Análise: Como fica o PT da Paraíba depois da filiação de Agra ao PEN?
Josival Pereira
Um dos principais dirigentes do partido avalia que somente o Processo de Eleição Direta (PED), que acontecerá em novembro, indicará quais os rumos que o PT vai tomar na Paraíba, mas arrisca uma observação, uma afirmação e uma previsão sobre a questão.
A observação é de que diversas correntes da legenda já defendem candidatura própria a governador há bastante tempo e independente da filiação ou não do ex-prefeito.
A afirmação é a de que, sem Agra, o PT estaria livre para fazer qualquer aliança para a disputa das eleições de 2014. Inclua-se aí, segundo o dirigente petista mencionado, até acordo com o PSB, dependendo do desfecho da candidatura do governador Eduardo Campos a presidente.
Veja-se que, em certa medida, a afirmação trai a observação e deixa perceber que o PT ansiava pela filiação de Agra a alguma legenda de seu bloco (PSC ou PP) e sentiu a perda para o PEN.
A previsão é de que, com a filiação de Agra ao PEN e a possibilidade de que o mesmo seja candidato a vice-governador na chapa do PMDB, a perspectiva seria a de crescimento da corrente petista que defende aliança com o governador Ricardo Coutinho.
Quem conhece o PT sabe que nenhuma das hipóteses aventadas pode ser descartada. A tese candidatura própria, que era a marca inicial do PT, tem voltado com certa força; as alianças mais amplas fazem parte da fase pragmática da legenda para manter a presidência da República e a existência de tendências favoráveis a Ricardo é uma realidade.
Em verdade, porém, os petistas não podem negar que um dos efeitos da filiação do ex-prefeito Luciana Agra ao PEN é o enfraquecimento de seu projeto de candidatura própria, haja vista não dispor de nomes expressivos para a tarefa.
Outro efeito é torná-lo mais vulnerável aos apelos do PMDB para composição de aliança na Paraíba já no primeiro turno, uma vez que o PT poderá não apresentar candidatura competitiva ao Governo do Estado. Corre o risco de nem ter vaga na chapa majoritária.
Já os efeitos do enfraquecimento da tese da candidatura própria e da vulnerabilidade do PT diante do projeto do PMDB tendem a ser a concretização da previsão de crescimento interno das correntes que defendem aliança com o governador Ricardo Coutinho. Em suma, as principais previsões apontam para o aprofundamento de divisões internas no PT.
Parece haver um único caminho para a construção de uma unidade no PT parecida com a conseguida em torno da candidatura Luciano Cartaxo a prefeito: o lançamento de um candidato próprio e mais ou menos competitivo a governador. Mas, quem? Eis o problema.
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