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domingo, 29 de outubro de 2017

Treze observações sobre a questão nacional

Breno Altman

1. Nem todo o nacionalismo é positivo.

2. O nacionalismo dos países capitalistas hegemônicos, por exemplo, é profundamente reacionário. Trata-se do discurso imperialista das burguesias centrais.

3. A social-democracia europeia afundou, antes da Primeira Guerra, porque aderiu ao nacionalismo grão-burguês e aceitou apoiar, em cada nação, sua própria classe dominante contra as demais, renunciando à primazia da unidade das classes trabalhadoras contra todas as burguesias. Esse foi o principal motivo da ruptura de Lenin com a II Internacional: critico impiedoso desse tipo de nacionalismo, por ele chamado de “nacionalismo dos opressores”, o líder bolchevique defendia a consigna “guerra à guerra”, entendendo que o inimigo principal do proletariado de cada país europeu era sua própria burguesia.

domingo, 20 de agosto de 2017

Brasil, o paraíso dos rentistas

Ana Araujo e José Martins

Não re­frescou nada a re­cente re­dução para 9,5% ao ano da taxa bá­sica no­minal de juros da eco­nomia bra­si­leira, a po­pular SELIC. A taxa no­minal de juros pode até cair um pouco, mas sua taxa real (taxa no­minal menos in­flação pro­je­tada para os pró­ximos 12 meses) não sai do lugar.


O cré­dito não au­mentou nem um tostão para o con­sumo in­di­vi­dual e nem para o con­sumo das em­presas (in­ves­ti­mento). Sem o aque­ci­mento dessas duas es­tra­té­gicas va­riá­veis an­ti­cí­clicas não ha­verá chance de re­to­mada do em­prego e da pro­dução. A eco­nomia bra­si­leira vai con­ti­nuar no bu­raco. Para sair do su­foco atual seria ne­ces­sário agir emer­gen­ci­al­mente no au­mento dos gastos pú­blicos em in­ves­ti­mento (grandes obras de in­fra­es­tru­tura) e re­dução rá­pida da taxa real de juros da eco­nomia.

sábado, 12 de agosto de 2017

Brasil, o paraíso dos rentistas

– Porque o Brasil das "reformas" não vai sair do buraco
– Classificação mundial dos juros reais

Ana Araujo e José Martins [*]

Não refrescou nada a recente redução para 9,5% ao ano da taxa básica nominal de juros da economia brasileira, a popular SELIC . A taxa nominal de juros pode até cair um pouco, mas sua taxa real (taxa nominal menos inflação projetada para os próximos 12 meses) não sai do lugar.

O crédito não aumentou nem um tostão para o consumo individual e nem para o consumo das empresas (investimento). Sem o aquecimento dessas duas estratégicas variáveis anticíclicas não haverá chance de retomada do emprego e da produção. A economia brasileira vai continuar no buraco. Para sair do sufoco atual seria necessário agir emergencialmente no aumento dos gastos públicos em investimento (grandes obras de infraestrutura) e redução rápida da taxa real de juros da economia.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Luta de classes, século XXI



Zygmunt Bauman avisou, apoiando-se em Gramsci: a democracia torna-se cada vez mais oca, quando a aristocracia financeira impõe seu poder e resta à sociedade participar de eleições cosméticas

Gustavo Henrique Freire Barbosa

“A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo não pode nascer; neste interregno, aparece uma grande variedade de sintomas mórbidos”, escreveu Antonio Gramsci durante o longo período em que ficou encarcerado na prisão de Tudi di Bari, na Itália.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Temer prefere atender a elite financeira a adotar medidas eficazes contra desemprego


Helena Borges

A gravidade da situação financeira do Brasil se escancara com o latente desemprego do país. O governo poderia tomar medidas assertivas para mudar o quadro de forma mais rápida? Até poderia, mas não vai fazer. Essa foi a resposta de diversos especialistas consultados por The Intercept Brasil.

São dois os motivos da inércia. O primeiro: políticas mais enfáticas iriam contra a ideologia neoliberal que atualmente impera, a famosa lógica de que “o mercado se autorregula”. O segundo, e principal motivo: porque isso não interessa à elite financeira.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A PEC 241 e a blindagem constitucional da hegemonia rentista

Aguinaldo, paraibano da Queiroz Galvão cumpre seu dever 
"A PEC 241, apelidada carinhosamente de #PecDoFimDoMundo, surge como o maior símbolo de uma inflexão na nova fase do capitalismo dependente brasileiro."

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Como as elites agem para manter os juros altos

Um trabalho acadêmico desmente justificativa “técnica” para termos as taxas mais altas do planeta. Surge outra explicação: além dos banqueiros, grande indústria e agronegócio beneficiam-se da política monetária atual

Carlos Drummond

A confirmação, pelo Banco Central, no final de agosto, dos juros mantidos há mais de um ano em 14,25% cristaliza o país como caso raro de estabilidade no topo [dos juros globais], em um mundo com predominância de taxas zero, insignificantes ou cadentes.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Ao direitista brasileiro, com amor.

Drops político para reflexão

O Brasil é um país escravagista, onde o estado é mínimo e só existe para pagar aposentadorias de fome para os seletistas, sustentar uma elite judiciária e pagar os juros mais altos do mundo para parasita rentista. 

Não temos estado do bem estar, não temos educação pública de qualidade, saúde pública de qualidade, transporte público de qualidade. 

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Que democracia?


Enio Lourenço

Fabio Konder Comparato, Marilena Chaui e Vladimir Safatle debatem a conjuntura política brasileira em mesa de encerramento do primeiro dia do II Salão do Livro Político, em São Paulo.

“A democracia dos sonhos do conservador se faz com a separação da economia e da política. Quando o Estado ameaça tocar na ordem social, ela tem que ser interrompida. Torna-se uma democracia áspera.”. Com essas palavras, o mediador Gilberto Maringoni, professor da Universidade Federal do ABC, abriu a mesa de debates “Que democracia?”, com a participação dos professores Fábio Konder Comparato (direito/USP), Marilena Chaui (filosofia/USP) e Vladimir Safatle (filosofia/USP), encerrando o primeiro dia do II Salão do Livro Político, em São Paulo.

Os três intelectuais, utilizando-se de expedientes históricos e teóricos, apontam categoricamente a existência de um golpe na democracia brasileira, ainda que este não se configure como o golpe civil-militar de 1964.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Justiça e direitos do trabalho na mira



Devido à vitória do projeto rentista ao qual a elite econômica aderiu majoritariamente, os direitos sociais e do trabalho correm perigo.
 

Rubens Goyatá Campante
 

A Justiça do Trabalho completou 75 anos, no último dia 01 de maio, em meio a uma das piores agruras de sua história. O orçamento federal de 2016 cortou verbas do Senado, da Câmara Federal, do TCU, do Judiciário Federal, etc. Mas o corte na Justiça do Trabalho foi o mais profundo: redução de 29% das dotações de custeio e 90% das de investimento - nos outros ramos do Judiciário Federal (Justiça Federal, Eleitoral, Ministério Público) a redução foi de 15% no custeio e 40% no investimento.

sábado, 30 de abril de 2016

Juros, extorsão e golpe!


Enquanto uma parcela da classe média e da população brasileira segue envenenada pelo ódio e o preconceito contra um governo que apostou na conciliação entre as classes, os bancos e uma minoria de rentistas seguem amealhando fortunas, aproveitando-se das taxas de juros e do modelo econômico excludente.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Conspiração de Rentistas


Bresser Pereira: Dilma é vítima de conspiração dos rentistas

Li hoje no Wall Street Journal uma notícia muito interessante. A classe média alemã está furiosa com o presidente do Banco Central Europeu porque este tornou a taxa de juros básica negativa. Como essa classe média vota no partido conservador (democrata-cristão) hoje no governo, seus políticos estão também inconformados com a política de Mario Draghi - que certamente é a política correta, dado o baixo crescimento da Zona do Euro e taxa de inflação próxima de zero.

Para nós, brasileiros, esta notícia é muito significativa. Desde o Plano Real, os brasileiros pagam a uma parte deles - os rentistas - cerca de 6% do PIB, porque o Banco Central realiza sua política monetária em torno de uma taxa de juros real muito alta - cerca de 6% - enquanto hoje nos países ricos essa taxa é negativa, e nos países em desenvolvimento, gira em torno de 2%.

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