terça-feira, 8 de outubro de 2013

PM de Pernambuco cercou assentamento em Caaporã, Paraíba


Anastácio convida Couto para debater conflito em Caaporã


O deputado estadual Frei Anastácio (PT) foi à tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba na manhã de hoje para fazer um alerta a respeito da situação de conflito vivenciada entre os moradores do assentamento Wanderley Caixe, em Caaporã, e a Usina Maravilha, falida, e em cujas terras os trabalhadores estão residindo. No último sábado, 5, três policiais pernambucanos a serviço da empresa invadiram as terras onde o Movimento dos Sem Terra está e foram mantidos reféns até o fim da noite, quando foram libertados depois de uma intensa negociação que teve à frente o deputado petista:


- Um dos policiais, o Maxwell, é um pistoleiro. O deputado federal Luiz Couto tem razão quando denuncia a ação de grupos de extermínio na divisa da Paraíba com Pernambuco. Estou convocando uma reunião com ele para debater o assunto e também encaminhei a informação do que houve no sábado à Ouvidoria Nacional do Incra. Foi muito grave a intimidação que esses policiais fizeram e eles poderiam ter morrido. Os trabalhadores não ficarão assistindo às ameaças.

É preciso agir para evitar uma tragédia. A pistolagem está ameaçando os trabalhadores e eles podem reagir - disse Anastácio.

Saiba mais sobre o caso


Anastácio negocia liberação de PMs presos em assentamento
06/10/13


Três policiais militares de Pernambuco foram detidos e amarrados por integrantes do assentamento Wanderley Caixe, em Caaporã, no Litoral Sul da Paraíba, no fim da tarde de ontem.

O trio estava fortemente armado, utilizava um carro locado de placas PFN 1342, e à paisana quando invadiu o local, sem dar explicação concreta para a atitude. Eles teriam dito apenas que estavam a serviço da Usina Maravilha, em cujas terras os assentados vivem, e que procuravam líderes do Movimento Sem Terra. Depois de amarrarem os policiais pernambucanos, os assentados chamaram o deputado Frei Anastácio e a Polícia Federal para negociar a libertação dos três e a pedir apuração do ocorrido. O deputado compareceu ao local junto com a Polícia Rodoviária Federal e, por volta da meia noite, os policiais foram libertados e encaminhados para prestar depoimento na sede do Grupo de Operações Especiais (GOE) junto com representantes dos trabalhadores.

Além da PRF, cinco viaturas da Polícia Militar de Pernambuco também estiveram no local e cercaram o assentamento onde vivem cerca de mil pessoas. "Foi uma situação muito tensa. Os trabalhadores não queriam deixar ninguém entrar e não confiavam que os policiais fossem levados no carro da PM. Eles queriam que a Polícia Federal fosse lá, mas ao invés disso quem compareceu foi a PRF", relatou Lenildo Morais, vice-prefeito de Patos e que esteve no local acompanhando o deputado Frei Anastácio.

Ainda de acordo com Lenildo, um dos pernambucanos mantidos refém pelo grupo do MST é suspeito de ter uma empresa de segurança clandestina que presta serviço ao proprietário da Usina Maravilha. Um outro já foi citado pelo deputado federal Luiz Couto como participante de ações de extermínio na região. A assessoria do MST informou que os policiais que invadiram o assentamento são Marxsuel Aurelio do Nascimento, Eliades Carvalho Santiago e Jeferson Paulo Barbosa.

Na manhã de hoje, os policiais devem prestar depoimento no GOE e ainda não se sabe se eles ficarão presos, já que os assentados os acusam de tentativa de homicídio.

Parlamentopb.com

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