Todos os municípios brasileiros têm trabalhadores sem-teto. A incapacidade dos governos em resolver essa questão é evidente: em seu primeiro mandato, Lula cumpriu sua promessa de entregar 1 milhão de moradias via Minha Casa Minha Vida (MCMV) – houve 18 milhões de inscrições.
Parte do Programa de Aceleração do Crescimento, o MCMV encontra-se quase integralmente (cerca de 98%, segundo o Ministério do Planejamento) no colo do setor privado, que projeta os apartamentos, escolhe os terrenos e gera, de fato, a aceleração do crescimento do preço da terra em todo o país.
Entre os 2% restantes do orçamento do Minha Casa Minha Vida, uma fatia pertence ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Desde junho do ano passado, o MTST emergiu se não como o maior movimento social urbano do país certamente como o maior organismo de combate ao déficit habitacional brasileiro.
Só na cidade de São Paulo, o MTST organiza, conforme afirma seu coordenador nacional Guilherme Boulos, entre 15 e 20 mil famílias. Provas incontestes de sua força, além da repercussão nacional de seus atos, foram as alterações no Plano Diretor da capital econômica do país, conquistadas em detrimento de uma câmara municipal reconhecidamente conservadora.
E as eleições?
A única candidatura que mereceu menção nominal na nota pública do MTST sobre as eleições de 2014 foi a de Luciana Genro à presidência. A postulante à presidência pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol) foi tratada nos seguintes termos: "nas eleições presidenciais, nos identificamos com muitas propostas da candidatura de Luciana Genro (Psol), que buscou incorporar as posições dos movimentos populares – incluindo o MTST – em seu programa."
No entanto, lamenta a nota, “sabemos que suas chances reais de disputa são muito pequenas, exatamente pelo domínio dos interesses econômicos sobre o processo eleitoral”.
Apesar da "identificação" com o Psol, o MTST não aceita militantes ligados a qualquer outra organização desde 2013. Conforme argumenta Natália Szermeta, coordenadora estadual do MTST entrevistada por Carta Maior, é assim porque "os princípios, táticas e estratégia do movimento correm o risco de não serem respeitados ou praticados em detrimento de decisões de outras organizações".
Natália não declara voto. “Como militante devo respeitar a orientação coletiva do movimento não declarando voto, pois uma declaração pública pode ser confundida com a do movimento”, defende e explica que todos os coordenadores do MTST participaram de um seminário eleitoral. O posicionamento de todos os membros é orientado pelas decisões da maioria.
Perguntada sobre a entrada de candidatos nas ocupações, afirma: "o que não é bem-vindo é gente oportunista. Aquelas pessoas que apoiam o movimento têm as portas sempre abertas em qualquer período do ano".
O poder popular versus Aécio/Dilma/Marina
Reverberando as recentes notas públicas de sua organização política, a militante afirma: "nós não achamos que todos os candidatos são farinha do mesmo saco, reconhecemos que dentro dos limites estruturais do sistema representativo existem diferenças que precisam ser consideradas".
Descrente no sistema político-eleitoral que considera viciado, Natália deposita esperanças na mobilização: "o sistema se constitui num jogo de cartas marcadas. A nossa opção é a de organizar a mobilização popular para pressionar seja qual for o governante em defesa dos direitos sociais", diz.
Enquanto o governo petista é recorrentemente apontado pelo movimento como privatizador da política urbana e "enxugador de gelo" da política habitacional, o governo tucano em São Paulo é responsável por tragédias como a de Pinheirinho. E Marina Silva? Szermeta não hesita: "a candidatura de Marina Silva é o Plano B da elite brasileira. Uma candidatura que tem como orientador na área econômica Eduardo Gianneti da Fonseca sem dúvida representa o arrocho, as privatizações e o aumento das tarifas. Não é para nós uma alternativa”, define.
Carta Maior
No entanto, lamenta a nota, “sabemos que suas chances reais de disputa são muito pequenas, exatamente pelo domínio dos interesses econômicos sobre o processo eleitoral”.
Apesar da "identificação" com o Psol, o MTST não aceita militantes ligados a qualquer outra organização desde 2013. Conforme argumenta Natália Szermeta, coordenadora estadual do MTST entrevistada por Carta Maior, é assim porque "os princípios, táticas e estratégia do movimento correm o risco de não serem respeitados ou praticados em detrimento de decisões de outras organizações".
Natália não declara voto. “Como militante devo respeitar a orientação coletiva do movimento não declarando voto, pois uma declaração pública pode ser confundida com a do movimento”, defende e explica que todos os coordenadores do MTST participaram de um seminário eleitoral. O posicionamento de todos os membros é orientado pelas decisões da maioria.
Perguntada sobre a entrada de candidatos nas ocupações, afirma: "o que não é bem-vindo é gente oportunista. Aquelas pessoas que apoiam o movimento têm as portas sempre abertas em qualquer período do ano".
O poder popular versus Aécio/Dilma/Marina
Reverberando as recentes notas públicas de sua organização política, a militante afirma: "nós não achamos que todos os candidatos são farinha do mesmo saco, reconhecemos que dentro dos limites estruturais do sistema representativo existem diferenças que precisam ser consideradas".
Descrente no sistema político-eleitoral que considera viciado, Natália deposita esperanças na mobilização: "o sistema se constitui num jogo de cartas marcadas. A nossa opção é a de organizar a mobilização popular para pressionar seja qual for o governante em defesa dos direitos sociais", diz.
Enquanto o governo petista é recorrentemente apontado pelo movimento como privatizador da política urbana e "enxugador de gelo" da política habitacional, o governo tucano em São Paulo é responsável por tragédias como a de Pinheirinho. E Marina Silva? Szermeta não hesita: "a candidatura de Marina Silva é o Plano B da elite brasileira. Uma candidatura que tem como orientador na área econômica Eduardo Gianneti da Fonseca sem dúvida representa o arrocho, as privatizações e o aumento das tarifas. Não é para nós uma alternativa”, define.
Carta Maior
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