Moradores do Timbó entram em confronto com Guarda Municipal e homem morre ao levar choque de cerca elétrica
A Polícia Militar identificou a vítima como sendo Ailton Liberato dos Santos, presidiário, 28 anos, e que estava armado
A Guarda Municipal entrou em confronto com moradores da comunidade do Timbó, no bairro dos Bancários, nesta quinta-feira (13), após a tentativa de invasão a alguns apartamentos que estão sendo construídos pela Prefeitura de João Pessoa na comunidade. Um homem que estava no local teria se assustado com a chegada da Guarda Municipal e, ao tentar pular o muro de uma casa desocupada, foi atingido por uma descarga de uma cerca elétrica improvisada. O homem morreu no local.
A Polícia Militar foi acionada para ajudar a controlar a situação e fez a identificação da vítima. Segundo o comandante do 5ª Batalhão da Polícia Militar, coronel Lívio Delgado, Ailton Liberato dos Santos, 28 anos, era presidiário e estava em regime semi-aberto. “Ele tentou pular um muro de uma residência que possuía cerca elétrica e levou um choque. Depois ainda, o muro caiu em cima dele, essa é a informação oficial”, informou o coronel.
A tese da PM é que o presidiário teria confundido os guardas metropolitanos com policiais militares e tentando fugir por medo de abordagem. “Foi verificado que o homem tinha uma arma e um montante dinheiro amarrados na cintura, mas ninguém pode chegar perto por causa do risco de levar um choque elétrico”, completou o coronel Lívio.
Alguns moradores mais exaltados chegaram a jogar pedras contra os policiais. De acordo com o coronel Lívio, a situação foi controlada.
Os moradores justificaram a invasão aos imóveis inacabados, devido suas residências terem sido alagadas pela grande quantidade de chuvas. A PMJP programava entregar as casas em agosto. Já a Guarda Municipal alega que houve invasão irregular dos imóveis.
A secretária de Habitação Social da Prefeitura de João Pessoa, Socorro Gadelha, explicou que os prédios estão 90% concluídos e devem ser entregues em julho.
Na comunidade do Timbó, além das casa invadidas pela água, uma barreira deslizou no local. De acordo com Noé Estrela (coordenador da Defesa Civil da Capital), no Timbó está ocorrendo uma obra de infraestrutura e muitas famílias ainda resistem a sair do local. “Fizemos um acordo com 41 famílias e elas concordaram deixar o local. Sendo que algumas ainda resistem a sair do local”.
Corpo de Bombeiros
Vinte e cinco homens do Corpo de Bombeiros e uma equipe da Defesa Civil Estadual orientavam, desde às 5h desta quinta-feira (13), as famílias da comunidade do Timbó, próxima ao conjunto dos Bancários, em João Pessoa, a deixarem suas casas. São cerca de 100 famílias que residem em pontos críticos da comunidade, onde a barreira tem registrado deslizamentos nas últimas horas.
Defesa Civil Estadual integra ações emergenciais nas áreas de risco
O Governo do Estado, por meio da Defesa Civil Estadual, está monitorando e coletanto dados das áreas de risco em toda Paraíba, em especial na Grande João Pessoa, onde as chuvas vem se intensificando nos dois últimos dias. O órgão apela para que as populações ribeirinhas, de encostas e barreiras atendam as orientações dos agentes de Defesa Civil.
Ao lado de órgãos como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Cagepa, Emlur e Defesa Civil Municipal, a Defesa Civil Estadual participa de uma ação integrada que executa atividades emergenciais nas comunidades do Timbó, Saturnino de Brito, Roger, Bairro São José, além de atendimentos pontuais de forma sistêmica.
Na comunidade do Timbó, foram removidas mais de 40 famílias que moram próximo à encosta. O sistema integrado de Defesa Civil permanece em alerta, principalmente depois que foi observado, na manhã desta quinta-feira (13), um movimento de massa de nível médio que atingiu o quintal de várias casas.
De acordo com o gerente executivo de Defesa Civil, coronel Cícero Hermínio, esse é o momento de união das forças do Sistema Integrado de Defesa Civil. “Estamos trabalhando no monitoramento e coleta de dados das áreas de risco em todo o Estado, enquanto a equipe de Defesa Civil de João Pessoa trabalha com a parte de atendimento resposta às ocorrências (operacional). As ações realizadas em parceria minimizaram os danos e prejuízos as comunidades”, relatou.
Já o gerente operacional de Defesa Civil Estadual, Antônio Brito, alertou as populações ribeirinhas, de encostas e barreiras para que atendam as orientações dos agentes de Defesa Civil. “As comunidades precisam atender as orientações dos agentes de Defesa Civil locais, deixando as áreas de risco quando solicitado. As equipes estão preparadas para atender as comunidades, removendo as pessoas que se encontram em áreas ameaçadas para locais seguros”, destacou.
Correio da Paraíba
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