quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Nos 428 anos de João Pessoa, o comando Socialista

Ricardo e Luciano: dois classe média no comando do Poder


Walter Santos


O olhar de avestruz movido ainda pela pressa da sobrevivência muitas das vezes nos faz mergulhar a cabeça para dentro do buraco raso da vida sem se aperceber do conjunto e vastidão das coisas que se processam e se consolidaram, às vezes com a velocidade de um tempo já passado aparentemente imperceptível.


O preâmbulo traduz uma realidade nua e crua que nem os historiadores nem os cientistas sociais da aldeia se apercebem que é, nos últimos anos de fato ter havido a consolidação pra valer da transferência de comando da maior cidade da Paraíba e, ainda, do Governo do Estado – este a envolver 223 municípios – para as mãos de líderes políticos oriundos da base popular e de espectro ideológico à Esquerda.

Voltemos ao assunto e reflitamos: chegamos no Quarto Centenário da Paraíba, mais exatamente aos 428 anos, atestando um fenômeno social inimaginável nos anos 70, que era (e é) ter o comando administrativo da maior cidade e da maior estrutura do Estado sob a batuta de jovens políticos sem tradição familiar na Capital.

O bom de tudo: sem nenhuma bala dada, sem nenhuma grosseria no repasse do Poder. Há outro avanços: eles (os governantes socialistas) não comem crianças nem tomar a propriedade das pessoas na marra. Aliás, passaram a conviver com o neo-liberalismo (o capitalismo avançado) numa boa, tanto quanto Henry Kissinger ensinou aos Chineses lá atrás. Quem diria!

O prefeito Luciano Cartaxo, pela ordem de aniversário posto, e o governador Ricardo Coutinho até hoje não conseguiram construir um largo Pacto de convivência básica entre as duas maiores estruturas, o que geraria avanços muito além do que se deram nos últimos tempos, mesmo assim o contexto sócio – administrativo aponta crescimento tático e de resultados estruturantes na maior cidade do Estado.

Ricardo, antes da mudança pessoal de tratar pessoas e processo, enquanto prefeito na sua primeira gestão, inaugurou esse momento de novo ciclo mas não dá para ignorar a contribuição efetiva dada pelo planejador Luciano Agra, até porque em dois anos o ex-prefeito arquiteto produziu ações referenciadas na Capital, mas é neste momento de Luciano Cartaxo que se vislumbra a possibilidade de expansão em larga escala se se colocar em prática algo inédito: atrair grandes projetos e ações pela condição de ser o único prefeito de origem petista em todo o Nordeste, algo que permite primazia na relação com o Governo Federal.

Em poucos meses de gestão, Cartaxo já deu sinais desses bens acumulados em perspectiva de expansão, entretanto é no estilo despojado de fazer política e, sobretudo,na qualidade de vida das pessoas onde deve ser focado todo o conjunto de medidas e projetos porque de nada valem pedra e cal sem esse componente de zelo real com nossa gente.

E nesse diapasão, queiram ou não queiram setores mais conservadores e tradicionais da cidade, os governos de tez socialista têm dado com maior sintonia popular do que em outras gestões, sem ignorar as tantas contribuições oferecidas pelos gestores passados, sobretudo de Hermano Almeida para cá, inclusive na fase Cícero Lucena sem seus problemas conhecidos.

Se conseguissem ver mais do que com a picuinha política, Ricardo Coutinho e Luciano Cartaxo – dois ex-partidários de mesmo ambiente -, bem que poderiam estabelecer regras básicas de relacionamento protocolar em favor da cidade e assim estabelecer a postura republicana comum em sociedades civilizadas, como no bairro da Torre, dos filósofos da superação política de vanguarda.

Em síntese, os Socialistas tomaram conta do Poder – quem diria!! - e agora precisam zelar pela Ética na Política (em alguns casos arranhada) e por em prática tantas promessas e intenções efetivamente, embora muita coisa tenha sido feito para melhor porque, do contrário, o eleitor saberá fazer a substituição na hora certa sem nenhum falso pudor.

Ou se cumpre com o prometido ou se estará na fragilidade da permuta de Poder.

Felizmente, João Pessoa vive um momento de muita perspectiva com novas gerações construindo o amanhã.

ÚLTIMA

"Vamos precisar de todo mundo/
pra banir do mundo a opressão..."

Wscom


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