quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Professores da Paraíba querem novo piso salarial nacional




APLP quer Piso Nacional de R$ 1.451,00 e encaminha documento a RC

A Associação dos Professores de Licenciatura Plena da Paraíba (APLP) encaminha solicitação de pagamento do novo Piso Nacional Salarial do magistério público, ao governador Ricardo Coutinho (PSB), ainda nesta terça-feira (28), com amparo em definição do Ministério de Educação (MEC), que majorou o vencimento básico dos docentes em 22,22%.

Esse reajuste elevou o Piso Nacional para o patamar de 1.451, para 2012, e tem como base de cálculo o crescimento do valor mínimo/aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), no período.



Nivelando por baixo: previdência do servidor




Servidores fazem mobilização contra privatização da previdência


Nesta terça-feira (28), os parlamentares que chegarem a Brasília para iniciar a semana de trabalhos no Congresso Nacional serão recebidos por representantes das 30 entidades nacionais que compõem a Campanha Salarial 2012 em defesa dos servidores e serviços públicos. A manifestação deve se estender durante todo o dia e acabar nas galerias do Plenário da Câmara, onde está prevista a votação do projeto que cria a previdência complementar do servidor público federal.

Logo cedo, os manifestantes foram para o Aeroporto Internacional de Brasília onde realizaram um trabalho de corpo a corpo buscando apoio contra o projeto de lei que cria a previdência complementar para os servidores.


Aprovação da Lei Geral da Copa não encerra polêmica






Aprovada na comissão especial, na tarde desta terça-feira (28), a Lei Geral da Copa ainda gera polêmica. Nesta quarta-feira (29), serão votados os destaques. O deputado João Ananias (PCdoB-CE), contrário à liberação da venda de bebida alcoólica nos estádios durante os jogos da Copa do Mundo de 2014, quer retirar da lei o artigo que permite o comércio de bebidas. Para o deputado Protógenes Queiroz, membro da comissão especial, outras alterações precisam ser feitas na votação em plenário.

A expectativa dos parlamentares é de que a votação em plenário ocorra na próxima semana. Ananias, que apresentou destaque para retirada do artigo que permite o comércio de álcool, anunciou que fez requerimento à Comissão Especial do Uso Abusivo do Álcool – legalmente constituída na Casa – para apresentarem, em conjunto, destaque no plenário caso não seja aprovado na comissão.




A unidade na luta pela reforma agrária




Por Altamiro Borges

O governo Dilma Rousseff, que simplesmente paralisou o já lento processo de reforma agrária no Brasil, conseguiu um tento histórico: unir as principais entidades de luta pela terra, antes cindidas por divergências políticas e legítimas disputas por espaço. Na tarde desta terça-feira (28), os movimentos sociais do campo divulgaram um manifesto unitário em defesa da reforma agrária e assumiram o compromisso de intensificar as lutas no campo.

Segundo o sítio do MST, "o encontro de dirigentes das entidades mais representativas do campo no Brasil é considerado 'um momento histórico'". Houve acordo na definição dos principais entraves ao desenvolvimento e à justiça na agricultura e também na decisão de reforçar "a luta unificada em defesa da reforma agrária, dos direitos territoriais e da produção de alimentos saudáveis". O manifesto foi apresentado à sociedade num ato político realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília. Reproduzo abaixo a integra deste histórico documento:


As entidades APIB, CÁRITAS, CIMI, CPT, CONTAG, FETRAF, MAB, MCP, MMC, MPA e MST, presentes no Seminário Nacional de Organizações Sociais do Campo, realizado em Brasília, nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2012, deliberaram pela construção e realização de um processo de luta unificada em defesa da Reforma Agrária, dos direitos territoriais e da produção de alimentos saudáveis.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ministério Público da Paraíba, os ônibus e os cadeirantes.




MP afirma que desde 2009 ônibus novos deveriam ser adaptados a cadeirantes

Tayná Alexandre


Aumenta o índice de insatisfação da população com o transporte público eficiente (adaptado para cadeirante) e o promotor do cidadão, Valberto Lira, afirma que desde dezembro de 2009 há um termo de conduta entre órgãos autorizando que os novos ônibus sejam eficientes.

Segundo informações do site da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), do total de 453 ônibus, apenas 137 são eficientes o que representa apenas 30% da frota da Capital.

TST, na "contramão da democracia", permite consulta a cadastro de inadimplentes


Paim diz que TST foi na "contramão da democracia" ao permitir consulta a cadastro de inadimplentes

Para senador, prática das empresas deveria ser considerada crime hediondo Paim acredita que consultas de inadimplentes violam a dignidade humana

São Paulo – O senador Paulo Paim (PT-RS) disse nesta segunda-feira (27) que ficou "abismado" com decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) favorável à consulta, por uma empresa, de dados cadastrais de inadimplentes antes de fazer contratações.

O tribunal analisava um apelo do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Sergipe, que viu prática discriminatória em uma rede de lojas de Aracaju, por consultar serviços de proteção ao crédito e também orgãos policiais. A 2ª Turma do TST entendeu que a prática pode ser considerada um critério de seleção de pessoal.

"Discordo radicalmente dos ministros que, por unanimidade, decidiram que os cadastros de pesquisas analisados pelas redes de lojas e bancos são de uso irrestrito e que acessá-los não é violação", disse Paim.

Lei Geral da Copa: organizações convocam tuitaço contra





Concentração será nesta segunda-feira(27) às 16h, através das hashtags #ForaFifa e #FifaBaixaBola


Nesta segunda-feira (27), a articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop) e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) convocam um tuitaço contra o Projeto de Lei Geral da Copa do Mundo de 2014, que tramita na Câmara dos Deputados.

A Comissão Especial da Câmara, criada para analisar o projeto encaminhado ao Congresso Nacional pelo governo federal, deverá votar nesta terça-feira (28) o parecer do relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP), que propôs alterações à proposta do Executivo para cumprir os acordos entre o governo e a Fifa sobre a Copa. 

Conflitos de interesse em medicina




Riad Younes



Um médico que ganha uma porcentagem sobre a venda de um determinado remédio pode, eu disse pode, ter a tendência de prescrever mais este remédio para seus pacientes. Um cirurgião que ganha uma porcentagem ou um benefício cada vez que utilizar um equipamento pode, novamente enfatizo pode, ter a tendência de indicar mais frequentemente o uso deste equipamento em questão.

Um médico que ganha proporcionalmente ao uso de um laboratório ou uma enfermaria ou um centro cirúrgico pode ficar inclinado, conscientemente ou não, a encaminhar mais doentes para fazerem exames, se internarem ou serem operados. Estas situações de conflitos de interesse na medicina não são raras, nem hipotéticas. 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Entidades querem fim de foro privilegiado





A corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Eliana Calmon, e as principais entidades representativas de juízes e procuradores da República defenderam ontem a extinção do foro privilegiado no país.

A Folha mostrou ontem, no caderno "A Engrenagem da Impunidade", que falhas e omissões atrasam os processos contra políticos.

Ministro do Supremo defende fim do foro privilegiado

A reportagem analisou 258 processos e inquéritos sobre 166 políticos. A íntegra dos casos passou a ser divulgada pelo projeto "Folha Transparência". Os primeiros 21 casos já estão no ar.

Segundo a legislação, parlamentares federais, ministros e outras autoridades só podem ser processados e julgados no STF (Supremo Tribunal Federal) em matéria criminal. Os governadores são julgados no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

A mudança, pela qual todas as autoridades passariam a ser processados na primeira instância do Judiciário, só poderia ser feita com uma emenda à Constituição.

"O foro é próprio de 'república das bananas', para deixar a salvo as pessoas que querem ficar à margem da lei", disse ontem Calmon. 

Imperialismo à brasileira



Thelman Madeira de Souza
Coincidência ou não, os desejos expansionistas e imperialistas do Brasil, ainda que passem despercebidos para muitos, tem sua origem na Guerra do Paraguai, em abril de 1866, uma das ocupações mais sangrentas na história das Américas e o episódio mais vergonhoso da nossa história

O maior teórico do imperialismo, indubitavelmente, foi Lenin. Com a cabeça de pensador engajado, e após revisão criteriosa de inúmeros trabalhos sobre o assunto, lançou as bases deste conceito, até hoje, tão caro às ciências sociais, quando descobriu que a livre concorrência, uma marca indelével do modo de produção capitalista, dera lugar aos monopólios, em virtude do aumento extraordinário da produção de mercadorias e da grande concentração de capital. 


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Planos de saúde na mira do Ministério Público da Paraíba


Irregularidades: cerca de vinte planos de saúde estão na mira do Ministério Público da Paraíba
Paulo Cosme 

Cerca de vinte planos de saúde estão na mira do Ministério Público da Paraíba. A Curadoria do Consumidor quer saber se os planos estão cumprindo a legislação federal como também o preço das mensalidades, restrição do tempo de internamento, coberturas e vários outros pontos que por ventura estejam causando prejuízos ao consumidor.

O curador Gualberto Bezerra explicou que as investigações sobre atuação dos planos de saúde já vêm acontecendo há vários dias e foram frutos de denúncias dos próprios usuários. “Temos que trabalhar para fazer com que os direitos do cidadão sejam cumpridos em todos os sentidos” garantiu.

A mais nova determinação para os planos de saúde é que os mesmos não podem fixar limites de gastos com despesas hospitalares.

Polêmica: e se a “ficha limpa” não ajudar a democracia?


Guilherme Scalzilli teme que, por conceder aos tribunais o direito de cassar candidaturas, ela crie um poder obscuro, não-eleito e capaz de se converter… num novo canal de corrupção!

Por Guilherme Scalzilli, em seu blog

É possível afirmar peremptoriamente a constitucionalidade da tal Ficha Limpa? Tenho minhas dúvidas de leigo. Acho muito perigoso cassar direitos de cidadania sem que o indivíduo tenha uma condenação definitiva, conferir abrangência eleitoral a instâncias judiciais não envolvidas com o tema, submeter o exercício do voto ao crivo de togados e a tecnicalidades processuais, conceder essa inacreditável prerrogativa de abortar carreiras políticas aos órgãos corporativos.

Em plena batalha do Conselho Nacional de Justiça para fiscalizar os problemáticos tribunais regionais, eles adquirem a capacidade de selecionar governantes e legisladores.

Um controle psiquiátrico da dissidência?





Comportamento anti-autoritário, que recomenda avaliar poder antes de respeitá-lo, pode estar sendo reprimido desde a infância por diagnósticos e medicamentos questionáveis


Bruce E. Levine,


Em minha carreira como psicólogo, falei com centenas de pessoas antes diagnosticadas por outros profissionais como portadoras de Transtorno Desafiador de Oposição (TDO), Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH), Transtorno de Ansiedade e outras doenças psiquiátricas. Estou chocado por dois fatos: 1) quantos destes pacientes são, em essência, anti-autoritários; 2) como os profissionais que os diagnosticaram não o são.

Os anti-autoritários questionam se uma autoridade é legítima, antes de levá-la a sério. Sua avaliação de legitimidade inclui avaliar se as autoridades sabem de fato do que estão falando; se são honestas; e se preocupam com aqueles que as respeitam. Quando anti-autoritários avaliam uma autoridade como ilegítima, eles desafiam e resistem a seu poder. Certas vezes, de forma agressiva; outras, de forma agressivo-passiva. Às vezes, com sabedoria; outras, não. 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Conselho de Saúde de Campina Grande,PB., pede socorro

Secretaria Municipal de Saúde - CG 

Conselho pede socorro

Arimateia Souza




Estagnou


O Conselho Municipal de Saúde de Campina comunicou à Promotoria da Saúde que não conseguiu levar adiante a apuração de denúncias relacionadas à famosa Construtora Maranata, que terceiriza funcionários para a prefeitura, especialmente para a Secretaria de Saúde.

Atos ´casados´

A presidência do CMS relatou à Promotoria que já recebeu “várias denúncias” sobre a demissão de funcionários por parte da citada empresa. Com uma singularidade: esses demitidos estariam sendo contratados através do Fundo Municipal de Saúde.

Silêncio total

Rossandra Maria da Silva, presidente do Conselho, disse que buscou informações acerca desses fatos junto à ´Maranata´ e ao setor de Recursos Humanos da Secretaria de Saúde, mas não obteve nenhuma resposta.


Providências

O promotor Herbert Targino, diante dessa situação, oficiou à Maranata e à Secretaria de Saúde pedindo informações detalhadas.

Jp online


1ª Conferência Municipal sobre Transparência e Controle Social da Paraíba elege 351 delegados




Consocial elege 351 delegados para representar 99 municípios na fase estadual

Dos 223 municípios paraibanos, 99 realizaram a 1ª Conferência Municipal sobre Transparência e Controle Social e elegeram 351 delegados para representá-los durante os debates da Conferência Estadual, que acontecerá em março, em João Pessoa. Desse encontro na Capital, sairão 38 delegados representando a Paraíba na 1ª Conferência Nacional, marcada para o mês de maio, em Brasília. 

A cidade de Cabedelo foi a única na Paraíba em que o poder público municipal não tomou a iniciativa de convocar a Consocial, cabendo a uma ONG e a duas associações promoverem o debate sobre transparência pública.

O presidente da comissão organizadora da Conferência Estadual, Manoel Arruda, que é chefe de gabinete da Casa Civil do governador, avalia que a Consocial é de grande importância democrática. Segundo ele, é uma escuta ao cidadão brasileiro sobre as suas propostas no sentido de como os órgãos públicos devem ser mais abertos, mais transparentes, para que a população entenda melhor os gastos e investimentos com o dinheiro público. 

Carta de uma paraibana para Ricardo Coutinho‏



Oi Ricardo,


Aqui quem te escreve é uma dos 1.079.164 eleitores paraibanos que votou em você nas últimas eleições.
Na verdade mesmo eu não votei em você.

Eu votei no projeto que você me apresentou ao longo da campanha e na sua passagem pela Assembléia Legislativa. Não posso dizer que também tomei como referência a sua administração em João Pessoa porque não moro na capital e você sabe que quando a gente não vive a realidade não tem muitas condições de avaliar corretamente, então preferi não me guiar pelas notícias e comentários plantados pelos dois lados nessa imprensa velha e podre da Paraíba e usei apenas a sua atuação que de fato tinha a ver comigo, que foi quando você se apresentou como o Deputado Estadual mais atuante de sua legislatura e, principalmente, como um cara sempre disposto a defender o mais fraco diante do poder repressivo do mais forte e a lutar pela garantia de direitos conquistados por trabalhadores e instituições.

Vibrei muito com a sua ascensão ao poder.

Já estava cansada da alternância Cunha Lima/Maranhão onde sempre as mesmas pessoas ocupavam o poder e nós, o povo, continuávamos sempre em último plano.

Comecei a me decepcionar com você quando o vi abrir mão do seu papel constitucional de responsável

Estados e municípios terão que pagar retroativo aos professores




Mais um ano letivo começou e permanece o impasse em torno da Lei do Piso Nacional do Magistério. Pela legislação aprovada em 2008, o valor mínimo a ser pago a um professor da rede pública com jornada de 40 horas semanais deveria ser reajustado anualmente em janeiro, mas muitos governos estaduais e prefeituras ainda não fizeram a correção.

Apesar de o texto da lei deixar claro que o reajuste deve ser calculado com base no crescimento dos valores do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), governadores e prefeitos justificam que vão esperar o Ministério da Educação (MEC) se pronunciar oficialmente sobre o patamar definido para 2012. De acordo com o MEC, o valor será divulgado em breve e Estados e municípios que ainda não reajustaram o piso deverão pagar os valores devidos aos professores retroativos a janeiro.

O texto da legislação determina que a atualização do piso deverá ser calculada utilizando o mesmo percentual de crescimento do valor mínimo anual por aluno do Fundeb. As previsões para 2012 apontam que o aumento no fundo deverá ser em torno de 21% em comparação a 2011.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Planos de saúde não podem fixar limite com despesa hospitalar, decide STJ



Ministros que analisavam recurso de família de paciente internada durante dois meses consideraram cláusula abusiva

Agência Brasil

Os planos de saúde não podem estabelecer limite máximo de gastos com internações em hospitais nem prazo máximo de permanência do segurado, segundo definiu o Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Os ministros da Quarta Turma do STJ entenderam, por unanimidade, que esse tipo de cláusula é abusiva. A decisão não vincula as demais instâncias da Justiça, mas abre precedente para situações semelhantes.

A decisão é da semana passada, mas foi divulgada apenas nesta quarta-feira, 22, pelo STJ. Os ministros analisavam o recurso da família de uma mulher que ficou dois meses internada na UTI (unidade de terapia intensiva) devido a um câncer de útero. No décimo quinto dia de internação, a seguradora queria suspender o pagamento alegando que havia sido atingido o limite do contrato de R$ 6.500. Uma liminar garantiu que a empresa continuasse arcando com os gastos até que a mulher morreu.

Federalizar crimes de pistolagem pode reduzir impunidade no Brasil




Odilon Rios

A vinda do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a Alagoas pela segunda vez em um ano - neste mês de março - pode iniciar uma discussão sobre a onda de violência no Brasil, um dos países em que mais se mata e também um dos mais impunes para os seus criminosos.

Alagoas é o Estado mais violento do Brasil, segundo o ministério. Em 1980 - de acordo com dados coletados pela Union Nations Office on Drugs and Crime baseados em números do próprio ministério de Cardozo - a taxa de mortes, por 100 mil habitantes, era de 14,12; em 2007, 59,48. Um salto de 4,2 vezes.

Poderia-se imaginar que o Estado mais violento do Brasil não recebeu recursos em áreas sociais ou nas polícias. 

Sexagenários hoje


“Sexalescentes”

Se estivermos atentos, podemos notar que está aparecendo uma nova franja social: a das pessoas que andam à volta dos sessenta anos de idade, os sexalescentes: é a geração que rejeita a palavra "sexagenário", porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer.

Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica - parecida com a que, em meados do século XX, se deu com a consciência da idade da adolescência, que deu identidade a uma massa de jovens oprimidos em corpos desenvolvidos, que até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.

Este novo grupo humano, que hoje ronda os sessenta, teve uma vida razoavelmente satisfatória.

São homens e mulheres independentes que trabalham há muitos anos e que conseguiram mudar o significado tétrico que tantos autores deram durante décadas ao conceito de trabalho.

“Os mercados estão acima de todos os homens”


“O capital financeiro usa a arma da dívida para abolir o Estado e escravizar a população europeia”

Carta aberta de Mikis Theodorakis e Manolis Glezos, reproduzida parcialmente no site da CUT

Leia abaixo os principais trechos da carta aberta divulgada pelo renomado maestro e compositor grego Mikis Theodorakis, e por Manolis Glezos, herói grego que arrancou a bandeira nazista da Acrópole. Ambos têm mais de 80 anos e continuam nas ruas, sofrendo ao lado de seu povo a brutalidade e a covardia da repressão. Um exemplo para as novas gerações:

“Em tempos antigos, o perdão de Solón das dívidas que obrigavam os pobres a ser escravos dos ricos – a chamada reforma Seisachtheia, assentou as bases para a aparição, na antiga Grécia, das ideias da democracia, cidadania, política e Europa: os fundamentos da cultura europeia e mundial.

Lutando contra a classe dos ricaços, os cidadãos de Atenas assinalaram o caminho para a constituição de Péricles e a filosofa política de Protágoras, que disse: “O homem está muito acima de todo o dinheiro”.

Hoje em dia, vemos a vingança dos endinheirados:

O Atlântico em Campina Grande, Paraíba; prova irrefutável.



Antes que a burocracia centralizadora da capital estrangulasse o braço de mar que se estendia até a Borborema

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Senador Humberto Costa (PT-PE) apóia candidatura própria na Paraíba



PT conta com apoio de senador por candidatura própria em Campina Grande

Para o presidente do diretório do Partido dos Trabalhadores de Campina Grande (PT-CG), Alexandre Almeida, as recentes declarações do senador Humberto Costa (PT-PE) em defesa das candidaturas próprias do partido nas principais cidades paraibanas só ratifica o que a legenda a nível municipal e estadual já havia decidido há meses em prol do fortalecimento do PT campinense nestas eleições. 

Ficha Limpa e as oligarquias



Mauro Santayana: A decisão do STF e o fim das oligarquias


Reconheça-se que a decisão do STF, na aprovação da Lei da Ficha Limpa, tal como ela foi concebida, foi tomada sob a pressão da cidadania. Essa pressão, ao contrário do que pensam os juristas puros, leitores apressados de Kelsen e outros, é sempre legítima – se moderada pela prudência. Quando houver o abuso nas decisões colegiadas de segunda instância, cabe aos tribunais superiores zelar pela proteção dos cidadãos contra as eventuais intrigas e chicanas.

Por Mauro Santayana

A política é a mais necessária e a mais difícil das atividades humanas. Ela se exerce em todos os atos da vida, porque se trata de contratos cotidianos, de negociações mais difíceis e menos difíceis, sem as quais não seria possível a vida em comum. Esses convênios se dilatam no tempo e em suas dimensões e conseqüências, na construção dos Estados e na administração do bem comum.

Ao longo da História, houve sempre o conflito entre a astúcia na luta pelo poder e a necessidade de que ele seja exercido por homens honrados.

De sujeitos e relações sociais



“O maior capital deste mundo: as palavras e o conteúdo delas. As palavras são e formam conhecimentos que nos permitem manter, respeitar e transformar este mundo”. (Fabio Savatin)

Avançamos muito na qualificação de nossas relações sociais e interpessoais. Aprendemos, com muito esforço e dedicação, a nos relacionar de forma mais democrática e mais dialógica, mas ainda convivemos com práticas que tentam impedir que, de forma autêntica e autônoma, as pessoas possam decidir, falar e viver a partir de suas escolhas, de suas possibilidades de autodeterminação. 

Por isso mesmo, ainda temos muito a aprender na perspectiva do respeito e consideração de uns para com os outros, tendo em vista uma sociedade mais democrática. Como sujeitos sociais, vamos fazendo parte do mundo, pelas relações de autonomia e interdependência. 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Pequeno traficante não vai mais para prisão





Nova resolução suspende trecho da lei que proibia trocar cadeia por pena alternativa


Rodrigo Burgarelli

Uma resolução do Senado publicada nesta semana abriu brecha para que pequenos traficantes possam cumprir penas alternativas, em vez de ficar na prisão. O ato suspendeu um trecho da legislação de entorpecentes que proibia a conversão do cumprimento de pena na cadeia nos casos de tráfico de drogas em punições mais leves, como a prestação de serviços comunitários. A decisão foi tomada a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu que essa proibição da troca de penas era inconstitucional.

Aprovada em 2006 pelo Congresso e envolta em polêmicas discussões, a lei de entorpecentes ficou famosa por endurecer as punições a traficantes – a pena mínima para o tráfico subiu de 3 para 5 anos, por exemplo – enquanto abrandava as penas voltadas aos usuários de drogas.

O objetivo era combater o tráfico e, ao mesmo tempo, focar na recuperação do usuário. A nova resolução, porém, relativiza essas diferenças, permitindo que pequenos traficantes que sejam réus primários com bons antecedentes e não tenham vínculos comprovados com organizações criminosas também possam prestar serviços comunitários, de acordo com o julgamento de cada caso. 



A desalienação da universidade reside na extensão universitária.



Universidade e inserção social


Frei Betto


Por que dizemos universidade e não pluriversidade? Trata-se de uma instituição que comporta diferentes disciplinas. Multicultural, nela coabita a diversidade de saberes. O título universidade simboliza a sinergia que deveria existir entre os diversos campos do saber.

Característica lamentável em nossas universidades, hoje, é a falta de sinergia. Carecem de projeto pedagógico estratégico. Não se perguntam que categorias de profissionais querem formar, com que objetivos, de acordo com quais parâmetros éticos.

Ora, quando não se faz tal indagação é o sistema neoliberal, centrado no paradigma do mercado, que impõe a resposta. Não há neutralidade. Se o limbo foi, há pouco, abolido da doutrina católica, no campo dos saberes ele nunca teve lugar.

Um cristão acredita nos dogmas de sua Igreja. Mas é no mínimo ingênuo, senão ridículo, como assinala o filósofo Hilton Japiassu, um mestre ou pesquisador acadêmico crer no propalado dogma da imaculada concepção da neutralidade científica.

Em que medida nossas instituições de ensino superior são verdadeiramente universidades, ou seja, se regem por uma direção, um enfoque dialógico, um projeto pedagógico estratégico? Ou se restringem a formar profissionais qualificados destituídos de espírito crítico, voltados a anabolizar o sistema de apropriação privada de riquezas em detrimento de direitos coletivos e indiferente à exclusão social ? 

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Repressão Preventiva, Ovo da Serpente


Léo Lince

Os acontecimentos da semana serviram para mostrar que o artigo mudou de gênero, mas o substantivo continua a operar no diapasão de sempre. A presidente da República, que na juventude enfrentou a tortura com extrema dignidade e foi anistiada, agora resolveu tomar assento entre os templários da ordem injusta. Do alto de sua nova posição, disparou cavalos telegráficos: não negocia com grevistas, nem cogita de anistia. Ao invés de Violeta Parra (“os famintos pedem pão”), ou do liberal mineiro Milton Campos (mandem o trem pagador), ela optou pela mão pesada da punição exemplar. Uma exigência da máquina mercante.

O ministro da Justiça, oriundo das fileiras mais arejadas do petismo, abandonou a antiga leveza, simpática e bem humorada. Agora, corpanzil alargado pela untuosidade do poder, adota ares sombrios que fazem lembrar Gama e Silva. No vértice de uma inusitada articulação de forças, cenho franzido, ele dispara as ameaças típicas da opção preferencial pela linha do confronto. A ostentação da musculatura repressiva do governo federal, inclusive com o uso cada vez mais banalizado das Forças Armadas no papel de polícia, deve ser motivo de preocupação para a cidadania. Ainda mais quando pairam sombras sobre alguns elos da investida desencadeada.

Mercado, o novo fetiche




Frei Betto 


A modernidade, período que se estendeu pelos últimos cinco séculos, está em crise. Vivemos, hoje, não uma época de mudanças, mas uma mudança de época. No milênio que começa emerge algo imprecisamente chamado de pós-modernidade, que se insinua bem diferente de tudo o que nos antecedeu, imprimindo novo paradigma.

Na Idade Média, a cultura girava em torno da figura divina, na idéia de Deus. Na modernidade, centra-se no ser humano, na razão e em suas duas filhas diletas: a ciência e a tecnologia.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O próximo passo será acabar com o financiamento privado de campanha.


Aprovação da Lei da Ficha Limpa é elogiada por entidades

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, comemorou a decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Lei da Ficha Limpa. Para ele, esse é um passo importante para a ética na política brasileira. A lei entrará em vigor nas eleições municipais deste ano.

“Não vamos acabar com todos os males da política brasileira, entretanto, a lei será um passo e aqueles carreiristas que querem fazer de seus mandatos uma extensão de seus interesses privados, vão pensar duas vezes, pois a punição será muito grande”, disse Cavalcante.

No entendimento do presidente da OAB, a decisão da suprema corte inicia o processo de reforma política no país. "O próximo passo agora será o Supremo Tribunal Federal acabar com o financiamento privado das campanhas eleitorais".

A diretora da Secretaria Executiva do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Jovita Rosa, também considera a decisão do Supremo como uma vitória para a sociedade. “A nossa forma de proposição deu certo e isso significa que quando a sociedade se mobiliza, ela consegue modificar uma realidade”.

Segundo ela, o movimento está escrevendo um projeto de lei de iniciativa popular para a reforma política. “Já estamos recolhendo as assinaturas. Vemos que pessoas usam o voto do eleitor e quando chegam [ao poder], defendem quem financiou suas campanhas”.

Os procuradores da República também se manifestaram a favor da decisão do STF. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), disse em nota, que a vitória da Lei da Ficha Limpa é a comprovação de que o Brasil é, de fato, um Estado Democrático de Direito e que um país sem corrupção é possível.

Para o presidente da ANPR, Alexandre Camanho, o Supremo atendeu às demandas da sociedade e demonstrou que o Poder Judiciário está largamente em consonância com a proposta de um país honesto, que repudia governantes corruptos e políticos incapazes de gerir o patrimônio público.


Fonte: Agência Brasil

Lagedo em Cabaceiras, Cariri da Paraíba


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ricardo incha a folha de prestadores de serviço



Em janeiro de 2011, no início do seu mandato, o governador Ricardo Coutinho (PSB) demitiu 17.783 prestadores de serviço do Estado, seguindo uma recomendação do Ministério Público Estadual. No entanto, ele fechou seu primeiro ano de gestão tendo contratado 14.774 novos prestadores de serviço.

De acordo com dados disponíveis no Sistema de Acompanhamento da Gestão dos Recursos da Sociedade (Sagres) do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em dezembro a administração estadual tinha 28.263 prestadores. O MPE já notificou o governo pedindo explicações sobre esses números. 



Servidor cria Frente anti-fundo de pensão


Servidor protesta por salário e arranca Frente anti-fundo de pensão 

Com atos na porta do ministério do Planejamento e no Congresso, entidades do funcionalismo unem-se contra governo. Cobram reajuste salarial e retirada da proposta que acaba com aposentadoria integral na categoria. Frente parlamentar pró-servidor reúne 200 assinaturas. Governo diz que negociará para evitar greves, mas reforma da previdência é prioridade absoluta.

Najla Passos

Brasília – Os servidores públicos federais comemoraram o que consideram ter sido três vitórias nesta quarta-feira (15), ao lançarem campanha por reajuste salarial. Unificaram 29 das 32 entidades em torno de reivindicações. Viram cerca de 200 deputados assinarem proposta de criação da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público. E arrancaram do ministério do Planejamento promessa de que a primeira rodada de negociações se dará ainda na primeira semana de março.

Se moradia é privilégio, ocupar é um direito’, diz sem-teto acampada na Avenida São João



André Cristi e Caio Sarack

Famílias que há quatro meses ocupavam um edifício abandonado decidem levantar acampamento na rua, em frente a outro edifício inativo, e Frente de Luta por Moradia lamenta por “problema social ser tratado como caso de polícia”.

São Paulo – Em uma única semana, 230 famílias que viviam no centro de São Paulo perderam suas casas e foram submetidas duas vezes à ação policial. No domingo, dia 5, a Guarda Civil Metropolitana tentou retirar as famílias de um acampamento montado pelos sem-teto na Avenida São João, depois de terem sido desalojados pela Polícia Militar, três dias antes, de um prédio abandonado que ocupavam desde 5 de novembro do ano passado. 

Habitação: especulação e moradia



Grandes obras de planejamento urbano destituídas de uma política fundiária para conter a especulação imobiliária resultam na expulsão dos mais pobres. “Projetos urbanos, projetos viários e crescimento que, em tese, seriam positivos, têm como conseqüência a expulsão dos mais pobres, não somente por via direta (como remoções de ocupação), mas também indireta, (preços e custo de vida)”, diz Nabil Bonduki, secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.

Caio Sarack

São Paulo - O crescimento acelerado da economia e os investimentos feitos na área imobiliária, inclusive os feitos pelo governo federal para as classes de menor renda, tiveram também seu efeito colateral, segundo análise do secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Georges Bonduki, professor-doutor em assuntos de Habitação Urbana pela FAU-USP: uma alta valorização da terra urbana, que acabam provocando uma forte especulação imobiliária e anulando os efeitos de políticas habitacionais para a população de baixa renda.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Brasil: de empresa internacionalizada a sociedade











Leonardo Boff


Há interpretações clássicas sobre a formação da nação Brasil. Mas esta do cientista político Luiz Gonzaga de Souza Lima é seguramente singular e adequada para entender o Brasil no atual processo mundial de globalização: A refundação do Brasil: Rumo a uma sociedade biocentrada (Rima, São Carlos, 2011). Seu ponto de partida é o fato brutal da invasão e expropriação das terras brasileiras pelos “colonizadores”, à base da escravidão e da superexploração da natureza. Não vieram para fundar aqui uma sociedade mas para montar uma grande empresa internacional privada, uma verdadeira agroindústria, destinada a abastecer o mercado mundial. Ela resultou da articulação entre reinos, igrejas e grandes companhias privadas como a das Índias Ocidentais, Orientais, a Holandesa (de Maurício de Nassau), com navegadores, mercadores, banqueiros, não esquecendo as vanguardas modernas, dotadas de novos sonhos, buscando enriquecimento rápido.

Ocupada a terra, para cá foram trazidas matrizes (cana-de-açúcar e depois café), tecnologias modernas para a época, capitais e escravos africanos. Estes eram considerados “peças” a serem compradas no mercado e como carvão a ser consumido nos engenhos de açúcar. Com razão afirma Souza Lima: “O resultado foi o surgimento de uma formação social original e desconhecida pela humanidade até aquele momento, criada unicamente para servir à economia; no Brasil nasceu o que se pode chamar de formação social empresarial”. 




João Pessoa: mais execução de ex- presidiário


Ex-presidiário é assassinado na frente da mulher e dos filhos



Um ex-presidiário foi assassinado a tiros dentro de casa no bairro Padre Zé, em João Pessoa. O crime aconteceu na madrugada desta terça-feira (14) na frente da sua companheira e dos seus filhos.



O homem assassinado foi identificado como Jamerson Paulino de França, 21 anos, que teria saído há apenas três dias do Presídio do Roger, onde cumpriu pena por assalto a mão armada.



De acordo com o repórter Josenildo Gonçalves, da TV Correio, os acusados foram dois homens que estavam a pé que fugiram sem deixar pistas.

A polícia acredita em acerto de contas. 

Jornal Correio da Paraíba 

Os diferentes são todos doentes?




Contardo Calligaris


Perdoamos facilmente, mas não é por misericórdia, é porque desculpamos os "doentes". É um progresso?

Aconteceu no mesmo dia. Primeiro, houve uma mãe falando da homossexualidade do filho, que ela, em tese, acabava de descobrir: "É uma doença, não é?", perguntou. Ela queria encontrar, na minha confirmação, uma razão de perdoar o filho por ele ser como é.

Mais tarde, alguém, falando de um parente próximo que é toxicômano, afirmou mais do que perguntou: "Ele é doente" -no tom de quem procura uma confirmação que permita perdoar o inelutável.

Nos dois casos, respondi com cautela, mais ou menos desta forma: "Certo, deve haver razões para ele ser assim, mas ele não é doente como alguém que pega um vírus ou uma bactéria, nem como alguém que seja invadido por um câncer". 



Saúde e concorrência predatória



Nelson Brasil de Oliveira


Analistas econômicos têm criticado a iniciativa do governo federal de instituir uma margem de preferência de 25% para os produtos de fabricação nacional, destinados à área da saúde. Dizem eles que o elevado déficit comercial do setor não justifica tal decisão, uma vez que hoje sobram dólares no país para custear importações; que o apoio governamental à indústria farmacêutica e de equipamentos hospitalares deveria se concentrar em critérios como modicidade de preços e qualidade dos produtos; e que os recursos públicos deveriam ser investidos inteiramente na melhoria dos serviços.

A preferência para o produto nacional, consagrada nas políticas industriais de todos os países economicamente bem sucedidos, é uma forma de incentivo a setores estratégicos da indústria que vem sendo reintroduzida no Brasil desde o governo Lula, por meio da Medida Provisória nº 495, editada em julho de 2010 e convertida em lei (nº 12.349) em dezembro de 2010.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Copa 2014: a inaceitável lei anti-sindical




Sindicatos querem trabalho decente nas obras e no evento. Mas tramita no Senado o AI-5 da Copa, que quer classificar como crimes as greves as vésperas do torneio

Por Isaías Dalle, no site da CUT

Se dependesse só da FIFA e das multinacionais, as áreas e atividades relacionadas à Copa do Mundo de Futebol 2014 formariam uma espécie de território autônomo, com jurisdição especial. Nesse reino, personagens como trabalhadores em greve, vendedores ambulantes ou idosos seriam tratados como vilões e, de preferência, mantidos do lado de fora das muralhas.

Diferentes entidades têm se mobilizado para impedir esse conto de fadas macabro. A CUT tem agido em três frentes: na elaboração e aprovação do Acordo Nacional da Indústria da Construção Civil; na inclusão de emendas no projeto de Lei Geral da Copa e, evidentemente, na mobilização. O rumor de uma greve nas obras de construção dos estádios, a partir de março, tem atraído curiosidade até da imprensa internacional. 

Ministro Aguinaldo Veloso e o passado



Memórias em disputa

O oportuno livro escrito por Marta Cioccari e Ana Carneiro, "Retrato da Repressão Política no Campo, Brasil 1962-1985", somando-se às menções da imprensa aos vínculos familiares do ministro das Cidades, oferece uma boa oportunidade para chamar a atenção para a vida dos trabalhadores no campo.

Regina Novaes e Beto Novaes

Fomos professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), pesquisamos e publicamos livros e artigos sobre as Ligas Camponesas dos anos de 1960 e sobre o movimento sindical dos trabalhadores rurais na Paraíba nas décadas de 1970 e 1980. Além disso, em várias ocasiões, trabalhamos como assessores do movimento sociais no campo. Por este percurso, temos sido procurados para comentar a nomeação de Aguinaldo Veloso Borges Ribeiro, líder do PP na Câmara dos Deputados, como ministro das Cidades do governo Dilma.

São várias as indagações que buscam respostas sobre o significado político da nomeação de um “Veloso Borges” para o governo da sucessora de Lula. Explicando melhor: o ministro tem o sobrenome Ribeiro, pois é filho de Edvaldo Ribeiro, ex-prefeito de Campina Grande, na época da antiga Arena. Mas seu nome e o sobrenome também remetem ao avô materno que, na memória política local, era publicamente conhecido como usineiro líder do “Grupo da Várzea” ao qual também esteve ligado Zito Buarque Gusmão, casado com outra filha de Aguinaldo-avô. Ambos, sogro e genro, tiveram seus nomes envolvidos em dois assassinatos de lideranças de trabalhadores rurais na Paraíba: João Pedro Teixeira e Margarida Maria Alves. 



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Linduarte Noronha, o pioneiro do Cinema Novo




Agassiz Almeida


Lá pelos fins da década de 1950, quando juntos, Linduarte e eu, cursamos a Faculdade de Direito da Paraíba, num entardecer de um sábado, em João Pessoa, algo iria nortear ideologicamente a nossa visão do mundo: uma conferência do revolucionário educador Paulo Freire. A partir daquele encontro começamos a olhar e compreender a sociedade invisível, aquela que pulula nos subterrâneos dos estratos sociais e cujos gritos e dores são abafados.

Com Linduarte, eu convivi por longos anos, desde os bancos acadêmicos até as cátedras universitárias, quando fomos atingidos pelo Golpe Militar de 64. Quantas vezes, e foram muitas, ele ia estudar na minha casa à rua das Trincheiras, em João Pessoa, onde eu morava com a família. Já naquela época, ele era possuidor de uma forte convicção marxista. 



Direito de greve e militares


Paralisação na Bahia repõe discussão sobre direito de greve dos militares




Exército foi chamado na Bahia


A greve da PM na Bahia, como todo movimento dessa natureza que envolve policiais, repõe na agenda nacional a discussão e a polêmica sobre o direito de paralisação de um contingente armado. Ninguém nega que os salários precisam melhorar. O que todos discutem são os tênues limites que envolvem tanto a condução da greve quanto a ação do governo para não permitir que a situação resvale para a ilegalidade.

Hoje, a Folha de São Paulo traz uma entrevista e uma reportagem em que dois juízes analisam a situação de formas opostas. Contra o direito de greve para policiais, a Folha entrevistou o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen; a favor, manifesta-se o juiz federal da 1ª Vara Previdenciária de São Paulo, Marcus Orione Gonçalves Correia.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

João Pessoa: criado Conselho Municipal dos Idosos




Conselho Municipal dos Direitos do Idoso é Lei



O prefeito Luciano Agra sancionou o projeto do vereador Bira (PSB), criando o Conselho Municipal dos Direitos do Idoso e a Política Municipal do Idoso. Revoga-se ainda as Leis Municipais de n*os*. 9.393, de 29 de dezembro de 2000 e 10.270, de 29 de Junho de 2004, vinculando o Conselho Municipal dos Direitos do Idoso à estrutura da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.


De acordo com o vereador Bira, a iniciativa busca promover e defender os direitos da pessoa idosa de acordo com o Estatuto do Idoso, zelar pela aplicação das normas sobre o idoso, determinando ações para evitar abusos e lesões a seus direitos, além de disponibilizar assessoria jurídica aos idosos em situação de risco ou em situação peculiar.


“Trata-se de uma lei que defende a dignidade da pessoa idosa, transferindo responsabilidade para o Poder Executivo Municipal no tocante a implementação de políticas públicas para esse segmento social”, explicou parlamentar.


De acordo com a lei, para a implementação das políticas públicas direcionadas aos idosos o Poder Executivo Municipal adotará medidas voltadas para esse segmento a serem executadas pelas secretarias da gestão municipal. Com isso, haverá políticas públicas relacionadas à infraestrutura, saúde, desenvolvimento social, turismo, lazer, habitação, transporte, cultura, além de medidas relacionadas à execução da lei de acessibilidade.


Ascom
PB Agora

Brasil primário exportador



Crescimento baseado em recursos naturais preocupa Ipea


por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil


Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada afirma que a alta participação dos setores de uso intensivo de recursos naturais na economia torna difícil uma estratégia consistente de crescimento sustentável para o Brasil

Divulgado na última sexta-feira (3), o Comunicado do Ipea nº 133 – Produtividade no Brasil nos anos 2000-2009: análise das Contas Nacionais afirma que a produtividade do trabalho no país manteve-se praticamente estável entre 2000 e 2009, com variação anual de 0,9%. Mas o que mais salta aos olhos no relatório é o papel destacado da agropecuária, que registrou crescimento de 4,3% e da indústria extrativa, com 1,8%.

“Estes setores, de reduzido efeito multiplicador sobre o restante da economia e de baixo valor agregado, impõem obstáculos a uma estratégia de crescimento sustentado no longo prazo, sobretudo se a distribuição da produção estiver se concentrando.

Novo Brasil, mas velho urbano



por Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro*


Há poucas semanas, os jornais noticiavam que o Brasil havia se tornado a sexta maior economia mundial, deixando para trás a Inglaterra.

Anos seguidos de crescimento econômico permitiram que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro alcançasse tal posição – com a ajuda, é verdade, da crise econômica que vem derrubando as economias dos países desenvolvidos –, reforçando a percepção do bom momento que vive a nossa economia, com geração de empregos e aumento da renda.

Pegando carona nesse crescimento econômico, aliado à redução das desigualdades de renda ocorrida nos últimos anos, milhares de brasileiros vêm conseguindo entrar na tão falada “nova classe média” – ou seja, suas famílias atingiram um extrato de renda intermediário, deixando a pobreza para trás. Relacionado a isto, observamos também a diminuição do desemprego, a expansão do número de postos com carteira de trabalho assinada, o maior acesso ao crédito e, como consequência desses movimentos, o aumento do poder de consumo da população. Neste sentido, podemos dizer que nos últimos anos observamos um grande processo de inclusão social via mercado – aliado aos programas de transferência de renda.

Ao mesmo tempo, nas primeiras semanas do ano, os moradores do Rio de Janeiro têm acompanhado, mais uma vez, notícias a respeito de uma série de “desastres naturais” que deixam muitas pessoas desabrigadas, feridas ou mesmo mortas.



Finanças, dívida e luta pela moradia





Nos movimentos pelo direito à cidade, resposta a um sistema para o qual habitação é apenas mais uma forma de multiplicar dinheiro




Por Bruno Cava, Quadrado dos Loucos


Há uma percepção generalizada que o sistema financeiro é responsável pela crise da economia global. A culpa estaria no excesso de ganância dos mercados, na especulação em detrimento do desenvolvimento, do risco moral e individualismo por parte dos financistas e banqueiros. Essas leituras da crise de uma forma ou de outra costumam conferir um grau de separação entre a “economia real” e as finanças. Como se a saída da crise estivesse em voltar a valorizar mais a primeira. Por isso, prescrevem maior atenção no desenvolvimento do chamado “setor produtivo”, enquanto o “setor financeiro” exigiria maior regulamentação por parte dos estados. Essas leituras deixam de analisar a fundo o vínculo orgânico entre finanças e produção.

Como funciona esse vínculo?

No mundo hoje, a maior fatia do dinheiro não se compõe do papel-moeda como o conhecemos, mas de dívida. É que o dinheiro também é gerado quando bancos emitem débitos sobre si mesmos, virtualmente do nada.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

MST realiza ato por Reforma Agrária no IFS

Marcelo Deda, Governador  de Sergipe 




Reunindo lideranças de 24 Estados brasileiros, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou um ato em defesa da reforma agrária na noite da última segunda-feira, 6, no auditório Pedro Braz, do Instituto Federal de Sergipe, em Aracaju.

Na composição da mesa de discussões do evento, se encontravam nomes da política nacional – a exemplo do presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão –, da política estadual, municipal, de movimentos apoiadores e da própria direção do MST.

A abertura do ato foi realizada por Jairo Amorim, da direção nacional do movimento. “Foram tantas as derrotas e tantas as vitórias que, talvez, nó não precisássemos falar da importância da reforma agrária”, afirmou.

Amorim fez comentários a respeito da situação atual da reforma, que avaliou como um momento de desmobilização – mas declarou que considera a necessidade de reorganização “atual”.



A “defesa do direito ao aborto” e a “defesa do aborto”





É com esperança que recebi a notícia de que a professora Eleonora Menicucci assume como ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres, não apenas por conta de sua trajetória como militante política durante os anos de chumbo e como respeitada acadêmica, mas também por sua forte atuação no movimento feminista.

Ao noticiar a posição pessoal da nova ministra de “defesa do direito ao aborto”, parte da imprensa falou simplesmente em “defesa do aborto”. Bem, só quem é jornalista e esteve em um fechamento sabe o que é ter um chefe bufando no seu cangote, exigindo a página fechada, enquanto procura fazer caber uma ideia inteira em um espaço tão exíguo quanto aquele reservado ao título ou à manchete. Mas, caros colegas, temos que tomar cuidado. Defesa do direito ao aborto é diferente de defesa do aborto.

Não há defensora ou defensor do direito ao aborto que ache a interrupção da gravidez uma coisa fácil e divertida de ser feita, equiparada a ir à padaria para comprar um Chicabon. Também não seriam formadas filas quilométricas na porta do SUS

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Eleonora Menicucci, ex-professora da UFPB, é a nova ministra para as Mulheres


Eleonora com a presidenta Dilma em janeiro de 2012

por Conceição Lemes


Eleonora Menicucci de Oliveira, nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, cultiva a imagem de pesquisadora feminista com visão política independente, uma vez que é filiada ao Partido dos Trabalhadores, mas não participa do dia-a-dia do partido.

Mineira da cidade de Lavras, nascida em 21 de agosto de 1944, é divorciada e tem dois filhos – Maria, de 42 anos, e Gustavo, com 37 – e três netos, Stella, João e Gregório.

Na juventude, interessa-se pelo ideário socialista e inicia sua participação em organizações de esquerda após o golpe militar de 64. Passou quase três anos na cadeia em São Paulo, de 1971 a 1973.

Ao sair da prisão, reorganiza sua via em João Pessoa, na Paraíba, onde inicia sua carreira docente na Universidade Federal da Paraíba. É nesse período que a militância feminista e a paixão pela pesquisa sobre as condições de vida das mulheres brasileiras ganham relevo na sua trajetória acadêmica e política. 



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