Luiz Eduardo Soares alerta: Cabral quer guerra para salvar sua imagem.
André M. relata: tudo começou com uma desocupação arbitrária
Luiz Eduardo Soares
“Nada mais conveniente para um governo em ruína do que a oportunidade de uma guerra, porque nada dissolve tão rapidamente contradições quanto a identificação de inimigos, diante dos quais a sociedade dividida se coesiona e reforça a autoridade de seu líder. Foi assim com Videla, a crise da ditadura argentina e a guerra das Malvinas. Foi assim com Reagan, a crise social pós-queda do muro e a guerra às drogas. Foi assim com Bush, a crise interna de legitimidade e a guerra ao terror. E será assim com Cabral, o desastre de seu governo e a guerra ao trafico 2, o retorno, buscando reeditar a invasão militar do Alemão, com a cumplicidade ativa do governo federal e a cobertura preciosa da mídia neutra e objetiva. A refilmagem do Alemão, sucesso de publico e critica, em 2010, não seria possível sem tropas federais, cuja presença converte ações de (in)segurança pública em operação bélica, requalificando suspeitos de delitos como inimigos. Diz-se, com razão, que o patriotismo eh o ultimo refugio dos canalhas. Talvez se devesse acrescentar que o teatro da guerra ao trafico, na abertura do ano eleitoral e nas vésperas de uma Copa contestada, eh o ultimo suspiro da pusilanimidade politica.”
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Por André M. da Mídia Independente Coletiva
“Pelo menos três comunidades ocupadas por Unidades de Polícia Pacificadora do Estado do Rio de Janeiro tiveram ostensivos confrontos na noite desta quinta-feira, dia 20 de março de 2014.
“O mais violento ocorreu na Comunidade de Manguinhos, onde um contêiner da UPP na localidade Mandela foi incendiado, dois policiais foram atingidos e pelo menos seis moradores sofreram ferimentos até ultimo informe que recebemos. Dentre os militares feridos, estava o comandante da unidade local, baleado na perna com perigosa lesão na artéria femural, razão pela qual foi operado, o outro policial levou uma pedrada na cabeça e encontra-se em observação.
“Toda a confusão aconteceu quando a polícia tentou desocupar, segundo moradores sem apresentar mandado judicial, um prédio em que residem diversas famílias, as pessoas se revoltaram e a confusão tornou-se generalizada. No entanto, o comando da segurança fluminense alega que a ação foi orquestrada por traficantes, dado que deve ser melhor apurado pelos diversos setores da imprensa(independente ou corporativa).
“Na UPP do Camarista Méier, um ônibus foi incendiado na rua Maranhão e integrantes da unidade pacificadora relataram tiros, entretanto, não foi explicado de que direção e quem teria realizado tal ação. Por volta das 22h, foi confirmado outro confronto, no Complexo do Alemão, duas pessoas ficaram feridas e uma outra foi presa.
“O governador Sérgio Cabral alega que tais ataques visam enfraquecer o plano de pacificação, porém, o que se vê claramente, é que as UPP’s não passam de um tentativa de coerção dentro das comunidades e que além dessa repressão nada foi apresentado como contrapartida para os moradores afetados.
“Mártires dessa ensandecida politica são sacrificados a toda hora, vide o caso da mãe de família Claudia, Importante relatar que a diferença nos índices de violência é minima e os dados não são confiáveis. O próprio Secretário Beltrame admitiu para órgãos de imprensa que não existe uma “UPP social”, desse modo confirmando a grande falha de um governo que claramente está perdido e cada vez mais mete os pés pelas mãos.”
(André M. é operário da Mídia Independente Coletiva.)
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