Petistas e Socialistas, na Paraíba com origem comum, fossem fiéis às raízes seriam aliados estratégicos
Em que pesem as razões para petistas e socialistas da Paraíba, hoje em dia, se estranharem e separarem-se cada um procurando seu caminho próprio, há que se reconhecer que possuem algo em comum, em flagrante contraste com os demais grupamentos políticos da nossa terra.
Relevando-se o que deve parecer, à cada grupo, desvio de rota do outro, hão de ser lembradas os múltiplos aspectos comuns que se pode encontrar nos dois grupos que, sem duvida, constituem as personagens novas na politica paraibana. Isso em um cenário que permaneceu praticamente inalterado por décadas. Décadas em que se mantiveram no poder, em rodizio, figuras que se sucediam representativas do universo dos coronéis oligarcas e alguns neo-coronéis, oportunistas reciclados pela “modernidade”.
A rigor o núcleo duro do PSB paraibano não deixa de ser uma tendência petista dissidente, que se destacou do partido e ocupou a legenda socialista. Ou seja, os principais quadros socialistas de hoje beberam nas mesmas fontes que alimentaram os que se mantiveram petistas. Vieram e viveram a cultura das esperanças petistas dos primeiros anos de existência, de onde colheram valores, prioridades e diretrizes. Que, bem ou mal, tanto quando os que se mantiveram no PT, também souberam, na medida das suas forças e inteligência, manter vivos os princípios petistas de origem, revistos pela famosa carta aos brasileiros.
O fato de hoje, por colaboração ativa das duas partes , se considerarem uns aos outros como adversários principais, incapazes de reconhecerem semelhanças e afinidades, apesar das diferenças, depõem contra suas respectivas competências politicas. Se não são capazes de distinguirem os verdadeiros “inimigos” principais que, para os ex - companheiros, deveriam ser os representantes do atraso e dos poderes oligárquicos, que tem na Paraíba sua reserva de caça particular, é porque a capacidade de analise politica de ambos se encontra muito debilitada. Debilitada a ponto de fazer com que a busca imediata pelo poder, a qualquer preço, com qualquer aliança ou compromisso, se sobreponha a qualquer outra vontade melhor orientada e mais consequente .
Rechaçadas em ambas agremiações as tendências personalistas que a assolam como uma espécie de contaminação do passado no presente e abandonadas as vãs pretensões de constituírem os únicos e exclusivos interpretes e representantes do povo trabalhador paraibano saberiam reconhecer com nitidez as contradições fundamentais das diferenças menores que hoje os impede de trabalharem associados.
PT e PSB, juntos, deveriam selar a aliança progressista que melhor poderia conduzir uma agenda para abrir à Paraíba à um futuro de conquistas e melhorias para nosso povo. Esse encaminhamento poderia se traduzir,de imediato, num compromisso para o segundo turno da eleição majoritária se as opções partidárias forem de postular candidatura própria no primeiro turno, o que parece ser o caminho adequado para o fortalecimento dos partidos. E centrar fogo, ambos, na liquidação do domínio tradicional e das suas politicas de favorecimento às elites fundiárias paraibanas e seus aliados urbanos ou, os novos coronéis.
O reconhecimento mutuo, PT e PSB, de uma certa convergência de propósitos entre ambos, ao lado do igual reconhecimento do que os diferencia dos demais grupos colaboraria para uma condução partidária no sentido de uma certa concertação estratégica, que nem precisa ser formalizada. Simplesmente aceita pelas partes, poderá render boas perspectivas para a politica popular na Paraíba. Longe de eliminar a identidade própria de cada um, essa percepção de semelhança na diferença não desautoriza a luta politica e a crítica reciproca das atuações e obras. Pelo contrario, as duas agremiações podem até lucrar nesse embate que seria entre aliados estratégicos independentes , cada um cuidando de corrigir e criticar desvios ou erros do outro. Com isso, as chances de aprender com os erros se multiplicariam.
Sonhar nunca é demais.
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