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domingo, 8 de abril de 2018
Chico de Oliveira: "A esquerda reformista ainda tem futuro"
Apesar das reformas do governo Temer, que visam destruir de vez a era varguista, Oliveira soa otimista em relação ao futuro
Por Sergio Lirio
“Meu nome é longo: Francisco Maria Cavalcanti de Oliveira. Sou pernambucano, estou com 84 anos, descendo a ladeira mais rápido do que eu gostaria”, brinca o sociólogo durante os preparativos da gravação.
Na manhã da entrevista, Chico de Oliveira parece recomposto da hemodiálise semanal. Está bem disposto e afiado. Faz piada de si mesmo e do cenário político. Transpira, na verdade, a essência de seu mais recente livro, “Brasil: Uma Biografia Não Autorizada”, uma coletânea lançada pela Boitempo que mescla textos inéditos com artigos publicados nos anos recentes.
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
Ideia estapafúrdia: um partido lulista, burguês e reformista
A “ideia" de um partido lulista, burguês e reformista
Jaldes Meneses
As analogias históricas sem pé nem cabeça estão em moda. Circula por aí no debate político de esquerda na internet uma ideia estapafúrdia de ares panegíricos. É a seguinte: assim como Vargas fundou dois partidos em 1945 - o PTB para abrigar os trabalhadores emergentes, e o PSD, para abrigar as oligarquias regionais e os quadros burocráticos conservadores do Estado Novo - Lula fundaria um novo partido “lulista, reformista e burguês”.
Jaldes Meneses
As analogias históricas sem pé nem cabeça estão em moda. Circula por aí no debate político de esquerda na internet uma ideia estapafúrdia de ares panegíricos. É a seguinte: assim como Vargas fundou dois partidos em 1945 - o PTB para abrigar os trabalhadores emergentes, e o PSD, para abrigar as oligarquias regionais e os quadros burocráticos conservadores do Estado Novo - Lula fundaria um novo partido “lulista, reformista e burguês”.
sábado, 13 de maio de 2017
Lula, Vargas, cidadania e anacronismo
Mary Del Priore
A eleição de Lula não foi a ascensão de um indivíduo, mas a de uma geração que se queria revolucionária nos anos 60. Quando isso se deu, o mundo tinha mudado e, com ele, as perspectivas políticas dos partidos de esquerda. Ao final dos anos 80, a mundialização ou globalização que se impôs na década seguinte designou novas realidades. A constituição de um planeta geofinanceiro talvez seja seu aspecto mais espetacular. Operações de fusão e concentração nos setores de eletrônica, automotivo, comunicação e bancos aceleraram o crescimento mundial, fazendo desabrochar os mercados emergentes. A revolução desapareceu do foco dos partidos de esquerda, dando lugar a propostas reformistas. Procurou-se diminuir os efeitos negativos da globalização, protegendo o sistema econômico nacional e por meio de programas sociais. Atualizado em 2004, o próprio estatuto do PT inseriu essas questões.
A eleição de Lula não foi a ascensão de um indivíduo, mas a de uma geração que se queria revolucionária nos anos 60. Quando isso se deu, o mundo tinha mudado e, com ele, as perspectivas políticas dos partidos de esquerda. Ao final dos anos 80, a mundialização ou globalização que se impôs na década seguinte designou novas realidades. A constituição de um planeta geofinanceiro talvez seja seu aspecto mais espetacular. Operações de fusão e concentração nos setores de eletrônica, automotivo, comunicação e bancos aceleraram o crescimento mundial, fazendo desabrochar os mercados emergentes. A revolução desapareceu do foco dos partidos de esquerda, dando lugar a propostas reformistas. Procurou-se diminuir os efeitos negativos da globalização, protegendo o sistema econômico nacional e por meio de programas sociais. Atualizado em 2004, o próprio estatuto do PT inseriu essas questões.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
A perseguição a Lula e a destruição do sentido ético
Aldo Fornazieri
Na peça Galileu Galilei, Bertolt Brecht estabelece uma polêmica acerca do sentido e do significado do herói. Em conversa com seu secretário Andreas o sábio italiano enfrenta a angústia de defender a verdade de que a Terra não é centro do sistema planetário sabendo que a Santa Inquisição lhe ceifaria a vida ou de negar a verdade e continuar mantendo a dádiva da vida. Andreas, jovem idealista, incita o mestre a defender a verdade da evidência científica argumentando que a possível morte o tornará herói. Entre as ponderações dos argumentos, Andreas declara: “Pobre do povo que não tem herói!”. Ao que Galileu responde: ” Não Andreas. Pobre do povo que precisa de herói!”.
Na peça Galileu Galilei, Bertolt Brecht estabelece uma polêmica acerca do sentido e do significado do herói. Em conversa com seu secretário Andreas o sábio italiano enfrenta a angústia de defender a verdade de que a Terra não é centro do sistema planetário sabendo que a Santa Inquisição lhe ceifaria a vida ou de negar a verdade e continuar mantendo a dádiva da vida. Andreas, jovem idealista, incita o mestre a defender a verdade da evidência científica argumentando que a possível morte o tornará herói. Entre as ponderações dos argumentos, Andreas declara: “Pobre do povo que não tem herói!”. Ao que Galileu responde: ” Não Andreas. Pobre do povo que precisa de herói!”.
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Getúlio: Saio da vida para entrar na história
Mauro Santayana
Getúlio Vargas e a Nação dos brasileiros
(*) Artigo publicado originalmente em 25 de agosto de 2012
A República - podemos deduzir hoje - não rompeu a ordem social anterior; deu-lhe apenas outra aparência. Seu avanço se fez na autonomia dos Estados, contida pelos constituintes de 1891, que temiam a secessão de algumas regiões, entre elas a do Sul do país, de forte imigração européia. A aliança tácita entre as oligarquias rurais e a incipiente burguesia urbana se realizava na interdependência entre os produtores de açúcar e de café e os comerciantes exportadores e importadores. Nas duas grandes corporações econômicas não havia espaço para os trabalhadores que, negros recém-alforriados ou brancos aparentemente livres, continuavam os escravizados de sempre. Não interessava, portanto, que houvesse um estado nacional autêntico, ou seja com a universalização dos direitos políticos.
Getúlio Vargas e a Nação dos brasileiros
(*) Artigo publicado originalmente em 25 de agosto de 2012
A República - podemos deduzir hoje - não rompeu a ordem social anterior; deu-lhe apenas outra aparência. Seu avanço se fez na autonomia dos Estados, contida pelos constituintes de 1891, que temiam a secessão de algumas regiões, entre elas a do Sul do país, de forte imigração européia. A aliança tácita entre as oligarquias rurais e a incipiente burguesia urbana se realizava na interdependência entre os produtores de açúcar e de café e os comerciantes exportadores e importadores. Nas duas grandes corporações econômicas não havia espaço para os trabalhadores que, negros recém-alforriados ou brancos aparentemente livres, continuavam os escravizados de sempre. Não interessava, portanto, que houvesse um estado nacional autêntico, ou seja com a universalização dos direitos políticos.
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