segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Entidades da sociedade civil pressionam por reforma política

Desde junho do ano passado, quando ocorreram grandes manifestações populares em todo o Brasil, as organizações da sociedade civil têm pressionado pela aprovação de propostas de reforma política. Na avaliação de José Antônio Moroni, um dos diretores do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), as manifestações de junho de 2013 foram fundamentais para juntar as organizações em torno do tema, que fez parte do relatório do Inesc sobre o assunto, divulgado na última sexta-feira (19).


O dirigente partidário Ricardo (Alemão) Abreu, do PCdoB, vota no plebiscito por uma Constituinte exclusiva para reforma política. O dirigente partidário Ricardo (Alemão) Abreu, do PCdoB, vota no plebiscito por uma Constituinte exclusiva para reforma política. Os movimentos reúnem mais de 100 organizações, presentes em todos os estados brasileiros, entre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que foram responsáveis pela divulgação do projeto da Lei da Ficha Limpa.


Já foram coletadas 500 mil assinaturas de apoio a um projeto de lei de reforma política. Os eixos da proposta são afastar das eleições o financiamento de empresas, melhorar o sistema eleitoral, promover a inclusão política das mulheres e de grupos sub-representados e aperfeiçoar a democracia direta.


Outras propostas de iniciativa popular são apoiadas por entidades da sociedade civil e devem ser levadas adiante nos próximos anos. Entre elas, a implementação do Fundo Nacional de Combate do Racismo e propostas de democratização das comunicações e de democratização da Justiça.


Plebiscito


Entidades como a Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político já atuam há mais de dez anos, afirma Moroni, ressaltando que foi a partir das manifestações que o debate se tornou central para outros movimentos da sociedade civil.


"Antes, havia um certo sentimento de que era preciso fazer uma reforma política, mas, a partir dali, a maioria das organizações da sociedade civil colocaram a reforma em suas agendas, e viram como prioridade", disse Moroni.


Uma das campanhas organizadas por movimentos sociais realizou um plebiscito por uma Constituinte exclusiva para mudanças no sistema político. O plebiscito foi apoiado por mais de oito milhões de pessoas, em uma votação com 40 mil urnas abertas em todo o Brasil, realizada na segunda semana de setembro, que coincidiu com a Semana da Pátria.


Os resultados serão anunciados nesta quarta-feira (24), e a entrega oficial da proposta para o Congresso ocorrerá em 15 de outubro. Juntamente com os resultados, deve ser protocolada uma proposta formal de plebiscito, assinada por, no mínimo 171 deputados e 27 senadores, na forma de um decreto legislativo.


Vermelho

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