasil. Ela continua viva

sábado, 16 de janeiro de 2016

A prisão como instrumento de exclusão social


"Embora de forma disfarçada, mas nem tanto, o legislador manteve-se fiel a essa ideologia de exclusão social tanto aqui quanto na América do Norte sua função social é a de prender pessoas consideradas indesejáveis na sociedade. E esse resultado encontra-se patente no perfil encontrado entre os aprisionados do sistema", escreve Siro Darlan, Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em artigo publicado por Jornal GGN, 15-01-2016.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Se não há segurança para todos, não haverá segurança para ninguém



 
O genocídio de jovens negros é o maior escândalo do Brasil de hoje. Quem concorda com estes assassinatos acaba sendo autor intelectual desse genocídio.
 

Emir Sader



  O primeiro valor para todas as pessoas é o direito à vida. Se esse direito não está assegurado, de nada vale o resto.
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