Alianças políticas no contexto de golpe de Estado – De 1990, que foi quando o primeiro presidente brasileiro após a ditadura civil militar de 1964 tomou posse e passou a exercer seu mandato, até 31 de agosto de 2016, quando foi consumada a destituição definitiva da presidenta eleita Dilma Rousseff, do cargo de presidenta da República, através de um processo de impeachment sem base jurídica consistente, nós estávamos vivendo em um momento denominado de “redemocratização”, no qual havia eleições e seus resultados eram respeitados, salvo quando havia denúncias, provas e vontade política para que a lei fosse cumprida e então se cassasse o mandato.
quinta-feira, 31 de agosto de 2017
Aliança com o centro é necessária para governar
As provocações de Quaquá
Miguel do Rosário
Esse artigo de Quaquá* deve ter irritado alguns desavisados, que só leram o título. Então vai um spoiler, para quebrar o gelo e fazer o leitor se aproximar de um texto deveras interessante para se analisar a conjuntura nacional: o tal partido “lulista, burguês e reformista” não seria o PT, e sim um outro partido, novo ou velho, de orientação ideológica centrista, que serviria para atrair setores da burguesia insatisfeitos com o atual rumo do governo Temer, e saudosos do pacto social inaugurado por Lula, que fez todos ganharem.
Miguel do Rosário
Esse artigo de Quaquá* deve ter irritado alguns desavisados, que só leram o título. Então vai um spoiler, para quebrar o gelo e fazer o leitor se aproximar de um texto deveras interessante para se analisar a conjuntura nacional: o tal partido “lulista, burguês e reformista” não seria o PT, e sim um outro partido, novo ou velho, de orientação ideológica centrista, que serviria para atrair setores da burguesia insatisfeitos com o atual rumo do governo Temer, e saudosos do pacto social inaugurado por Lula, que fez todos ganharem.
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
Reforma política: falta proposta progressista
Rene Carvalho
O descrédito da politica e das instituições cresce a cada dia. A crise ética e de representatividade do Congresso e da Presidência bomba.
O descrédito da politica e das instituições cresce a cada dia. A crise ética e de representatividade do Congresso e da Presidência bomba.
Parece evidente que reforma política e eleitoral são mais do que necessárias, para uma nova República. Ao mesmo tempo, a Câmara discute uma reforma política apenas com o objetivo de facilitar a reeleição dos atuais deputados.
Não ouvi falar de nenhuma proposta mais crítica do PT e partidos progressistas. Apenas o tal de voto em lista que, em sua versão atual, apenas fortalece as burocracias partidárias.
Só consigo explicar essa falta de propostas de efetiva reforma pensando que a maioria dos deputados progressistas se sente mais próxima dos demais deputados do que da população que reclama grandes mudanças.
Ideia estapafúrdia: um partido lulista, burguês e reformista
A “ideia" de um partido lulista, burguês e reformista
Jaldes Meneses
As analogias históricas sem pé nem cabeça estão em moda. Circula por aí no debate político de esquerda na internet uma ideia estapafúrdia de ares panegíricos. É a seguinte: assim como Vargas fundou dois partidos em 1945 - o PTB para abrigar os trabalhadores emergentes, e o PSD, para abrigar as oligarquias regionais e os quadros burocráticos conservadores do Estado Novo - Lula fundaria um novo partido “lulista, reformista e burguês”.
Jaldes Meneses
As analogias históricas sem pé nem cabeça estão em moda. Circula por aí no debate político de esquerda na internet uma ideia estapafúrdia de ares panegíricos. É a seguinte: assim como Vargas fundou dois partidos em 1945 - o PTB para abrigar os trabalhadores emergentes, e o PSD, para abrigar as oligarquias regionais e os quadros burocráticos conservadores do Estado Novo - Lula fundaria um novo partido “lulista, reformista e burguês”.
Lula prepara Haddad e aliança com PSB para 2018, diz jornal
Deputado diz que Liberta Rio Tinto avança em defesa do povo
“A luta de 17 anos do nosso mandato e do deputado federal Luiz Couto, em defesa da população de Rio Tinto, que paga imposto à família Lundgren para poder morar na cidade, e de posseiros ameaçados de despejo, em Oiteiro de Campina, está dando resultado”. A afirmação é de deputado estadual Frei Anastácio (PT).
Luta, unidade e Lula presidente podem mudar os rumos do país
“Temos que dizer para os trabalhadores que deixem de votar em patrão, se quiserem seus direitos de volta"
Érica Aragão, com colaboração de Luiz Carvalho
Representantes de peso dos movimentos social e sindical deram o tom político do debate ocorrido na tarde de 28 de agosto, primeiro dia do 15º Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT, que atraiu as atenções do plenário.
Com o tema “Conjuntura Nacional”, o debate girou em torno do momento político, econômico e social que o país vive. Para subsidiar os planos de luta da CUT, os palestrantes indicaram propostas para a classe trabalhadora anular os retrocessos impostos por um presidente ilegítimo, com mobilizações, paralisações e eleição de um Congresso representativo da classe trabalhadora e Lula presidente para o país voltar a crescer.
Érica Aragão, com colaboração de Luiz Carvalho
Representantes de peso dos movimentos social e sindical deram o tom político do debate ocorrido na tarde de 28 de agosto, primeiro dia do 15º Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT, que atraiu as atenções do plenário.
Com o tema “Conjuntura Nacional”, o debate girou em torno do momento político, econômico e social que o país vive. Para subsidiar os planos de luta da CUT, os palestrantes indicaram propostas para a classe trabalhadora anular os retrocessos impostos por um presidente ilegítimo, com mobilizações, paralisações e eleição de um Congresso representativo da classe trabalhadora e Lula presidente para o país voltar a crescer.
terça-feira, 29 de agosto de 2017
Metalúrgicos lançam campanha nacional contra “reformas”
Os sindicatos dos metalúrgicos, em nível nacional, de todas as centrais sindicais, saem na frente e lançam campanha contra a reforma trabalhista, contextualizada na Lei 13.467/17, sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB), em 13 de julho, que entrará em vigor em novembro.
Reunião de dirigentes metalúrgicos realizada terça (22), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP)
Reunião de dirigentes metalúrgicos realizada terça (22), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP)
Por um partido lulista, burguês e reformista!
Por Washington Siqueira Quaquá
O título parece uma provocação. E é! Mas não no sentido negativo e sim no positivo de provocar o debate sobre nosso projeto político para o Brasil. A entrada de Renan Calheiros e de seu filho governador na caravana de Lula quando passou por Alagoas suscinta o debate sobre nossa política de alianças. Não há voto popular e democracia, sobretudo no nordeste, sem Lula.
O golpe de estado sob verniz parlamentar que sofremos no país, em 2016, evidencia a permanência do profundo descompromisso que as elites econômicas têm com a democracia e com o projeto inconcluso de construção da nação brasileira. O golpe parlamentar compõe um quadro dramático de fascistização da sociedade e das instituições. Os direitos e garantias liberais e burgueses foram suprimidos e um estado de exceção policialesco, comandado pelo aparelho judiciário, está em vigência.
O título parece uma provocação. E é! Mas não no sentido negativo e sim no positivo de provocar o debate sobre nosso projeto político para o Brasil. A entrada de Renan Calheiros e de seu filho governador na caravana de Lula quando passou por Alagoas suscinta o debate sobre nossa política de alianças. Não há voto popular e democracia, sobretudo no nordeste, sem Lula.
O golpe de estado sob verniz parlamentar que sofremos no país, em 2016, evidencia a permanência do profundo descompromisso que as elites econômicas têm com a democracia e com o projeto inconcluso de construção da nação brasileira. O golpe parlamentar compõe um quadro dramático de fascistização da sociedade e das instituições. Os direitos e garantias liberais e burgueses foram suprimidos e um estado de exceção policialesco, comandado pelo aparelho judiciário, está em vigência.
Governador da Paraíba suspende racionamento de água em cidade que recebe Lula
Wagner Batista
O PLANETA ÁGUA SE TRANSFORMA NO DESERTO POLÍTICO, IDEOLÓGICO E GEOGRÁFICO NA PARAÍBA
A MANIPULAÇÃO DAS EXPECTATIVAS E NECESSIDADES DO POVO NÃO TEM LIMITES.
OS QUE NOS CONDENARAM SECULARMENTE À ESCASSEZ DE ÁGUA E À SEDE, CINICAMENTE, CONDENAM A MEDIDA.
OS DEMAGOGOS TERGIVERSAM. AMEAÇAM NOSSO FUTURO PRÓXIMO.
LÁ E LOU NÃO TÊM COMPROMISSO COM A VIDA DA POPULAÇÃO E A DESERTIFICAÇÃO.
A HIPOCRISIA NÃO TEM LIMITES.
O PLANETA ÁGUA SE TRANSFORMA NO DESERTO POLÍTICO, IDEOLÓGICO E GEOGRÁFICO NA PARAÍBA
A MANIPULAÇÃO DAS EXPECTATIVAS E NECESSIDADES DO POVO NÃO TEM LIMITES.
OS QUE NOS CONDENARAM SECULARMENTE À ESCASSEZ DE ÁGUA E À SEDE, CINICAMENTE, CONDENAM A MEDIDA.
OS DEMAGOGOS TERGIVERSAM. AMEAÇAM NOSSO FUTURO PRÓXIMO.
LÁ E LOU NÃO TÊM COMPROMISSO COM A VIDA DA POPULAÇÃO E A DESERTIFICAÇÃO.
A HIPOCRISIA NÃO TEM LIMITES.
Pragmatismo político e movimento social
Michel Zaidan
Foi o filósofo alemão Walter Benjamin quem disse, uma vez, que não havia nenhum propósito sensato na política. Referia-se o filósofo à política como mera atividade estratégica, destituída de propósitos éticos ou normativos, cujo fim seria a conquista do poder pura e simplesmente. Benjamin, sob a influência do anarquismo, via os políticos socialdemocráticos de sua época como meros operadores políticos preocupados, sobretudo, com a vitória de seu partido nas eleições e mais nada.
Foi o filósofo alemão Walter Benjamin quem disse, uma vez, que não havia nenhum propósito sensato na política. Referia-se o filósofo à política como mera atividade estratégica, destituída de propósitos éticos ou normativos, cujo fim seria a conquista do poder pura e simplesmente. Benjamin, sob a influência do anarquismo, via os políticos socialdemocráticos de sua época como meros operadores políticos preocupados, sobretudo, com a vitória de seu partido nas eleições e mais nada.
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
Queremos a lavagem do Brasil, mas com respeito às nossas leis
Robespierre: sem cabeça |
O Brasil caminha com os mesmos sintomas da Revolução Francesa. Parece que começa a se sentir que pode haver um novo Robespierre.
Não somos contra nem a favor da Lava Jato. Somos, sim, a favor da moralidade pública, e queremos a lavagem do Brasil. Mas que esta lavagem seja feita com respeito às nossas leis, para que no futuro não haja dúvida com relação às punições e a aplicação correta na forma da legislação.
A formalidade, a materialidade, as provas verdadeiras, enfim, tudo o que o código exige, não pode permitir interpretação subjetiva. Exige uma interpretação objetiva.
Liberal?
Sistema S: contribuição compulsória ? |
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) colocou em frente ao Congresso Nacional 5.000 patos infláveis, em protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, concedeu uma entrevista ao "Valor Econômico" em que defendeu a prestação das contas da entidade. Por ser "privada, não cabe fazer a sua gestão discutindo publicamente".
Sobre os recursos públicos destinados ao Sesi e Senai, destacou a existência de mecanismos de controle, como a fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU). Por fim, argumentou que uma pesquisa interna apontou a satisfação de 90% dos usuários do sistema. "Quem presta o serviço está feliz, quem paga a conta está feliz."
Um novo regime?; por André Singer
Preservar o núcleo democrático representado por eleições livres e competitivas é a tarefa do momento.
As comparações entre 1964 e 2016 devem ser feitas com cuidado. No primeiro caso houve o golpe de Estado clássico do século 20: tomada do poder violento pelas Forças Armadas e supressão das liberdades democráticas. No segundo, usaram-se as próprias regras democráticas. Foi um golpe por dentro, parlamentar, por isso, preservando, até aqui as liberdades básicas de expressão, reunião e organização.
Lançar ovos e tomates ao adversário é supor que o debate de ideias acabou
Deu para escolher. Os incomodados com o estilo "acelera" do prefeito preferiram o vídeo de Salvador. A câmara flagrou a contrariedade de João Doria, quando um ovo avariou sua imagem planificada e seu terno de grife. Já os cidadãos cansados do gênero neofascista de Jair Bolsonaro se fartaram com a gema que amarelou o paletó do deputado em Ribeirão Preto.
O inusitado é a arma do protesto. Mídia e cidadãos se cansaram de atos com discursos em cima de carro de som. A rotinização os tornou insossos, as novas gerações não aturariam o ícone desse estilo no século 20: Fidel Castro. Agora anima o que é veloz, visual e surpreendente. Nessa linha, a ovada é um achado. Adequa-se à perfeição ao formato-mor dos novos tempos, o meme.
O inusitado é a arma do protesto. Mídia e cidadãos se cansaram de atos com discursos em cima de carro de som. A rotinização os tornou insossos, as novas gerações não aturariam o ícone desse estilo no século 20: Fidel Castro. Agora anima o que é veloz, visual e surpreendente. Nessa linha, a ovada é um achado. Adequa-se à perfeição ao formato-mor dos novos tempos, o meme.
domingo, 27 de agosto de 2017
De um Gilmar para outro: o tema é a soberba
Francisco Paes de Barros
Em meus tempos de garoto, em 1951, fui ao Estádio do Pacaembu numa tarde chuvosa, 25 de novembro. Gilmar fazia um dos seus primeiros jogos como titular, contra a Portuguesa de Desportos. Tomou sete gols, na derrota por 7 a 3! Mas não se perturbou nem perdeu a esperança. O tempo passou, ele voltou à equipe, foi várias vezes campeão paulista no Corinthians e, depois, no Santos, onde ganhou dois títulos mundiais de clubes. Brilhou na seleção brasileira, campeão mundial em 1958 e 1962.
Gilmar se relacionava bem com a imprensa e com os torcedores, convivendo num clima de cordialidade e espontaneidade. Era avesso à publicidade, preservava a sua vida particular, a esposa e os dois filhos. Repudiava o exibicionismo. Tinha presença constante na mídia graças às suas atuações espetaculares. Discreto, não fazia comentários públicos a respeito da atuação de seus colegas, adversários, técnicos, médicos e dirigentes. Ele os respeitava e promovia o fair play.
A aberração da venda da Eletrobras, por Luis Nassif
A avaliação de R$ 20 bilhões equivale a menos da metade de uma usina como Belo Monte. A Eletrobrás tem 47 usinas hidroelétricas, 114 térmicas e 69 eólicas, com capacidade de 47.000 MW, o que a faz provavelmente a maior geradora de energia elétrica do planeta. É uma empresa tão estratégica quanto a Petrobras.
Anular tudo que ele fez
Cid Benjamin
Já defendi a tese de que um governo decente (notem, já nem digo um governo de esquerda) que viesse depois da quadrilha que ocupa o Planalto teria que rever, caso a caso, todos os absurdos e crimes que ele cometeu.
Já não acho isso.
Não é o caso de rever caso a caso, mas de anular por atacado tudo o que essa turma fez.
Este governo não tomou um só decisão em consonância com os interesses dos trabalhadores e do país.
Tem que anular tudo, mas absolutamente tudo, o que ele fez.
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Facebook
Já defendi a tese de que um governo decente (notem, já nem digo um governo de esquerda) que viesse depois da quadrilha que ocupa o Planalto teria que rever, caso a caso, todos os absurdos e crimes que ele cometeu.
Já não acho isso.
Não é o caso de rever caso a caso, mas de anular por atacado tudo o que essa turma fez.
Este governo não tomou um só decisão em consonância com os interesses dos trabalhadores e do país.
Tem que anular tudo, mas absolutamente tudo, o que ele fez.
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O morro não tem vez
Siro Darlan
O aniversário de morte de Getúlio Vargas me fez meditar sobre o atual estado de perdas de direitos que estamos enfrentando na sociedade brasileira. Na magistratura se fala que somos a bola da vez porque estamos na berlinda do ódio dos políticos que se acham vítimas das ações do Ministério Público e do Judiciário. No operariado a tristeza de ver todos os direitos sociais conquistados sendo tungados pela ação legislativa que procura servir os interesses do capital. Se nós magistrados cochilamos quando do primeiro assalto aos direitos constitucionais e aplaudimos a derrubada de uma presidente honesta, devíamos saber que após um golpe permitido pelo judiciário conivente haveria mais o que perder.
O aniversário de morte de Getúlio Vargas me fez meditar sobre o atual estado de perdas de direitos que estamos enfrentando na sociedade brasileira. Na magistratura se fala que somos a bola da vez porque estamos na berlinda do ódio dos políticos que se acham vítimas das ações do Ministério Público e do Judiciário. No operariado a tristeza de ver todos os direitos sociais conquistados sendo tungados pela ação legislativa que procura servir os interesses do capital. Se nós magistrados cochilamos quando do primeiro assalto aos direitos constitucionais e aplaudimos a derrubada de uma presidente honesta, devíamos saber que após um golpe permitido pelo judiciário conivente haveria mais o que perder.
sábado, 26 de agosto de 2017
Lula justifica alianças políticas: ‘Gostaria que a esquerda tivesse mais força’
Campo progressista precisa mais cadeiras no parlamento, mais votos. |
Rede Brasil Atual
Em entrevista coletiva concedida à imprensa alternativa de Pernambuco na manhã desta sexta-feira (25), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscou justificar a formação de alianças políticas para vencer eleições e governar. Questionado sobre a presença de Renan Calheiros em eventos públicos da caravana em Alagoas e a respeito de um eventual apoio a Katia Abreu no Tocantins, ele defendeu a aproximação, ressaltando que composições similares puderam viabilizar diversas iniciativas em seus dois mandatos. “Acho que é importante que o movimento social e a esquerda se preocupem com isso. Quando um partido como o PT procura fazer alianças políticas, só procura fazer essas alianças porque tem clareza de que, sozinho, não ganha as eleições, e, se ganhar, não tem como governar se não tiver maioria no Congresso Nacional. Esse é o dado concreto.”
Frente Ampla do Uruguai, um exemplo para o Brasil
Já vamos para quase um mês da proclamação dos resultados das eleições municipais de 2 de outubro de 2016. Não é nosso objetivo fazer análise sobre quem ganhou ou quem perdeu essas eleições. Tampouco abordar o golpe de Estado perpetrado pelo Senado na presidenta Dilma Roussef. Meu objetivo aqui é um “olhar para frente”, estudar experiências políticas e eleitorais de outros países e ver se podemos aprender com elas e/ou adaptá-las em seus aspectos mais positivos em nosso país.
Não haverá 2018
Vladimir Safatle
No Brasil, toda a reflexão e ação política parece atualmente ter os olhos única e exclusivamente voltados para o ano de 2018.
Como se o país pudesse voltar a uma normalidade mínima depois de ficar dois anos nas mãos de um ocupante do lugar de presidente da República com perfil mais adaptado a trabalhar em filmes de aprendiz de gângsteres e com aceitação popular zero, de um Congresso Nacional composto de indiciados e oligarcas e de um Poder Judiciário exímio em operar com decisões completamente contraditórias de acordo com os interesses imediatos do juiz que julga.
No entanto há de se trabalhar com uma hipótese de grande plausibilidade, a saber, a de que 2018 não existirá.
No Brasil, toda a reflexão e ação política parece atualmente ter os olhos única e exclusivamente voltados para o ano de 2018.
Como se o país pudesse voltar a uma normalidade mínima depois de ficar dois anos nas mãos de um ocupante do lugar de presidente da República com perfil mais adaptado a trabalhar em filmes de aprendiz de gângsteres e com aceitação popular zero, de um Congresso Nacional composto de indiciados e oligarcas e de um Poder Judiciário exímio em operar com decisões completamente contraditórias de acordo com os interesses imediatos do juiz que julga.
No entanto há de se trabalhar com uma hipótese de grande plausibilidade, a saber, a de que 2018 não existirá.
Lula jantando com Renata Campos e Paulo Câmara
Liana Cirne Lins
Ontem quatro cenas me preocuparam. Vou descrevê-las fora de ordem. A última delas era Lula ao lado de Renata Campos e de Paulo Câmara.
Em outra, o pastor e deputado Marco Feliciano celebrava a violência extremada que uma professora sofreu por parte de um aluno que a socou por várias vezes. Marco Feliciano descobriu que a professora era de esquerda e que havia festejado um ovo que havia sido jogado em Bolsonaro. Hipocritamente dizia que era contra a violência. Hipocritamente chamava a professora de hipócrita e dizia que se ela defendia a violência [sic] não tinha direito de denunciá-la. Em menos de 24 horas, o vídeo tinha mais de dois milhões de visualizações e as reações eram de curtir, amar e rir, nessa ordem.
Ontem quatro cenas me preocuparam. Vou descrevê-las fora de ordem. A última delas era Lula ao lado de Renata Campos e de Paulo Câmara.
Em outra, o pastor e deputado Marco Feliciano celebrava a violência extremada que uma professora sofreu por parte de um aluno que a socou por várias vezes. Marco Feliciano descobriu que a professora era de esquerda e que havia festejado um ovo que havia sido jogado em Bolsonaro. Hipocritamente dizia que era contra a violência. Hipocritamente chamava a professora de hipócrita e dizia que se ela defendia a violência [sic] não tinha direito de denunciá-la. Em menos de 24 horas, o vídeo tinha mais de dois milhões de visualizações e as reações eram de curtir, amar e rir, nessa ordem.
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
Frente Popular ou Frente Ampla, por Breno Altman
O PCdoB, em seus documentos pré-congressuais, lançou a tese de Frente Ampla como ideia-força para a política de alianças que seria atualmente possível e necessária.
Conceitos se prestam a ambiguidades. Muitos que abraçam essa tese a compreendem como unidade das correntes populares, sob hegemonia de esquerda e com claro programa de reformas estruturais, atraindo personalidades e setores que dissentem da coalizão golpista de centro-direita, a exemplo do senador Roberto Requião ou do governador Ricardo Coutinho (PSB-PB).
Conceitos se prestam a ambiguidades. Muitos que abraçam essa tese a compreendem como unidade das correntes populares, sob hegemonia de esquerda e com claro programa de reformas estruturais, atraindo personalidades e setores que dissentem da coalizão golpista de centro-direita, a exemplo do senador Roberto Requião ou do governador Ricardo Coutinho (PSB-PB).
Aldo Arantes: Frente de esquerda ou Frente ampla?
Em Artigo intitulado Frente Ampla ou Frente Popular, Breno Altman critica a política de Frente Ampla formulada pelo PCdoB.
Por Aldo Arantes*
Cita trecho do documento de preparação do Congresso do Partido onde afirma “é falsa a contradição entre golpistas e anti-golpistas, isso estreita a compreensão do cenário político” e conclui que “Não precisa de muito esforço para entender que essa chave de leitura, potencialmente, acena para a rearticulação, parcial ou completa, do esquema de alianças que prevaleceu nos governos Lula e Dilma”.
De fato aí reside a divergência central de nossas opiniões. Enquanto Altman nega as alianças feitas por Lula e Dilma considero que o erro não esteve nas alianças mas sim em não compreender seu caráter transitório. E, em função disto, não ter se preparado para quando elas não mais interessassem às partes.
Por Aldo Arantes*
Cita trecho do documento de preparação do Congresso do Partido onde afirma “é falsa a contradição entre golpistas e anti-golpistas, isso estreita a compreensão do cenário político” e conclui que “Não precisa de muito esforço para entender que essa chave de leitura, potencialmente, acena para a rearticulação, parcial ou completa, do esquema de alianças que prevaleceu nos governos Lula e Dilma”.
De fato aí reside a divergência central de nossas opiniões. Enquanto Altman nega as alianças feitas por Lula e Dilma considero que o erro não esteve nas alianças mas sim em não compreender seu caráter transitório. E, em função disto, não ter se preparado para quando elas não mais interessassem às partes.
Ataque à Amazônia
Bernardo Mello Franco
Floresta Estadual do Paru, parte da Renca, que possui áreas onde é possível realizar pesquisas
Floresta Estadual do Paru, parte da reserva extinta por Temer
BRASÍLIA - Ninguém foi avisado, ninguém foi consultado. A notícia chegou de surpresa, estampada no "Diário Oficial da União". O presidente Michel Temer extinguiu, por decreto, uma reserva mineral maior do que a Dinamarca. A área fica no coração da Amazônia, entre os Estados do Amapá e do Pará.
Floresta Estadual do Paru, parte da Renca, que possui áreas onde é possível realizar pesquisas
Floresta Estadual do Paru, parte da reserva extinta por Temer
BRASÍLIA - Ninguém foi avisado, ninguém foi consultado. A notícia chegou de surpresa, estampada no "Diário Oficial da União". O presidente Michel Temer extinguiu, por decreto, uma reserva mineral maior do que a Dinamarca. A área fica no coração da Amazônia, entre os Estados do Amapá e do Pará.
Lula, Renan e você tem razão
“Têm muita razão os setores populares que criticam a presença do Renan no palanque de Lula (…) Por outro lado, também têm razão os que defendem sua presença ao lado do ex-presidente”.
Por Otavio Augusto Nunes
Conta o anedotário da política brasileira que certa vez o então governador Tancredo Neves viajava pelo estado de Minas Gerais quando, em encontro com sem terras, ouviu duras críticas do movimento aos fazendeiros, ao que respondia: “Vocês têm razão, vocês estão cheios de razão”. Pouco depois, ao encontrar fazendeiros, ouviu críticas à atuação dos sem terra e respondeu prontamente: “Vocês têm razão, estão cobertos de razão”.
Ao final do segundo encontro um assessor mais próximo questionou o governador: “Tancredo, o senhor disse que os sem terra tinham razão, depois disse que os fazendeiros também tinham razão”. Tancredo prontamente respondeu: “Você tem razão também, tem toda a razão”.
Por Otavio Augusto Nunes
Conta o anedotário da política brasileira que certa vez o então governador Tancredo Neves viajava pelo estado de Minas Gerais quando, em encontro com sem terras, ouviu duras críticas do movimento aos fazendeiros, ao que respondia: “Vocês têm razão, vocês estão cheios de razão”. Pouco depois, ao encontrar fazendeiros, ouviu críticas à atuação dos sem terra e respondeu prontamente: “Vocês têm razão, estão cobertos de razão”.
Ao final do segundo encontro um assessor mais próximo questionou o governador: “Tancredo, o senhor disse que os sem terra tinham razão, depois disse que os fazendeiros também tinham razão”. Tancredo prontamente respondeu: “Você tem razão também, tem toda a razão”.
Soldados fortemente armados levam preso um pé de maconha
Julita Lemgruber
É inacreditável! Soldados fortemente armados levando presos 2 homens. uma mulher e um pé de maconha! Quanta hipocrisia! Milhares de moradores hoje sendo submetidos a violentas operações e no Jacarezinho me saem com esta palhaçada?
Facebook
É inacreditável! Soldados fortemente armados levando presos 2 homens. uma mulher e um pé de maconha! Quanta hipocrisia! Milhares de moradores hoje sendo submetidos a violentas operações e no Jacarezinho me saem com esta palhaçada?
Rio Tinto na Assembléia por um chão para viver e trabalhar
Assembleia debate ações de despejo contra famílias de Rio Tinto
Uma sessão especial da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), proposta presidente da Casa, deputado Gervásio Maia, debateu nesta quinta-feira (24) com o Movimento "Liberta Rio Tinto" as ações de despejo movidas na Justiça por herdeiros da família Ludgren, que alegam ser proprietários de terras onde vivem mais de 1,2 mil famílias na cidade de Rio Tinto, Litoral Norte do estado.
Uma sessão especial da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), proposta presidente da Casa, deputado Gervásio Maia, debateu nesta quinta-feira (24) com o Movimento "Liberta Rio Tinto" as ações de despejo movidas na Justiça por herdeiros da família Ludgren, que alegam ser proprietários de terras onde vivem mais de 1,2 mil famílias na cidade de Rio Tinto, Litoral Norte do estado.
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
Sobre o Renan Calheiros no palanque do Lula, pra polemizar:
Jaldes Meneses
A clivagem e muito menos a tática eleitoral de 2018 não pode ser exclusivamente contra e a favor do golpe do Impeachment.
A clivagem e muito menos a tática eleitoral de 2018 não pode ser exclusivamente contra e a favor do golpe do Impeachment.
Se for por aí, estamos entregando os pontos por antecedência e mais ou menos repetindo 2016. Nenhum "coxinha" perdeu o emprego ou se viu numa situação de salários reduzidos? Nenhuma dessas pessoas fez as contas do prejuízo pessoal da reforma da previdência?
Meirelles é primário, só um símbolo que o mercado inventou', diz Belluzzo
Anúncios como a da privatização da Eletrobrás, feito nessa segunda-feira pelo Ministério das Minas e Energia, é mais um passo na demolição de uma longa construção institucional feita pelo Brasil ao longo das últimas décadas. A avaliação é do economista e professor da Universidade Estadual de Campinas, Luiz Gonzaga Belluzzo, em entrevista concedida à Rádio Brasil Atual, 22-08-2017.
“O que estamos assistindo é uma desconstrução agressiva de todo o arranjo institucional e produtivo que levou o Brasil, no final dos anos 1970, a se transformar na economia em desenvolvimento mais industrializada”, analisa ele, ressaltando que hoje temos uma discussão muito limitada a respeito das condições do avanço do desenvolvimento no país.
Janio de Freitas: Gilmar e as togas acovardadas
A tal ponto Gilmar Mendes está personificando a ideia de desmandos da Justiça que o repúdio o excede e causa danos ao Judiciário e em particular ao próprio Supremo Tribunal Federal.
Gilmar Mendes age, com indiferente segurança, como quem pode desafiar o que quiser e desacatar a quem quiser –e nada lhe acontece. Não que desfrute de cobertura legal ou moral para tanto. Conta, isso sim, com a falta de resposta para a pergunta que mais se ouve e se faz: não há ninguém nem o que fazer contra esse vale-tudo?
Gilmar Mendes age, com indiferente segurança, como quem pode desafiar o que quiser e desacatar a quem quiser –e nada lhe acontece. Não que desfrute de cobertura legal ou moral para tanto. Conta, isso sim, com a falta de resposta para a pergunta que mais se ouve e se faz: não há ninguém nem o que fazer contra esse vale-tudo?
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
A liberdade de limitar-se: psicanálise e teoria do poder
O moralismo que deu luz ao nosso momento atual entrou em colapso. O princípio de autolimitação foi trocado pelo modelo no qual a liberdade é exercer todo o poder que se pode.
Christian Ingo Lenz Dunker.
A psicanálise desenvolveu uma pequena teoria prática sobre o poder. Quando alguém procura a nós, psicanalistas, em geral este alguém está questionando suas posições e decisões na vida. Por isso mesmo abre-se para ouvir, pedindo que o outro lhe dê alguma direção, uma pista e até mesmo um conselho sobre a pergunta fundamental: o que fazer?
Christian Ingo Lenz Dunker.
A psicanálise desenvolveu uma pequena teoria prática sobre o poder. Quando alguém procura a nós, psicanalistas, em geral este alguém está questionando suas posições e decisões na vida. Por isso mesmo abre-se para ouvir, pedindo que o outro lhe dê alguma direção, uma pista e até mesmo um conselho sobre a pergunta fundamental: o que fazer?
A centralidade do trabalho faz a classe trabalhadora sujeito revolucionário fundamental
A centralidade fundante do trabalho (work) implica na afirmação da classe operária como o sujeito revolucionário (fundamental). A realização da filosofia e da emancipação humana estão vinculadas ao proletariado.
Poemas sobre a classe operária: Servente de Pedreiro IV
Servente de pedreiro IV
Poemas sobre a classe operária: Servente de Pedreiro IV
Servente de pedreiro IV
Jacarezinho e Manguinhos: Massacre Estatal e Resistência Favelada
Por trás das operações policiais-militares no Jacarezinho, existem fatos incontestáveis. Primeiro: a população daquela favela, como das demais no Rio de Janeiro, é composta, em sua esmagadora maioria, por negros/as e pobres; em segundo lugar, até agora se desconhece a existência de fábricas de armas e munições no Jacarezinho, como também jamais foi localizado qualquer sofisticado laboratório para processamento de pasta de coca naquela favela; e Terceiro: Esse show de horrores e palco de violações dos direitos básicos dos direitos humanos fundamentais de milhares de pessoas – mesmo que se queira tratar de outra forma – tem como pano de fundo agradar e iludir a parcela da sociedade que se sente insegura muito em consequência do desastre dos governos do golpista Temer e de Pezão, ambos enrolados até a alma com a corrupção.
A “Geringonça” no Brasil?
Cláudio de Oliveira
“Geringonça” é o apelido da coalizão liderada pelo primeiro-ministro Antônio Costa que atualmente governa Portugal. A aliança reúne os tradicionais Partido Socialista e Partido Comunista e o recente Bloco de Esquerda, além do Partido Ecologista Verde.
Assim chamada pela forma improvisada como foi criada, a ”Geringonça” surgiu depois das eleições parlamentares de 2015 para se contrapor ao majoritário Partido Social Democrata, de centro-direita, que até então governava o país.
Para muitos, o governo da “Geringonça” seria breve por reunir o PS e o PC, dois partidos próximos que, a partir da Revolução dos Cravos, passaram a maior parte do tempo como adversários, reproduzindo em Portugal a velha disputa entre social-democratas e comunistas que se espalhou por todo o mundo após a Revolução Russa de 1917. Também no país luso, os comunistas acusavam os socialistas de direitismo e os socialistas acusavam os comunistas de extremismo. Algo parecido com a atual disputa entre o PSDB e o PT no Brasil.
“Geringonça” é o apelido da coalizão liderada pelo primeiro-ministro Antônio Costa que atualmente governa Portugal. A aliança reúne os tradicionais Partido Socialista e Partido Comunista e o recente Bloco de Esquerda, além do Partido Ecologista Verde.
Assim chamada pela forma improvisada como foi criada, a ”Geringonça” surgiu depois das eleições parlamentares de 2015 para se contrapor ao majoritário Partido Social Democrata, de centro-direita, que até então governava o país.
Para muitos, o governo da “Geringonça” seria breve por reunir o PS e o PC, dois partidos próximos que, a partir da Revolução dos Cravos, passaram a maior parte do tempo como adversários, reproduzindo em Portugal a velha disputa entre social-democratas e comunistas que se espalhou por todo o mundo após a Revolução Russa de 1917. Também no país luso, os comunistas acusavam os socialistas de direitismo e os socialistas acusavam os comunistas de extremismo. Algo parecido com a atual disputa entre o PSDB e o PT no Brasil.
Esquerda democrática e esquerda autoritária
Olof Palme e Fidel |
Sempre existiu uma esquerda que observou os princípios democráticos: prevalência da maioria, respeito à minoria, pluripartidarismo, livre manifestação do pensamento, autonomia da sociedade civil (sindicatos, etc.) ante o Estado, direito de greve para os trabalhadores.
Esta esquerda democrática não expropriou os proprietários, mas taxou a riqueza e a distribuiu através de políticas sociais. Como regime econômico, estabeleceu uma economia mista, de convivência entre os setores estatal e privado, sob coordenação governamental.
Lula atua como fio condutor da nação consigo mesma
O cientista político Gilberto Maringoni, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), retrata com nitidez a caravana do ex-presidente Lula pelo Nordeste; "Lula fura todas as bolhas e parece galvanizar uma vontade coletiva dos que perderam a esperança, numa espécie de retomada de um fio condutor da Nação consigo mesma", diz Maringoni; "Desesperançados e desesperados se ligam em sua pessoa, na busca de incertos "bons tempos" existentes no imaginário coletivo e no diferencial do que é a hecatombe do governo Temer com seus anos no Planalto"
Eletrobras, Energia para novos tempos
Eletrobras.png
Razão social Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
Tipo Empresa de capital aberto
Slogan Energia para novos tempos
Razão social Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
Tipo Empresa de capital aberto
Slogan Energia para novos tempos
terça-feira, 22 de agosto de 2017
Na Justiça do Pará, dano patrimonial pesa mais que morte de sem terra
Há dez meses, 22 camponeses estão presos por depredar uma fazenda. Os policiais envolvidos na chacina de Pau D'Arco estão soltos.
A testemunhas do massacre de Pau D'Arco temem retaliações.
Rodrigo Martins
Palco de um dos maiores massacres campesinos da história do Brasil, Eldorado do Carajás, no Sul do Pará, terá outro emblemático julgamento, desta vez com os sem-terra no banco dos réus. Em 29 de outubro do ano passado, 22 trabalhadores rurais foram presos durante a ocupação da Fazenda Serra Norte, reivindicada para a reforma agrária.
A testemunhas do massacre de Pau D'Arco temem retaliações.
Rodrigo Martins
Palco de um dos maiores massacres campesinos da história do Brasil, Eldorado do Carajás, no Sul do Pará, terá outro emblemático julgamento, desta vez com os sem-terra no banco dos réus. Em 29 de outubro do ano passado, 22 trabalhadores rurais foram presos durante a ocupação da Fazenda Serra Norte, reivindicada para a reforma agrária.
O fascismo nos convida para jantar
Wagner Braga Batista*
Ao adentrar num supermercado, deparei-me com uma cena grotesca. Duas mulheres, jovens, esbravejavam, ostensivamente. Uma delas gritava:
- Esta comida não se dá nem pra porco.
Prosseguiu:
- Ainda bem que AINDA não sou militar. Se fosse quebrava tudo.
Ao adentrar num supermercado, deparei-me com uma cena grotesca. Duas mulheres, jovens, esbravejavam, ostensivamente. Uma delas gritava:
- Esta comida não se dá nem pra porco.
Prosseguiu:
- Ainda bem que AINDA não sou militar. Se fosse quebrava tudo.
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Losurdo: A Revolução Russa e o revisionismo histórico
"Para a ideologia dominante de hoje, a dominação colonial e o banho de sangue da guerra mundial são sinônimos de normalidade, ou mesmo de sanidade psicológica, enquanto que a Revolução de Outubro – oposta a tudo isso – representa uma epidemia, a disseminação da loucura."
Por Domenico Losurdo.
“Duas epidemias assolaram o mundo em 1918. Uma foi a influenza espanhola […] A outra epidemia foi o bolchevismo, que por determinado período pareceu quase tão contagioso quanto e no final das contas se provou tão letal quanto a influenza.”
(Niall Ferguson, The War of the World, pp. 115-5).
Por Domenico Losurdo.
“Duas epidemias assolaram o mundo em 1918. Uma foi a influenza espanhola […] A outra epidemia foi o bolchevismo, que por determinado período pareceu quase tão contagioso quanto e no final das contas se provou tão letal quanto a influenza.”
(Niall Ferguson, The War of the World, pp. 115-5).
O fedor da força bruta
Indestrutível |
O Golpe de 2016 expulsou a representação popular do circuito legal do poder executivo. A violência continua, exonerando técnicos de governo por suspeitada simpatia pelas teses econômicas e sociais progressistas. Evitar a qualquer custo o retorno legítimo de representantes populares ao Executivo resume a cláusula pétrea do breviário golpista. Atenção para o “evitar a qualquer custo”. Não se trata de recurso estilístico de mau gosto: indica o compromisso prioritário dos reacionários com a manutenção da liderança golpeada no ostracismo. Antes ou depois da vitória eleitoral da oposição popular.
Zélia Duncan: “A lei virou só conveniência e é aplicada de forma implacável contra pretos e pobres”
Um Detalhe
Semana dessas vi uma parte do “Profissão repórter”, de que gosto muito, e já nos primeiros minutos comecei a reparar numa coisa que é infelizmente bem fácil de se constatar. Um programa sobre vítimas de violência nas emergências de hospitais públicos. Muitos entrando já cobertos por um lençol, por onde, lá na ponta da maca, só se viam os pés. Negros. Todos que vi entrando, com ou sem vida, sangrando, chorando, assustados, calados, falantes. Todas as famílias esperando notícias, todas as mães aflitas, todos eram brasileiros negros. Nosso país é racista desde sempre, não posso e não quero me iludir. Fiquei impactada com aquelas imagens e indignada por ninguém ressaltar a constatação óbvia. Ficou como se fosse uma sinistra coincidência. Um detalhe? Sabemos que há uma violência sistemática contra o jovem negro no Brasil. E, claro, uma violência generalizada nos nossos dias. O bebê Arthur que o diga; encurralado por uma bala perdida no ventre da mãe, não resiste e morre. Uma bala de fuzil. Perdida.
Semana dessas vi uma parte do “Profissão repórter”, de que gosto muito, e já nos primeiros minutos comecei a reparar numa coisa que é infelizmente bem fácil de se constatar. Um programa sobre vítimas de violência nas emergências de hospitais públicos. Muitos entrando já cobertos por um lençol, por onde, lá na ponta da maca, só se viam os pés. Negros. Todos que vi entrando, com ou sem vida, sangrando, chorando, assustados, calados, falantes. Todas as famílias esperando notícias, todas as mães aflitas, todos eram brasileiros negros. Nosso país é racista desde sempre, não posso e não quero me iludir. Fiquei impactada com aquelas imagens e indignada por ninguém ressaltar a constatação óbvia. Ficou como se fosse uma sinistra coincidência. Um detalhe? Sabemos que há uma violência sistemática contra o jovem negro no Brasil. E, claro, uma violência generalizada nos nossos dias. O bebê Arthur que o diga; encurralado por uma bala perdida no ventre da mãe, não resiste e morre. Uma bala de fuzil. Perdida.
A estruturalidade em Marx e o mito da ‘crítica ao burguês malvado’
Sádico maníaco ? |
Algo bastante comum nas críticas pejorativas a teoria de Karl Marx, seria a ideia de que este visualizaria, em sua essência, uma problemática moral e individual. Em outras palavras, que Marx acreditaria que os problemas apontados por ele no sistema capitalista, se dariam pela índole das pessoas – nas quais o capitalista seria um indivíduo inerentemente malvado que explora seus trabalhadores por ser praticamente um sádico maníaco, ou que toda a sua teoria e crítica contra o capitalismo se baseiam em uma mera visão moral pueril e inocente, de que há um ‘patrão malvadão’. Esquecem, no entanto, que a perspectiva de Marx é estrutural – e radicalmente oposta a uma crítica individual e moralizante.
domingo, 20 de agosto de 2017
Brasil, o paraíso dos rentistas
Ana Araujo e José Martins
Não refrescou nada a recente redução para 9,5% ao ano da taxa básica nominal de juros da economia brasileira, a popular SELIC. A taxa nominal de juros pode até cair um pouco, mas sua taxa real (taxa nominal menos inflação projetada para os próximos 12 meses) não sai do lugar.
O crédito não aumentou nem um tostão para o consumo individual e nem para o consumo das empresas (investimento). Sem o aquecimento dessas duas estratégicas variáveis anticíclicas não haverá chance de retomada do emprego e da produção. A economia brasileira vai continuar no buraco. Para sair do sufoco atual seria necessário agir emergencialmente no aumento dos gastos públicos em investimento (grandes obras de infraestrutura) e redução rápida da taxa real de juros da economia.
Não refrescou nada a recente redução para 9,5% ao ano da taxa básica nominal de juros da economia brasileira, a popular SELIC. A taxa nominal de juros pode até cair um pouco, mas sua taxa real (taxa nominal menos inflação projetada para os próximos 12 meses) não sai do lugar.
O crédito não aumentou nem um tostão para o consumo individual e nem para o consumo das empresas (investimento). Sem o aquecimento dessas duas estratégicas variáveis anticíclicas não haverá chance de retomada do emprego e da produção. A economia brasileira vai continuar no buraco. Para sair do sufoco atual seria necessário agir emergencialmente no aumento dos gastos públicos em investimento (grandes obras de infraestrutura) e redução rápida da taxa real de juros da economia.
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